Perspectivas suíças em 10 idiomas

Estrangeiros devem se integrar aprendendo idiomas nacionais

Para o governo, aprendizado dos idiomas nacionais é chave da integração. Keystone

Para o governo federal, o melhor meio de integrar os estrangeiros é melhorar seu conhecimento em idiomas nacionais. A estratégia da nova política de integração é reforçar a educação, aprendizado de línguas e formação profissional.

Autoridades ligadas à imigração serão autorizadas a fazer mais pressão sobre renitentes: quem recebe cursos de línguas do Estado, mas não consegue provar que aprende ou freqüenta as aulas, pode até perder o visto.

As quarenta e cinco medidas, adotadas pelo governo federal na quarta-feira (22 de agosto), têm como principal objetivo melhorar a coabitação entre estrangeiros e suíços.

“O público-alvo da nova política de integração é a juventude que permanece à longo prazo na Suíça”, explica Eduard Gnesa, diretor do Departamento Federal de Imigração (BFM, na sigla em alemão).

Das 45 medidas, 42 já são aplicadas e devem apenas ser estendidas. Para as três novas medidas, o governo federal reservou recursos anuais na ordem de 2,6 milhões de francos a partir de 2009. As autoridades não revelaram quanto o pacote total da política de integração irá custar ao contribuinte.

Solução: aprender idiomas

A maior parte dos projetos que já estão sendo executados está relacionada com a cooperação entre os diferentes órgãos públicos federais com os cantões. Os incentivos para o aprendizado de idiomas nacionais, um dos projetos, envolve escolas, escolas profissionais, órgãos públicos de apoio aos desempregados e centros de formação para adultos.

“Saber os idiomas que falamos na Suíça é a chave para a integração”, reforçou o ministro da Justiça, Christoph Blocher. Ele lembrou que, sobretudo a juventude precisa dominar as línguas nacionais para poder freqüentar a escola e depois ter acesso ao mercado de trabalho. Também para os adultos, saber alemão, italiano ou francês é geralmente a única forma de encontrar um emprego.

Provas

Blocher apresentou à imprensa os resultados do último relatório publicado pelo Departamento Federal de Imigração, órgão responsável pela aplicação da política de integração em nível federal. Os números mostram que os problemas de integração dos estrangeiros na sociedade helvética devem-se, em grande parte, às deficiências de conhecimento de línguas, de formação escolar e profissional.

Estrangeiros não deveriam apenas freqüentar os cursos oferecidos, mas também seus conhecimentos devem ser testados, defendeu o ministro da Justiça. O governo federal pretende não apenas liberar recursos, mas também reforçar os instrumentos de controle.

Uma das idéias concretas apresentadas é fazer com que os recursos alocados para a integração de solicitantes de asilo político nos cantões, dependam do sucesso destes no aprendizado dos idiomas nacionais ou nos cursos de capacitação profissional. As autoridades ainda não decidiram, porém, como o plano será concretizado.

O que está claro é que os custos dos cursos de idiomas devem ser pagos pelos próprios estrangeiros. E aqueles que não conseguirem provar sua vontade de se integrar à sociedade helvética, terão de arcar com conseqüências como, por exemplo, a perda do visto de permanência.

Combater o racismo

Outras medidas apresentadas dizem respeito à melhora da situação de moradia e outras políticas específicas de integração como oferta de esporte, saúde, planejamento urbano, estatística ou até o combate ao racismo.

Durante a coletiva de imprensa, o ministro da Justiça também falou sobre a questão da segurança e a violência juvenil entre os estrangeiros. Ele propõe a diminuição do tempo de processo fazendo mudanças nas leis penais e também uma reforma completa dos planos social-pedagógicos voltados para a integração de jovens estrangeiros.

O governo federal criou um grupo interdepartamental para aplicar a nova política de integração. Ele também recusou o pedido do social-democratas de criar um órgão público especial para responder pelo tema.

swissinfo com agências

10.537 pedidos de asilo político foram entregues em 2006.
Nos últimos dez anos, a média foi de 25.860. O maior número de pedidos de asilo político foi em 1999, com 48.057.
Segundo o Departamento Federal de Migração (BFM), cerca de 10% dos pedidos são reconhecidos e os estrangeiros podem permanecer na Suíça.
Oficialmente 8.859 solicitantes de asilo abandonaram a Suíça.

No ano passado, 8.9% dos estrangeiros registrados na Suíça estavam desempregados. O número é três vezes maior do que para suíços (3,3%).

Cerca de 200 mil estrangeiros (21.4%) vivem na pobreza, o dobro do que entre os suíços (10,4%).

A duração do desemprego por ano (média de 17 dias) é quase o dobro do que para suíços.

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