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Holcim cresce com o Brasil

Reuters

Com o desenvolvimento das obras previstas em programas do governo federal como o “Minha Casa, Minha Vida” , o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) e o avanço das reformas ou construções de novos estádios em diversas cidades do país para a Copa do Mundo de 2014, o Brasil consolida a cada dia seu lugar entre os maiores consumidores de cimento e concreto do mundo.

Atuante no mercado brasileiro desde 1951 e líder mundial do setor, a empresa de origem suíça Holcim aproveita essa expansão da demanda e já prepara um salto em sua produção no país, com investimentos de US$ 800 milhões.

Em 2010, último resultado divulgado oficialmente pela empresa, a Holcim negociou 4,4 milhões de toneladas de cimento e 1,5 milhão de metros cúbicos de concreto no Brasil, com vendas líquidas que totalizaram R$ 1,32 bilhão. No ranking de vendas globais do grupo, que está presente em 70 países, a filial brasileira representou naquele ano apenas 3% do volume total, o que demonstra que o espaço para crescer é grande.

É nisso que aposta a empresa: “O Brasil viveu uma década de crescimento contínuo e estável, com grande necessidade de infraestrutura. O país está sendo reconstruído, com enorme demanda para a construção civil e, em particular, para o setor de cimento e concreto”, disse o presidente da Holcim no Brasil, Otmar Hübscher, em entrevista ao jornal brasileiro Valor Econômico.

No dia 23 de abril, o Conselho Estadual de Política Ambiental de Minas Gerais (Copam) concedeu licença para a expansão da unidade da Holcim na cidade de Barroso, onde está localizada uma das maiores minas de calcário do Brasil. A nova linha de produção, que deverá operar plenamente dentro de dois anos, receberá, segundo a empresa, o maior moinho de cimento do mundo e investimentos de US$ 800 milhões. A capacidade produtiva da unidade irá triplicar, passando de 1,2 milhão de toneladas anuais para 3,6 milhões de toneladas. A produção total da Holcim no Brasil após a expansão chegará a 7,9 milhões de toneladas anuais.

Os planos de expansão no Brasil não param por aí. A Holcim já deu entrada no Departamento Nacional de Produção Mineral, órgão subordinado ao Ministério das Minas e Energia (MME), em pelo menos quatro pedidos de concessão de lavra para exploração de calcário nos estados do Paraná e do Rio Grande do Norte: “Nós estamos nos preparando para atender a uma demanda crescente na Região Sudeste e, mais tarde, nas outras regiões do país”, afirma Otmar Hübscher.

Maracanã e Mineirão

Conhecida pelo público brasileiro por ter como garoto-propaganda nos últimos anos o tricampeão Dario, o Dadá Maravilha, a Holcim é a fornecedora oficial de cimento e concreto para as obras de reforma do Mineirão, em Belo Horizonte, estádio onde o artilheiro brilhou em seu início de carreira pelo Atlético-MG. A empresa de origem suíça também é fornecedora exclusiva de cimento e concreto para as obras de reforma do Maracanã, no Rio de Janeiro, onde acontecerá a partida final da próxima Copa do Mundo. Os dois estádios são tombados pelo patrimônio público brasileiro.

No Estádio Governador Magalhães Pinto, o Mineirão, a Holcim tem atuado em frentes como a correção de patologias no concreto e a confecção de reforços estruturais para as arquibancadas. Segundo as previsões da ficha técnica da obra, a reforma do estádio consumirá aproximadamente 107 mil metros cúbicos de concreto armado. No Mineirão, a empresa de origem suíça faz parte de um projeto que pretende seguir as regras de certificação internacional LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) para construções sustentáveis e funcionais do ponto de vista ambiental.

No Estádio Mário Filho, o Maracanã, as obras também seguem as regras de certificação internacional LEED. Para agilizar o trabalho e facilitar a interação com as outras empresas que atuam na reforma, a Holcim construiu uma central de concretagem dentro do estádio, onde antes ficava o gramado, terreno considerado sagrado por amantes do futebol em todo o mundo. A reforma do Maracanã, segundo sua ficha técnica, consumirá 31 mil metros cúbicos de concreto e 250 mil sacos de cimento.

Retomada

A retomada dos investimentos do Grupo Holcim no Brasil teve início em 2007, quando sua fábrica de cimento em Sorocaba (SP) foi reativada após cinco anos de paralisação. Primeira unidade da empresa no país, a fábrica localizada no interior paulista funcionou de 1951 a 2002, e voltou a operar após obras de modernização que demandaram um investimento de R$ 3,2 milhões.

Atualmente, a Holcim é a quinta maior empresa do setor de cimento e concreto no Brasil. Sua presença no mercado brasileiro está consolidada há décadas, com participações em projetos de grande importância na história do país como a construção da cidade de Brasília ou da Ponte Presidente Costa e Silva, mais conhecida como Ponte Rio-Niterói.

O objetivo da Holcim para os próximos anos é dar um salto na posição que ocupa no Brasil. Apesar de não revelar em quais estados brasileiros a empresa pretende construir novas fábricas, Otmar Hübscher dá uma pista: “Fábricas de cimento só podem existir próximas à jazidas de calcário. Existem jazidas ainda não exploradas nas regiões Sul, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil”.

A Holcim é a principal fornecedora de cimento e concreto para a maior empresa do Brasil, a Petrobras.

Por isso, vem tendo uma presença crescente em projetos ligados à exploração de petróleo e gás nas reservas descobertas na camada do pré-sal no litoral brasileiro.

Entre os serviços mais prestados pela empresa de origem suíça à Petrobras, está o escoramento de estruturas nos poços e a ancoragem de plataformas.

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