Educação como elo entre judeus e árabes
Conferência internacional reúne esta semana ministros e parlamentares judeus em Jerusalém. Deputado suíço promove a tolerância como contribuição à paz.
O combate à violência e ao terrorismo é o principal tema debatido nessa conferência de cinco dias de que participam 120 parlamentares, além de ministros judeus. O representante da Suíça é o deputado democrata cristão, Remo Galli.
Os participantes debatem meios de abordar a violência no Oriente Médio. Figuram também na agenda o antisemitismo na Europa, os atentados de 11 de setembro e a guerra no Afeganistão.
Elo intercultural
O deputado Remo Galli está consciente de que a Conferência de Jerusalém não visa resolver o conflito que abala atualmente o Oriente Médio. Mas ele manifestou empenho em incitar os parlamentares judeus a utilizarem a educação como elo cultural entre judeus e árabes.
“O diálogo é a solução para esse conflito – realça o deputado – pois a integração, e não a separação, deve permitir a cada um compreender melhor a outra cultura”. Nesse sentido propôs com êxito que a questão da educação figurasse na agenda.
Remo Galli já fez proposta concreta. Constatando que judeus e árabes estudam em escolas separadas, sugere que se adotem escolas multi-étnicas. Simplesmente estudando juntos, os dois povos começariam a se entender.
Modelo suíço
Galli aponta a Suíça (com 4 línguas e 4 diferentes culturas) como exemplo de sociedade multi-étnica. Uma sociedade em que conflitos puderam ser evitados, graças à tolerância e à integração.
O deputado diz-se também inquieto com as desigualdades entre árabes e judeus de Israel: “Um árabe recebe apenas um terço do salário que se paga a um judeu (pelo mesmo serviço), e as classes árabes são maiores que as classes judaicas”, lembra Remo Galli.
Vale lembrar ainda que a Suíça vem propondo há muito tempo servir de mediadora, no sentido de abrandar a violência. E não tem deixado de enviar ajuda humanitária às zonas conturbadas da região. E ainda recentemente, o ministro suíço das Relações Exteriores, Joseph Deiss, expressou preocupação com a escalada da violência, conclamando Israel a respeitar o direito humanitário.
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