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Empresa suíça constrói os novos bondinhos do Pão de Açúcar

O Pão de Açúcar é uma das atrações turísticas mais famosas no Brasil. www.bondinho.com.br

Privilegiada pela natureza com uma beleza natural, a Suíça agora também é parte de um dos mais conhecidos símbolos do turismo no Brasil e na América do Sul.

Perto de completar 95 anos de existência, o teleférico do Pão de Açúcar é modernizado graças à ajuda de uma empresa suíça construtura de bondinhos.

Privilegiada pela natureza com uma beleza natural que lhe confere a existência de inúmeros pontos de atração turística espalhados pelo país, a Suíça agora também é parte de um dos mais conhecidos símbolos do turismo no Brasil e na América do Sul. Perto de completar 95 anos de existência, o Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro, passa por um processo de modernização de suas instalações que terá como principal novidade as novas cabines do bondinho, que foram construídas pela empresa suíça CWA, com sede em Olten.

As quatro novas cabines construídas pela CWA custaram cerca de dois milhões de euros. Elas já estão prontas, e parte de suas peças começará a ser transportada para o Rio na segunda-feira (20/08). De cor branca, as cabines têm como importante atributo os vidros fumê anti-reflexo, que prometem facilitar para os turistas a visualização das belezas do Rio.

O novo bondinho também apresenta um design muito mais moderno que os anteriores: “A estrutura das cabines foi construída em acordo com as normas e procedimentos do Mercado Comum Europeu”, avisa Daniel Hassler, do setor de pós-vendas da CWA.

A previsão da Companhia Caminho Aéreo do Pão de Açúcar, empresa com capital 100% brasileiro que administra o complexo turístico, é que as novas cabines deverão ser inauguradas no dia do aniversário do bondinho, 27 de outubro, quando será realizada uma grande festa no local, que também terá a inauguração de um museu e de novos restaurantes e espaços para apresentações artísticas.

A diretora-geral da empresa, Maria Ercília Leite de Castro, comemora a chegada dos novos equipamentos fabricados na Suíça: “Nossa missão é transportar os visitantes com segurança e conforto para um mundo de encantamento, tornado o passeio ao Pão de Açúcar um momento inesquecível”.

Maria Ercília conta que o primeiro contato com a CWA foi feito há três anos, durante uma feira internacional de equipamentos de montanha e similares realizada em Insbruck, na Áustria: “Já existia o projeto de trocar as cabines do bondinho, por isso fizemos contatos em stands de diversas empresas presentes à feira. No fim das contas, optamos pela CWA”, diz.

Escolha feita com calma

A escolha da empresa suíça, segundo a diretora-geral, foi resultado de um longo processo de amadurecimento: “Tivemos que pensar bastante e com muita calma antes de escolher a empresa, pois o projeto exigia total segurança e tinha custo muito elevado. Após analisar as possibilidades, optamos pelo peso e pela credibilidade da CWA, que tem décadas de experiência e domina cerca de 60% do mercado de teleféricos e afins”.

Um gerente da Companhia Caminho Aéreo do Pão de Açúcar, Diego Scofano, e um diretor técnico da empresa, Giuseppe Pellegrini, foram acompanhar de perto a construção dos novos bondinhos em Olten. Na Suíça, eles realizaram duas semanas de treinamento com os profissionais da CWA e, segundo Maria Ercília, voltaram com a garantia de que a escolha da empresa suíça foi bem feita: “Eles ficaram muito satisfeitos com o resultado obtido. O produto apresentado pela CWA ficou ainda melhor e mais bonito do que o previsto no projeto. Geralmente, ocorre o contrário”, analisa a diretora-geral.

Uma história de sucesso

Fundada em 1939 pelo suíço Anton Frech, a CWA iniciou suas atividades com a fabricação de carros comerciais e ônibus. A entrada da empresa no mercado de exportações se deu em 1950, quando um veículo considerado revolucionário na época, o Gyrobus, foi vendido para a Bélgica e para países africanos. A partir de 1954, o portfólio de produtos da empresa começou a apresentar roldanas e trilhos para teleféricos e, dois anos depois, foi feita a primeira venda de gôndolas da CWA na Suíça.

Em 1980, a sede da empresa foi transferida para Olten, com o objetivo de facilitar a produção que não parava de crescer. Atualmente, a empresa já produziu mais de 35 mil gôndolas, 300 cabines de bondinho e centenas de outros tipos de carros. Em 1992, a CWA foi a primeira empresa do setor a receber o certificado ISO 9001. Há seis anos, a empresa deixou de ser um negócio familiar e passou a ser subsidiária do Doppelmayr Group.

Outras empresas suíças

A relação da Suíça com o bondinho do Pão de Açúcar, no entanto, não se limita à CWA. Outras duas empresas do país também marcam presença num dos mais visitados pontos turísticos do Rio de Janeiro. Os cabos de sustentação das cabines foram trocados em 2002 pela Seilbahnen Schweiz, empresa com sede em Berna, que também é responsável por sua manutenção.

Outra empresa suíça, a Fatzer, que faz parte do grupo Brugg e tem sede na comuna de Romanshorn, no cantão de Turgóvia, é responsável pela instalação e a manutenção dos cabos de tração do bondinho carioca. Empresa com larga experiência internacional, a Fatzer foi fundada em 1836 e desde 1948 se especializou em transporte de montanha.

swissinfo, Maurício Thuswohl, Rio de Janeiro

O bondinho do Pão de Açúcar foi fundado em 1912 e, desde então, já transportou cerca de 36 milhões de visitantes nacionais e estrangeiros, o que o torna um dos pontos turísticos mais conhecidos e visitados do Brasil e da América do Sul e um dos maiores símbolos do Rio de Janeiro.

Além das novas cabines do bondinho fabricadas na Suíça, outras novidades serão apresentadas aos turistas e cidadãos cariocas a partir de outubro, quando o complexo turístico completa 95 anos de existência. Uma delas será o Museu a Céu Aberto que, segundo a Companhia Caminho Aéreo do Pão de Açúcar, terá o objetivo de contar a história do local com sons e imagens.

Outra novidade é o Espaço Baía de Guanabara, localizado no Morro da Urca, primeira parada do bondinho antes deste subir ao Pão de Açúcar propriamente dito. O novo espaço contará com três restaurantes climatizados, com capacidade para 360 pessoas, além de um bar tropical, um palco para shows e uma área destinada à organização de eventos de pequeno e médio porte.

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