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Estudo confirma riscos do consumo de álcool durante gravidez

Um copo além da conta representa um risco para o feto. Keystone

As mulheres que consomem álcool ou drogas durante a gravidez podem causar danos permanentes nos seus filhos. Esta é a conclusão de um estudo recentemente publicado na Suíça.

Os grupo de pesquisadores da Universidade de Zurique e universidades alemãs abordam mais uma vez o polêmico tema da Síndrome do Alcoolismo Fetal (FAS).

Cerca de 40 pessoas com FAS ou FASD (Espectro de Desordens causadas pela Síndrome do Alcoolismo Fetal) foram acompanhados durante um período de vinte anos, desde os primeiros momentos da sua infância.

O estudo, cujos resultados foram publicados na Revista dos Pediatras (http://www.jpeds.com), explicou que, apesar de alguns problemas físicos como deformidades cranianas e faciais terem melhorado com o tempo, homens cujas mães haviam consumido álcool durante a gravidez mantiveram um peso corporal insuficiente, enquanto as mulheres sofreram de excesso de peso.

O professor Hans-Christoph Steinhausen, da Universidade de Zurique, em colaboração com o pediatra berlinense Hans-Ludwig Spohr, apresentaram, pela primeira vez, provas que demonstram a persistência “de problemas intelectuais e de conduta que impedem a maior parte dos indivíduos de trabalhar ou viver de maneira satisfatória e independente”.

Muitos conservaram deficiências mentais que limitaram suas oportunidades de emprego e que os obrigaram a manter-se dependentes dos serviços de assistência social.

Os pesquisadores ressaltaram que ainda não é possível determinar o nível de álcool capaz de causar danos ao feto, porém a recomendação mais importante é de que as mulheres limitem o consumo a não mais do que um copo por dia.

Steinhausen e seus colegas investigaram também o impacto do consumo ilícito da droga, trabalhando com toxicômanos que participam de um programa suíço de reabilitação.

Inteligência

As provas demonstraram que os níveis de inteligência dos filhos de mães dependentes de substâncias tóxicas eram consideravelmente inferiores aos da média suíça. “Detectamos um excesso de crianças com um funcionamento intelectual abaixo da normalidade”, explicam.

Durante o estudo se tomou em conta os riscos biológicos e psicossociais para determinar seu impacto sobre o desenvolvimento das crianças. Entre tais fatores estão a rede social da mãe, as características da sua dependência, assim como sua própria inteligência e o estado psicológico.

Os pesquisadores também determinaram a carência de um grupo de apoio, o baixo nível de educação e as desordens mentais entre as mulheres contribuíram para o desenvolvimento de problemas de conduta entre seus filhos. Também foi descoberto que o abuso na utilização de substâncias tóxicas na fase pré-natal, de maneira predominante a heroína ou a metadona, era o único fator que tem um efeito negativo sobre o coeficiente intelectual.

swissinfo com agências

Síndrome alcoólica fetal (SAF): caracterizada por retardo do crescimento e alterações dos traços faciais, que se tornam menos evidentes com o passar do tempo. Somam-se a estes, alterações globais do funcionamento intelectual, em especial déficits de aprendizado, memória, atenção, além de dificuldades para a resolução de problemas e socialização.

Epidemiologia: a síndrome alcoólica fetal é considerada a causa mais comum de retardo mental infantil de natureza não-hereditária.

A síndrome alcoólica fetal advém da combinação do beber materno excessivo com diversas modalidades de fatores de risco. A compreensão etiológica da SAF permanece com algumas imprecisões e carece de estudos mais abrangentes e aprofundados. Além disso, os critérios diagnósticos atuais ainda produzem desacordo entre os médicos. Não há, tampouco, marcadores capazes de determinar a ação exata do álcool sobre o feto, assim como a influência da dose sobre o processo de desenvolvimento da síndrome. (fonte: Albert Einstein – Sociedade Beneficente Israelita Brasileira)

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