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Número de desempregados aumenta 53,3% em um ano

Um desempregado "estuda" ofertas de emprego na agência regional do trabalho de Sion, no Valais. Keystone

Ao contrário da tendência dos anos anteriores, quando o desemprego diminuía no verão europeu, o número de pessoas sem trabalho na Suíça teve um forte aumento em junho deste ano.

Nos últimos 12 meses, o número de desempregados aumentou 53,3% no país. A taxa de desocupados entre os estrangeiros está bem acima da média suíça.

Esta semana começou com notícias ruins para o mercado de trabalho suíço. O conglomerado químico alemão Basf – desde fevereiro dono da Ciba – anunciou cortes de 3.700 empregos, dos quais cerca de 500 na Suíça.

Não se trata de um caso isolado. A indústria relojoeira já eliminou cerca de 3 mil empregos desde o início da crise há um ano.

Segundo um estudo feito junto a 500 firmas pela Universidade de Ciências Aplicadas do Noroeste da Suíça, 40% das empresas helvéticas planejam reduzir seu quadro de pessoal nos próximos 12 meses.

As estatísticas globais do desemprego confirmam essas notícias isoladas. Em junho passado, 140.253 pessoas estavam oficialmente sem trabalho na Suíça, cerca de 5.100 a mais do que em maio.

A taxa de desocupação subiu de 3,4% em maio para 3,6% em junho. Em comparação a junho do ano passado, o aumento foi de 48.776 desempregados (ou 53,3%), como informou a Secretaria Federal de Economia (Seco), nesta quarta-feira (8/7).

A última vez em que a taxa de desemprego foi tão elevada foi em março de 2006. Os economistas tinham previsto uma taxa de 3,4% a 3,5%.

No total, as autoridades estaduais registraram 198.990 pessoas em busca de emprego, 6.474 a mais do que no mês anterior. Em relação ao ano passado, esse número aumentou em 54.444 pessoas (+37,7%).

O número de vagas oficialmente oferecidas através dos escritórios regionais de intermediação de empregos foi de apenas 14.855 em junho.

Mais jornada parcial

Além disso, o desemprego entre jovens aumentou: na faixa estaria de 15 a 24 anos ele subiu 5,3% de maio para junho, atingindo 22.464 pessoas. Comparado com o ano anterior, isso corresponde a um aumento de 70,6%. O terceiro pacote conjuntural do governo tenta combater esse problema.

Também houve um forte aumento do número de pessoas atingidas pela jornada parcial, recurso que vem sendo usado pelas empresas – e estimulado pelo Estado – para evitar demissões em massa.

Em abril – a Seco ainda não dispõe de dados mais recentes – 27.907 pessoas foram afetadas a mais do que em março pela jornada parcial. Isto representa um aumento de 68% para 68.929 pessoas atingidas.

O número de empresas que reduziram a carga horária em função da crise aumentou de 506 em maio para 2.712 em junho. O número de horas que deixaram de ser trabalhadas aumentou 10% para 2.885.058 horas.

Em abril de 2008, apenas 93 empresas adotavam a jornada parcial como recurso contra demissões, atingindo 677 pessoas e representando uma perda 56.873 horas trabalhadas.

6,8% de estrangeiros sem trabalho

Bem acima da média é a taxa de desemprego entre os estrangeiros – 6,8% em junho contra 2,6% entre os suíços.

Do total de 140.253 desempregados em junho, 56,8% são suíços e 43,2% estrangeiros (os imigrantes representam 21% da população do país).

Também o desnível entre a Suíça latina (francesa e italiana), com 4,9% de desemprego, e a Suíça alemã (3%) continua grande.

A taxa de desemprego é maior entre os homens (55,8%) – entre as mulheres 44,2%. Dois terços (63,5%) das pessoas sem trabalho na Suíça ficam de um a seis meses nessa situação; 23,8% de sete a 12 meses; e 12,7% por mais de um ano.

Durante o mês de abril, 1.849 pessoas esgotaram seu direito ao seguro-desemprego, que na Suíça é pago por 400 dias úteis (no máximo de 2 anos). A partir desse prazo, as pessoas passam para a assistência social.

Geraldo Hoffmann, swissinfo.ch

A Suíça tem cerca de 4,5 milhões de trabalhadores, dos quais 1,2 milhão são estrangeiros (incluindo alguns milhares que vivem nos países vizinhos e cruzam a fronteira diariamente).

Em junho passado, 140.253 pessoas estavam oficialmente sem trabalho na Suíça – 56,8% suíços e 43,2% estrangeiros.

A taxa de desemprego no país foi de 3,6%.

Segundo dados publicados em 2 de julho pelo Departamento Europeu de Estatísticas (Eurostat), a taxa de desemprego na União Europeia (UE) subiu para 8,9% em maio passado. Um total de 21,5 milhões de pessoas estavam desempregadas nos 27 países da UE.

Nos 16 países da zona do euro, a taxa foi de 9,5%, a mais elevada desde maio de 1999. Há um ano ela era de 7,4% – na UE 6,8%.

As taxas de desemprego mais baixas foram registradas na Holanda (3,2%) e na Áustria (4,3%); as mais elevadas na Espanha (18,7%) e na Letônia (16,3%).

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