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Duque denuncia na ONU vínculos de Maduro com narcotráfico e terrorismo

O presidente colombiano Ivan Duque fala durante a inauguração de um túnel que atravessa a cordilheira dos Andes em Quindio, Colômbia, em 4 de setembro de 2020. Foto divulgada pela assessoria de imprensa da Presidência da Colômbia. afp_tickers

O presidente da Colômbia, Iván Duque, denunciou nesta terça-feira na Assembleia Geral da ONU que o governo de Nicolás Maduro na Venezuela é financiado com recursos do narcotráfico, abriga terroristas e é uma ameaça global contra a democracia.

“O regime ditatorial de Maduro se sustenta com os recursos do narcotráfico, abriga terroristas e é uma ameaça constante à democracia na região e em todo o mundo”, disse Duque em seu discurso virtual.

O presidente conservador também pediu a rejeição das próximas eleições para renovar o parlamento venezuelano, atualmente dominado por uma oposição que reclama da falta de garantias nas urnas.

“Precisamos fazer um apelo enérgico a todas as nações do mundo para que levantem suas vozes exigindo eleições verdadeiramente livres, e não a orquestra eleitoral pré-fabricada à qual querem conduzir o povo venezuelano neste mês de dezembro apenas para perpetuar a ditadura”, acrescentou.

A Colômbia, que faz fronteira de 2.200 quilômetros com a Venezuela, tem afirmado insistentemente que grupos guerrilheiros que se alimentam do narcotráfico encontraram refúgio em território venezuelano com a cumplicidade das autoridades chavistas.

Duque apoia a pressão dos Estados Unidos para destituir Maduro do poder, a quem acusam de ter renovado seu mandato iniciado em 2019 em eleições fraudulentas, em meio ao êxodo de cinco milhões de venezuelanos atingidos por uma grave crise política e econômica.

O presidente colombiano destacou em seu discurso o relatório que a ONU apresentou no dia 16 de setembro sobre a Venezuela, no qual denunciou Maduro e seus principais ministros por estarem vinculados a possíveis “crimes contra a humanidade”.

“O que se busca na Venezuela com os crimes contra a humanidade é perpetuar a tirania. E todos, absolutamente todos na comunidade internacional, devem rejeitar essa situação”, defendeu.

As eleições na Venezuela estão marcadas para 6 de dezembro e Maduro disse que é “impossível” adiá-las, apesar das recomendações da União Europeia.

Embora a maioria da oposição rejeite as eleições, o duas vezes candidato à presidência da Venezuela, o opositor Henrique Capriles, pediu participação.

O Grupo de Contato Internacional (ICG) da Venezuela, formado por países europeus e vários países latino-americanos, anunciou que não enviará observadores a essas eleições, na ausência de condições para que elas sejam “transparentes” e “justas”.

A Venezuela rompeu relações com a Colômbia em fevereiro de 2019, depois de reconhecer, junto com outros cinquenta países, o chefe da oposição Juan Guaidó como presidente interino.

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