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Governo suíço deve ter mais duas mulheres no Executivo

Colagem com os 4 candidatos ao Conselho Federal
Karin Keller-Sutter (à esq.) e Hans Wicki (o único candidato homem) são os dois conselheiros de Estado (senadores) escolhidos pelo PLR/FDP para a sucessão de Johann Schneider-Ammann. Viola Amherd e Heidi Z'graggen (ao centro da foto) são as candidatas do PDC/CVP para suceder Doris Leuthard. Keystone

Em 5 de dezembro, o parlamento suíço decidirá quem vai ocupar as duas cadeiras vagas das sete que compôem o Conselho Federal, o Executivo do país. O Partido Liberal-Radical e o Partido Democrata Cristão, ambos visando um lugar para cada, apostaram em candidatas mulheres.

Tão logo anunciou-se a renúncia de Johann Schneider-Ammann, uma candidatura foi imediatamente imposta para suceder o ministro da Economia do Partido Liberal-Radical (PLR, à direita): Karin Keller-Sutter. Originária de St. Gallen, Keller-Sutter poderia se vingar na eleição de 5 de dezembro da derrota sofrida em 2010, quando também era candidata ao Conselho Federal, mas viu o Parlamento preferir seu colega Johann Schneider-Ammann.

Karin Keller-Sutter foi eleita em 2011 para o Conselho dos Estados (Câmara Alta do Parlamento, o Senado) e seu trabalho desde então convenceu a todos, tanto à esquerda quanto à direita. Suas capacidades são unanimemente reconhecidos e nenhuma voz foi levantada para questionar sua legitimidade no Conselho Federal.

O PLR decidiu apresentar um segundo candidato, o conselheiro de Estado (senador) Hans Wicki. Um pouco menos à direita do que Karin Keller-Sutter em certos temas, mas com um perfil claramente liberal, ele seria o primeiro político do cantão de Nidwalden a se juntar ao Conselho Federal.

Partido Democrata Cristão tenta recuperar suas “bandeiras”

Uma segunda conselheira federal será eleita pelo Parlamento em 5 de dezembro: a sucessora da popular ministra dos Transportes e Energia, a democrata cristã (PDC/CVP, centro direita) Doris Leuthard. O PDC decidiu concentrar-se em duas personalidades femininas para defender seu único assento no Conselho Federal: a deputada pelo cantão do Valais, Viola Amherd, e Heidi Z’graggen, membro do governo do cantão de Uri, um cantão que nunca teve um representante no Conselho Federal.

O PDC precisa de novas personalidades fortes para conquistar eleitores. Ele pertence aos partidos fundadores da Suíça, mas vem perdendo sua plumagem nos últimos anos: oito assentos lhe escaparam no Conselho Nacional desde 1999, e 29 nos parlamentos cantonais Link externodesde 2015. Ele arrisca ser um dos grande perdedores das eleições federais de 2019, de acordo com o mais recente barômetro eleitoral da SSR.

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O vice-presidente do partido permanece positivo, no entanto: “Em 2018, recuperamos as cadeiras em vários cantões”, argumenta Charles Juillard. “O PDC também tem 100% de sucesso no nível dos projetos federais que apoiou. O partido quer estar mais presente nos municípios, lançou um chamado para encontrar embaixadores e recebeu várias centenas de respostas. Isso dará cor ao PDC”, alegra-se  Juillard.

Um partido que ressurge

Ao contrário do PDC, o PLR/FDP acumula sucessos eleitorais nos últimos anos. Ele ganhou três assentos em 2015 no Conselho Nacional, e desde então ganhou ainda 34 mandatos adicionais nos parlamentos cantonais. Ele seria um dos grandes vencedores da próxima eleição federal, de acordo com o barômetro eleitoral da SSR.

O PLR tem a ambição de se tornar o segundo partido na Suíça no próximo ano, ultrapassando o Partido Socialista nas eleições federais. “Nossa estratégia é continuar a promover nossos valores em todo o país e mobilizar todos os nossos ativistas em todas as esquinas para entender melhor o público. Queremos criar um movimento”, diz a porta-voz do partido, Karine Barras.

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