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FARC só dialoga com zona desmilitarizada

Cartazes em San Vicente del Caguan, na zona demilitarizada ocupada pelas Farc Keystone

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia creem na paz sem descartar a guerra. A afirmação é de Olga Lucia Marín, filha do comandante das Farc, Manuel Marulanda, em entrevista à swissinfo.

A Suíça faz parte do grupo de 10 países “facilitadores” do processo de paz na Colômbia e a diplomacia helvética está empenhada em encontrar uma solução para o impasse em que se encontram as negociações.

Condição fundamental

O presidente colombiano Andrés Pastrana, em fim de mandato, deu prazo até domingo para as Farc, maior grupo guerrilheiro da Colômbia, deixarem a zona desmilitarizada que ocupa no sul do país, desde o início das negociações de paz, 3 anos atrás.

Em entrevista exclusiva a Marina Gartzia, da redação em espanhol de swissinfo, Olga Lucia Marín, delegada da direção internacional das Farc para a Suíça e outros países europeus, explica o que pode ocorrer depois de 20 de janeiro.

– É difícil saber o que vai acontecer com esse governo, que não tem um plano de paz. Queremos deixar claro que as Farc só negociam se for mantida a zona desmilitarizada. Isso é uma condição fundamental. Do contrário, é possível que o processo se acabe.

Depois de sublinhar que em poucos dias não será possível um acordo de trégua que não se conseguiu em 3 anos de negociações, a representante guerrilheira lança um apelo às organizações de defesa dos direitos humanos para que protejam a população civil (cerca de 100 habitantes) da zona desmilitarizada.

Solução política ou via militar

– O perigo é maior sobretudo para os habitantes acusados de colaborar com a guerrilha porque é possível que os paramilitares entrem na região.

Olga Lucia Marín disse que é fundamental ter uma agenda para resolver os problemas da Colômbia e que se isso não for possível com esse governo, as Farc procurarão conversar com o próximo governo, se houver condições.

– Acreditamos que nunca deve-se descartar uma saída política pacífica. Usaremos toda nossa capacidade e nosso esforço na procura de soluções políticas. Mas, se ela não é possível, então seguiremos pela via militar.

swissinfo

OBS: para a íntegra da entrevista, consulte a página em espanhol de swissinfo:

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