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Trabalhadores idosos podem suprir escassez de mão-de-obra

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No ano de 2040, estima-se que o número de aposentados na Suíça atinja 2,6 milhões de pessoas; atualmente eles são 1,6 milhão. Keystone

A força de trabalho da Suíça está em boa forma, mas talvez não por muito tempo, de acordo com um novo estudo da consultoria Deloitte. O emprego de talentos já existentes, incluindo trabalhadores mais velhos e mulheres, é fundamental para ajudar as empresas a atender às demandas futuras por mão de obra qualificada.

Em seu último estudo sobre o futuro do trabalho divulgado na terça-feira, a Deloitte entrevistou 15.000 pessoas de dez países europeus para avaliar as atitudes dos funcionários em relação às principais tendências trabalhistas. A pesquisa incluiu 1.000 pessoas na Suíça, cujas opiniões sobre as tendências de trabalho e recomendações para as empresas são reproduzidas no suplemento nacional “A Voz da Força de Trabalho na SuíçaLink externo”.

Embora o mercado de trabalho suíço se caracterize pelo baixo desemprego, altos salários e mão-de-obra qualificada, o estudo da Deloitte antecipa os principais desafios resultantes da digitalização e do envelhecimento da sociedade. A consultoria argumenta que as empresas não apenas terão cada vez mais dificuldade para recrutar pessoal com as habilidades certas, mas também para recrutar um número adequado de pessoas para atender às demandas futuras.

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O Departamento Federal de Estatística estima que até 2040 o número de aposentados no país terá alcançado 2,6 milhões de pessoas, bem acima dos atuais 1,6 milhão. O número de pessoas com menos de 20 anos também aumentará, embora em um valor bem menor, de 1,7 milhão para 1,9 milhão.

Em 2016, mais trabalhadores suíços deixaram o mercado de trabalho do que entraram pela primeira vez. Se essas tendências demográficas continuarem, o mercado de trabalho suíço enfrentará um déficit de cerca de meio milhão de trabalhadores até 2030.

Reavaliando o valor dos trabalhadores mais velhos

O relatório faz várias recomendações para ajudar as empresas a enfrentar esses desafios. Isso inclui repensar o valor dos talentos já existentes, tais como trabalhadores desempregados, subempregados ou parte da força de trabalho de reserva – pessoas que não procuram trabalho, mas que estão disponíveis, bem como aquelas que procuram trabalho, mas que ainda não estão disponíveis.

A Deloitte estima que isso representa 852.000 pessoas ou cerca de 12% da população residente permanente com mais de 15 anos de idade. Cerca de 60% dos trabalhadores que não estão procurando emprego, mas gostariam de trabalhar, são mulheres, de acordo com a Deloitte. A outra parte deste grupo são pessoas com mais de 55 anos, muitas das quais atingiram a idade de aposentadoria e já estão recebendo uma pensão, mas podem se imaginar de volta ao trabalho. As mulheres também representam dois terços dos subempregados.

Gráficos da pesquisa Deloitte
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Embora a extensão do horário de trabalho semanal, o aumento da idade de aposentadoria ou o aumento do número de trabalhadores estrangeiros possam ser um caminho a seguir, essas opções são politicamente muito sensíveis para obter apoio.

O relatório enfatiza que os trabalhadores mais velhos têm habilidades e conhecimentos que são negligenciados. Eles também são mais propensos a serem flexíveis quando se trata de salário e horas de trabalho. O estudo também descobriu que 85% dos trabalhadores mais velhos são motivados no trabalho, mais do que todos os outros grupos etários.

Outras recomendações importantes incluem redesenhar modelos de emprego, considerando uma ampliação do trabalho a tempo parcial, ‘freelancing’ e carreiras multifacetadas (“portfolio career”, em inglês, i.e., situação em que o trabalhador realiza diversos trabalhos diferentes dentro de sua comnpetência), bem como incentivar a reciclagem e aprendizagem ao longo da vida para os funcionários.

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