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Empresas compram ingressos no mercado paralelo

Por enquanto, fala-se mais de dinheiro do que de esporte Montage swissinfo

Enquanto os torcedores reclamam da falta de bilhetes, dezenas de empresas, apesar dos riscos, estão a pagar fortunas para obter ingressos para o Euro no mercado paralelo, justamente o que a UEFA queria evitar.

O objetivo dessas empresas é oferecer os bilhetes aos seus principais clientes.

Para o simples torcedor e amante do futebol, há muito tempo que os bilhetes acabaram, mas não para as empresas. Um bilhete para a final do dia 29 de junho em Viena, está a custar 20 mil euros no mercado paralelo, mas as empresas compram.

Entre as empresas que se abastecem com vendedores ilegais estão dezenas de empresas suíças ou estabelecidas na Suíça, segundo revelou o jornal “Le Matin Bleu”. Entre essas empresas estão grandes bancos e multinacionais.

Pacotes VIP

O lote de dez ingressos para a final está a ser negociado por volta de 200 mil francos suíços. Para o confronto França-Itália, em Berna, na primeira fase, o lote de dez bilhetes custa 60 mil francos. Esses bilhetes sao destinados ao chamdo público VIP e estão incluídos nos preços uma noite de hotel e refeição.

“Esse tipo de pacote é destinado aos grandes clientes e é essencial para os negócios”, afirma o diretor de uma empresa suíça. Contactado por THG, filial da empresa Marcus Evans, ele comprou ingressos para o jogo França-Itália por dezenas de milhares de francos. Uma multinacional americana sediada em Genebra, teria pago 90 mil francos por dez bilhetes para uma semifinal.

Haverá algum risco de perder dinheiro? A Euro 2008 SA, empresa que gere a Eurocopa, afirma que fará controles e impedirá o acesso aos estádios a todos os detentores de bilhetes que não foram vendidos pelos canais autorizados. Resta saber se realmente haverá controle.

Um dos compradores de um pacote VIP afirma que “na Copa do Mundo da Alemanha, não tivemos qualquer problema com os ingressos comprados no mercado paralelo”.

Empresa nega

oficialmente, os revendedores propõem apenas pacotes de hospedagem e refeição e nunca ingressos. Contactado pelo “Matin Bleu” em Londres, o diretor da THG, James Sinton, respondeu: “Não vendemos bilhetes para o Euro, só pacotes de estadia”. Portanto empresas que compraram e pagaram caro confirmam que os ingressos estão incluídos.

Aliás, não é certo que a UEFA tenha interesse em atacar em justiça os revendedores, pois seria colocaca a questão que como os ingressos chegam a esses revendedores: as federações nacionais, os patrocinadores ou ambos?

No ano passado, os organizadores da Copa do Mundo, na França, tentaram processar empresas supostamemente de fechada sediadas no Liechtenstein e que serviriam de cobertura na venda de ingressos para a Marcos Evans. Um tribunal de Paris deu razão aos vendedores, devido o princípio da liberdade do comércio.

swissinfo, Claudinê Gonçalves com agências

Dois terços dos 1,05 milhão de ingressos da Eurocopa devem chegar às mãos dos torcedores, mas apenas 33% pela venda pública da Uefa. Confira a distribuição:

1% cidades-sede e operadoras dos estádios

3% família futebolística da Uefa

3% VIPs

8% programa “corporate hospitality” (pacotes de luxo)

14% parceiros oficiais, patrocinadores nacionais e TV

38% federações dos países participantes

33% venda pública

Fonte: Uefa

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