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Economia suíça depende de mão-de-obra estrangeira

Muitos estrangeiros realizam trabalhos que exigem pouca qualificação. Ex-press

Aumenta a participação da mão-de-obra imigrante no mercado de trabalho suíço. Alemães e portugueses são os grupos de trabalhadores estrangeiros que mais crescem no país.

Ao mesmo tempo, os imigrantes estão mais sujeitos ao risco do desemprego, muitos deles por falta de qualificação adequada.

No segundo trimestre do ano passado, 876 mil estrangeiros tinham visto para trabalhar na Suíça, o que representa um aumento médio de 3,1% (ou 26 mil pessoas) em relação ao mesmo período em 2006.

O maior aumento foi novamente registrado entre os alemães (+12% ou 12 mil) e entre os portugueses (+6,6% ou +7 mil). Em compensação, diminuiu o número de espanhóis, gregos e italianos que trabalham na Suíça.

Suíça precisa dos estrangeiros

“A economia suíça depende dos trabalhadores estrangeiros”, informou o Departamento Federal de Estatísticas (DFE), ao divulgar os dados nesta terça-feira (19/02).

No segundo trimestre de 2007, um quinto (21%) das 4,1 milhões das pessoas economicamente ativas com residência fixa no país tinha uma nacionalidade estrangeira.

Além disso, há 286 mil pessoas (92% moradores de países vizinhos ou com visto de curto prazo), que trabalham na Suíça, mas não fazem parte da população permanente (+20 mil ou 7,6%).

A taxa de emprego entre os estrangeiros aumentou 0,5% em relação ao ano anterior. Essa taxa cresceu também entre os suíços – mais 45 mil pessoas (+1,4%) conseguiram emprego.

Tendência constante



Desde a formação em 1° de junho de 2002 da área de livre circulação de pessoas por 15 países da União Européia e pela EFTA – Associação Européia de Livre Comércio (hoje integrada pela Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça), o número de trabalhadores oriundos desses dois blocos aumentou constantemente.

De 2006 para 2007, esse aumento foi de 3,5%. Da UE-15 e da EFTA vêm 62% (544 mil) dos estrangeiros empregados na Suíça. Os italianos formam o maior grupo (162 mil), seguidos pelos trabalhadores oriundos do oeste dos Bálcãs (161 mil), alemães (115 mil) e portugueses (110 mil).

Desemprego por falta de qualificação



Outra constatação feita pelo DFE é que taxa de emprego entre estrangeiras (71%) é relativamente menor do que entre mulheres suíças (76%). Mas a maioria das suíças (60%) cumpre apenas jornada parcial. Esse índice é bem menor (45%) entre as imigrantes.

Os principais motivos para o desemprego entre os estrangeiros são de ordem familiar (7%) e a falta de uma qualificação adequada (4,9%) – essas razões explicariam também respectivamente a maioria dos casos de desemprego entre suíços.

Segundo o DFE, o risco de um estrangeiro ficar desempregado na Suíça é bem maior do que para um suíço. No segundo trimestre de 2007, 7,1% dos imigrantes economicamente ativos estavam desempregados, enquanto esse índice era de apenas 2,7% entre os suíços.

Mas também entre os estrangeiros o desemprego diminuiu no último ano: 67 mil deles não tinham emprego em 2007, uma queda de 1,3% em relação ao ano anterior. “As diferenças entre as taxas de ocupação podem ser explicadas em parte pelo nível de formação relativamente baixo da mão-de-obra estrangeira”, conclui o DFE.

swissinfo, Geraldo Hoffmann (com agências)

Os dados do Departamento Federal de Estatísticas não incluem os cerca de 100 mil imigrantes ilegais, que, segundo uma estimativa da Secretaria Federal de Migração, trabalham na Suíça.

Eles atuam principalmente no setor de serviços ou realizam trabalhos domésticos.

Um estudo realizado pelo Centro Internacional de Migração e Saúde (ICMH), em Genebra, mostrou que muitos dos ilegais têm formação superior, mas trabalham por um salário bem inferior ao que corresponderia à sua qualificação.

Segundo um estudo realizado pelo instituto BAK Basel Economics, da Basiléia, a Suíça é um dos países mais atraentes do mundo para mão-de-obra altamente qualificada.

O cantão (estado) mais favorável é Zug, que, com uma carga tributária de 24%, fica em terceiro lugar no ranking internacional, atrás apenas de Cingapura (11,6%) e Hong Kong (16,3%).

De acordo com o estudo, isso significa que um funcionário com salário anual de 100 mil francos suíços representa custos anuais de 132 mil francos (salários mais impostos e contribuições sociais) para um empregador de Zug. Em Obwalden seriam 133 mil e em Schwyz, 134 mil.

Os cantões que ocupam as piores posições entre os estados suíços nessa comparação são Waud (162 mil), Basel-Landschaft (160 mil) e Genebra (157 mil).

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