Uma visita ao mundo dos relógios
A feira de jóias e relógios de Basileia, a Baselworld, começou ontem (26/02) e apresentará até dia 2 de abril as novas coleções de designers do mundo inteiro.
Quem gosta desses objetos pode, antes, respirar fundo e se preparar para percorrer 160 mil metros quadrados.
Ao todo são 1952 expositores de 45 países – no ano passado eram 2087. Na coletiva de imprensa, os organizadores salientaram que a crise pode ter impedido a presença de algumas empresas, mas têm uma perspectiva otimista em relação ao mercado. “Teremos menos compradores este ano do que o ano passado”, admitiu Sylvie Ritter, diretora do evento. Mas salientou que a Baselworld ainda é a feira de excelência do setor. “Se os negócios estão sendo feitos em algum lugar, então é aqui em Basileia”, disse.
Obras de arte
Há mesmo a crise, mas, ao que parece, fora da feira – que continua chique. Ao entrar no pavilhão principal, onde ficam as maiores e mais sofisticadas marcas, pode-se admirar as mais lindas jóias e relógios. Pattek Philipe, Chanel, Chopard, Dior, Rolex, Maurice Lacroix e muitas outras atraem o visitante com estilo, luxo, design e muita tecnologia. As peças parecem mesmo obras de arte: exibidas atrás de vidros com uma iluminação perfeita, mas intocáveis – pelo menos para a maioria dos visitantes.
De acordo com os representantes europeus – que ocupam 82% da mostra – é hora de aproveitar a crise para buscar produtos mais adequados ao consumidor. Em vez de peças muito pesadas, recomendam a mistura de materiais, pedras coloridas e um design mais clean.
Sinal dos tempos. Talvez esta jóia menos pesada atraia para o mercado joalheiro o público jovem, constantemente seduzido pelo dinâmico e mais barato mercado das bijuterias ou peças folheadas. Como o design de uma jóia é caro, os fabricantes não têm a mesma rapidez e voracidade desses outros setores da joalheria.
Alguns especialistas do setor garantem que o problema está no estilo tradicional dos joalheiros, que vêm perdendo mercado bem antes da crise.
Toque brasileiro
O Brasil está representado por seis empresas no Pavilhão 6 e 5 no Hall 2. “Esta feira é importante porque mostra o design brasileiro, que é mais leve, colorido e agrada muitos mercados”, disse Oscar Bouza, diretor do Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos.
“A perspectiva de fazer uma jóia mais barata não é bom para nós”, diz João Salvador, da JS Gems. De acordo com ele, quando isso ocorre, os fabricantes procuram pedras menores e buscam outros fabricantes asiáticos.
Orient Express
No primeiro dia de feira, os estandes asiáticos já mostravam a força que têm: no pavilhão 6 estavam lotados de compradores. Pérolas, pedras, anéis, entre outros adereços necessários para a produção de peças.
Para os fabricantes de Hong Kong vai tudo muito bem. São os maiores expositores do pavilhão (6), com 6.500 metros quadrados. Cresceram 11% em 2008 somente com exportações de relógios. Se há poucos anos apenas ofereciam preço, agora exibem melhor design. Ao apresentar a coleção de relógios e jóias ontem, o grupo de Hong Kong mostrou que quer se estabelecer no mercado não só pelo preço, mas também pelo estilo. Se continuarem a aliar design e preço, serão imbatíveis.
swissinfo, Lourdes Sola
Centrada na relojoaria, na joalheria e setores anexos mundiais,
Baselworld vai de 26 de março a 2 de abril em Basileia, noroeste da Suíça.
Esse salão comercial, o maior organizado na Suíça, reúne 1.952 expositores de 45 países (2.087 em 2008).
Os 359 fabricantes de relógios ocupam quase dois terços dos 160 mil metros quadrados de exposição.
95% da produção relojoeira suíça está presente.
dois terços dos expositores são europeus, e um quarto asiáticos.
Mais de 106 mil visitantes de cem países e quase 3 mil jornalistas acompanharam a edição 2008.
A próxima edição está agendada entre 18 et e 25 de março de 2010.
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