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Fabricantes de canivete fusionam

Um funcionário da Victorinox lidera a parada de canivetes suíços. Victorinox

Victorinox, o primeiro fabricante de canivetes suíços, compra seu principal concorrente Wenger.

Para os funcionários da empresa localizada no cantão do Jura, a notícia é um alívio: devido à queda nas vendas após o atentado de 11 de setembro, a Wenger passava por sérias dificuldades financeiras.

A fábrica da Wenger funcionará como unidade autônoma do fabricante de canivetes Victorinox, localizado em Ibach, no cantão de Schwytz. Sua venda representa a entrada de capital necessário à sobrevivência da empresa. Para a Victorinox, a realização do negócio reforça sua posição nos mercados internacionais.

“A cruz suíça continua em mãos helvéticas. Esse é o melhor meio de continuar a produzir um produto de qualidade superior e de grande fama internacionalmente. Ao mesmo tempo queremos enfrentar a realidade da dura concorrência nos mercados internacionais”, explica Carl Elsener, diretor da Victorinox.

Jean-Jacques Gunzinger, chefe da Wenger, também vê a fusão com o ex-concorrente de forma positiva: – “Essa solução é a melhor que poderia ser encontrada para a nossa empresa, pois o aporte financeiro da Victorinox nos ajuda nesse período de consolidação”.

Reestruturação na Wenger

Desde que o canivete suíço passou a ser visto como um objeto de risco após atentado de 11 de setembro de 2001, os dois fabricantes vinham sofrendo perdas consideráveis. O produto já foi dos presentes preferidos nas lojas dos aeroportos internacionais.

Outro problema é a comercialização de cópias dos canivetes, fabricadas muitas vezes em países asiáticos como a China.

No projeto de reestruturação, a Wenger precisa reposicionar no mercado produtos como o canivete “Swiss Army Knife” e também verificar quais as possibilidades de sinergia com a Victorinox, como na fabricação, no marketing e na informática. As duas empresas devem sair do vermelho apenas a partir de 2006.

1500 empregos

A fusão das duas empresas faz com que a Victorinox passe a ter 1.500 funcionários e um faturamento da ordem de 400 milhões de francos. No setor de cutelaria, a empresa de Schwyz teve em 2004 um faturamento de 169 milhões de francos, contra 23 milhões da Wenger.

Fornecedores exclusivos das forças armadas suíças dos canivetes fornecidos aos seus soldados, as duas firmas produzem juntas 25,7 milhões de exemplares por ano.

Distribuídos em 150 países do mundo, os produtos que são mais conhecidos apenas como “canivetes suíços” são reconhecidos pela cor vermelha e a cruz branca. Esta difere um pouco no seu design entre os canivetes Wenger e Victorinox.

Alívio no cantão do Jura

A venda da Wenger é um alívio para os funcionários da pequena empresa localizada em Delémont. Em fevereiro sua direção já havia anunciado a supressão de 35 dos 180 postos de trabalho existentes. Porém as negociações com os sindicatos permitiram salvar seis empregos. Os 29 funcionários restantes receberam sua carta de demissão no final de março.

swissinfo com agências

O canivete original de soldado tem o corpo de alumínio com o a cruz suíça.
O canivete de oficiais tem o corpo em vermelho e ainda oferece um saca-rolhas.
Victorinox e Wenger suprem as necessidades das forças armadas suíças.
O canivete de oficiais da Victorinox existe em mais de 100 diferentes combinações. O mais conhecido é o modelo “SwissChamp”, com 33 diferentes funções.
O “SwissChamp” é feito de 64 partes separadas e passa por mais de 450 processos na sua produção.

O fabricante de canivetes Victorinox foi criada em 1884 em Ibach, no cantão de Schwytz.

Wenger foi fundada em 1893 em Delémont, no cantão do Jura.

As duas empresas são as únicas autorizadas a produzir os famosos canivetes suíços.

Muitos canivetes “suíços” são copiados também em países como os Estados Unidos ou China.

Depois do atentado terrorista de 11 de setembro de 2001, os dois fabricantes viram os faturamentos abaixar em 20% devido à proibição mundial de transporte dos canivetes durante vôos.

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