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Suíços são orgulhosos de sua economia

Indústria relojoeira é um dos motivos de orgulho dos suíços Keystone

Estudo revela que os suíços têm orgulho da qualidade de sua economia, especialmente de suas empresas e marcas reconhecidas no exterior.

Características políticas, como a independência e a neutralidade, mas também a paisagem fomentam a identidade nacional. A pressão externa uniu ainda mais os suíços.

Em 2009, a Suíça figurou no noticiário internacional, entre outras coisas, pelo ataque ao sigilo bancário, a crise com a Líbia, a prisão do cineasta franco-polonês Roman Polanski e a iniciativa popular que proíbe a construção de novos minaretes.

Em uma pesquisa representativa sobre “Identidade Suíça”, encomendada pelo banco Credit Suisse, o instituto de demoscopia GfS.Bern tentou descobrir se estes e outros acontecimentos tiveram algum efeito sobre a autoestima dos suíços.

Resultado: de fato, 45% dos entrevistados acham que a imagem da Suíça sofreu arranhões, “piorou muito” (8%) ou “tendeu para pior” (37%). Mas isso partindo de um altíssimo nível, visto que 83% consideram a imagem do país “muito boa” (16%) ou “boa” (67%).

Segundo o estudo, 83% dos entrevistados sentem orgulho de ser suíços (42% são muito orgulhosos disso), embora esse percentual tenha caído 3% em relação a 2008. “Nota-se que a pressão externa provocou uma coesão social”, escrevem os autores da pesquisa.

Dois terços dos suíços, no entanto, consideram as lideranças políticas do país muito defensivas em relação ao exterior – 69% desejam uma atuação bem mais ofensiva. “Isso é uma advertência ao governo e uma prova de autoconfiança do povo”, interpreta o Credit Suisse em um comunicado à imprensa.

Economia vai bem

A economia suíça ganha boas notas na pesquisa: 22% a consideram “muito boa” na comparação internacional, 69% “tendencialmente boa”.

Os principais motivos de orgulho dos suíços são a fama de qualidade internacional de seus produtos, a indústria relojoeira, as fortes marcas suíças no exterior, a indústria mecânica e as empresas de pequeno e médio porte, mas também a sua força inovadora e a indústria farmacêutica.

Como era de se esperar, a praça financeira (orgulho de 74% dos entrevistados) e o sigilo bancário (72%) sofreram arranhões, mas apenas 5% disseram que não sentem qualquer orgulho dos dois.

Um povo “pragmático”

Um dado curioso refere-se à relação poder público versus iniciativa privada: 42% dos entrevistados opinaram que o Estado não faz o suficiente por eles. Por outro lado, 51% defendem mais concorrência e apenas 6% desejam mais influência do Estado.

Ao mesmo tempo, aumentou de 42 para 46% o percentual dos que acham que contribuem “demais” com o bem comum. Mas o esforço do Estado em reduzir os impostos é reconhecido. Em 2007, 43% dos eleitores disseram que os impostos eram altos demais; este ano, apenas 27% eram dessa opinião.

Na política, os suíços continuam orgulhosos de sua independência e neutralidade (93% cada), dos direitos populares (89%), da convivência das culturas linguísticas (80%) e do exército baseado no sistema de milícia (60%, +3% em relação a 2008).

Paisagem representa o país

Perguntados sobre três coisas que representam a Suíça, os entrevistados apontaram em primeiro lugar a “paisagem” (21%, +2%), seguida pela “segurança” (18%, -9%) e as “montanhas/Alpes” (17%, +7%).

Isso surpreende, visto que nos anos anteriores “segurança/paz” e “neutralidade” sempre ocuparam as duas primeiras posições. Em 2009, a “segurança” caiu para o segundo lugar e a “neutralidade” (14%, –7%) para o quinto.

O Credit Suisse especula sobre esse resultado. Ele significa uma “valorização do swissness? Tendências protecionistas em relação ao exterior, de certa forma um recuo ao reduto natural? (A imigração continua sendo considerada por 76% como maior perigo para a nossa identidade.) Ou sinaliza até a dissolução de elementos centrais da nação?”

Segundo os pesquisadores, a valorização da paisagem e dos Alpes também tem a ver com o aumento da consciência ecológica: 93% dos entrevistados consideram que uma das metas políticas da Suíça deve ser a estabilização das emissões de gases de efeito estufa.

Mas as prioridades absolutas para eles continuam sendo o combate ao desemprego entre jovens, a garantia da previdência para a velhice e a “cura” dos males do sistema de saúde, da economia e dos mercados financeiros.

Geraldo Hoffmann, swissinfo.ch

O que simboliza a Suíça?

Tema: pesquisa 2009 (+/- resultado de 2008)

Paisagem: 21% (+2)
Segurança: 18% (-9)
Alpes: 17% (+7)
Precisão: 16% (+1)
Neutralidade: 14% (-7)
Pátria: 11% (-1)
Chocolate: 10% (+4)
Tradição: 10% (+5)
Bem-estar: 9% (-4)
Turismo: 9% (0)
Censo de qualidade: 8% (+4)
Queijo: 8% (+4)
Liberdade: 7% (-4)
Multilingualidade: 7% (0)
Limpeza: 7% (-2)
Relógios: 6% (0)
Censo de dever: 6% (+2)

A pesquisa representativa foi feita através de entrevistas face-to-face com 1009 eleitores suíços, entre 24 de agosto e 12 de setembro de 2009, portanto, antes da aprovação da proibição da construção de novos minaretes.

Fonte: GfS.Bern/Credit Suisse

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