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Educação na Suíça é tema de eventos em São Paulo

O Liceu Alpino de Zuoz (internato) é um dos mais procurados pelas famílias estrangeiras. Keystone

As instituições de ensino suíças, famosas internacionalmente pela excelência, e as opções de cursos disponíveis foram temas de encontros e palestras em dois eventos em São Paulo, na semana passada (13 e 15/4).

A Swiss Learning,organização sediada em Genebra, que promove escolas suíças, reuniu em um grande hotel, em São Paulo, representantes de diversas escolas do país.

Muitas das escolas participantes do evento apresentaram não apenas informações sobre seus programas tradicionais mas também alternativas de curta duração como temporadas de verão ou inverno e programas de ano acadêmico, além de cursos de nível superior em diversas regiões da Suíça.

Intercâmbio

A qualidade da educação e da hospedagem, o ambiente da escola e as paisagens incríveis do país helvético impressionaram a plateia presente, mas para os pais que ainda têm alguma dificuldade em mandarem seus filhos adolescentes para o velho mundo, a convidada especial, jornalista da Rede Globo, Christiane Pelajo, relatou sua experiência como estudante brasileira em um internato suíço. Em 1987, aos 15 anos, ela passou um ano na Suíça, sendo seis meses em um internato para moças em Lausanne, no cantão de Vaud. Lá aprendeu o francês fluente que pôde demonstrar; além disso fez aulas de italiano e inglês. Para Christiane o contato com as colegas foi enriquecedor. “Na escola, eu descobri culturas e línguas que eu nem sabia que existiam”, afirmou. “Fora isso conheci um pouco a cultura de outros esportes, como os de inverno” , completa.

Alteridade

Ela reforçou a ideia da diversidade cultural recomendando que os estudantes que tenham a oportunidade de viajar não se juntem a outros brasileiros presentes, durante a estadia. “É muito interessante conhecer pessoas de outros lugares” , contou a jornalista que até hoje tem contato com suas colegas do colégio suíço. Além dos conhecimentos práticos ela acredita que a experiência aguçou a curiosidade e ampliou interesses sobre temas como as diferentes religiões, por exemplo.

Candidatos

Na plateia, pais e candidatos aos programas de educação suíços esclareciam dúvidas para acertar detalhes da viagem. Os irmãos Letícia e Ulysses Fonseca Marcondes Venâncio, de 13 e 14 anos vieram da cidade mineira de Pouso Alegre para estudar no colégio Humboldt, em São Paulo. Agora pensam em seguir os estudos na Suíça.”Estou na dúvida entre o Liceu Zuoz e o Rosemberg”, explica Letícia. “Acho que o ensino na Suíça é mais rígido e quero aprimorar o alemão, o inglês e o francês”, afirma. A adaptação parece certa para Ulysses. “Será melhor para meu futuro”, conta. “Lá vou ganhar mais maturidade e responsabildade”, avalia o candidato a uma vaga em um internato.

Hospitalidade

Também presente no evento da Swiss Learning, o grupo Laureate, que reúne diversas escolas dedicadas ao campo da hospitalidade, organizou uma palestra extra, na Faculdade de Economia e Administração, na Universidade de São Paulo.

Os representantes do Laureate fizeram apresentações sobre os programas da Glion (Suíça), Les Roches (Suíça, Espanha e China), Kendall College (Chicago), Blue Mountains e Australian International Hotel School (Austrália).

Para os organizadores foi importante esclarecer que o conceito de hospitalidade não se resume à gastronomia e hotelaria. Embora abarque esses temas. Inclui oportunidades nas áreas de turismo, comunicação, administração, marketing esportivo e entrenimento, entre outras, segundo Olivier Brack, diretor da Laureate para a região das Américas.“Hospitalidade é o que pressupõe a presença de um cliente em um empreendimento”, afirma Akiko Okusigue, gerente da Laureate no Brasil. As escolas do grupo oferecem programas de bacharelado, e pós graduação como master e MBA, com diplomas válidos na Europa e Estados Unidos. Segundo Akiko, as escolas da Laureate oferecem ambiente globalizado que favorecem os contatos entre os alunos de mais de cem nacionalidades. “A formação de uma rede de contatos é muito importante para a vida profissional”, completa Akiko.

Para Olivier Brack, diretor do grupo, para as Américas o Brasil é um país com muitas oportunidades na área da hospitalidade . Com os jogos da Copa em 2014 e das Olímpiadas em 2016, a demanda por profissionais da área vai crescer muito no Brasil”, afirma.

Entre os egressos da escola está o chef brasileiro Carlos Siffert, que terminou o bacharelado na Les Roches, na Suíça, em 1990, já teve um restaurante em São Paulo e hoje dá consultoria técnica na área de gastronomia. Depois de fazer um ano inteiro de aulas cozinha e um ano de aulas de administraçãoacredita que apesar de ter seguido a carreira de chef, a parte administrativa foi muito útil em sua vida profissional. “Usei cem por cento do que aprendi em administração”, afirma Siffert.

Heloísa Broggiato, São Paulo, swissinfo.ch

Para mais informações sobre o sistema educaional suíço, bolsas de estudos, taxas, universidades federais e institutos federais de teconologia consulte o site www.swissuniversity.ch.

Para os interessados em escolher um curso superior na Suíça é importante checar se as instituições oferecem os diplomas plenamente reconhecidos e que títulos podem conferir.

A hospitalidade é um ramo em franco crescimento no mundo nos últimos anos. A previsão de crescimento médio é de 4% ao ano, segundo os dados da World Travel and Tourism Council WTTC, sigla em inglês para Conselho Mundial de Viagem e Turismo.

A organização indica que a hospitalidade será responsável, até 2019, por 4% do total de empregos no mundo, com 275 milhões de postos de trabalho ocupados. No mesmo ano, no Brasil, a estimativa é de que 1 em cada 15,9 empregos pertença a essa área.

Paz e Sustentabilidade -Segundo Firmin Antonio, fundador e presidente do Grupo Accor no Brasil, existe uma grande demanda de profissionais da área de turismo e negócios no País. Para Antonio a oferta é reduzida na área do turismo brasileiro, mas há uma expectativa de crescimento na área. “Logo se aplicarão salários altos nesse campo de trabalho, pois há um déficit na oferta de profissdionais de administração voltada para a hospitalidade”, completa. ele que acredita no turismo como a indústria da paz e da sustentabilidade

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