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Forte presença suíça em Porto Alegre

Mais de 100 mil pessoas vão participar do FSM, em Porto Alegre. Keystone

Com cerca de cinqüenta pessoas, a delegação suíça ao 5° Fórum Social Mundial - de 26 a 30 de janeiro - será a mais importante até agora.

Depois de Mumbai, na índia, no ano passado, a sociedade civil internacional volta para Porto Alegre, onde nasceu o FSM, em 2001.

ONGs na linha de frente

«As Ongs estão particularmente bem representadas e não somente as que se dedicam ao desenvolvimento, afirma Sérgio Ferrari, secretário-geral da E-Changer. A seção suíça da Anistia Internacional, por exemplo, vem pela primeira vez”.

Outra constação de é que “há dois anos, a Comunidade de Trabalho das Obras e Ajuda participa ativamente, o que é muito bom”, afirma Pierre-Yves Maillard. “Antes, tínhamos apenas alguns representantes de Caritas e algumas outras entidades”.

A Direção de Desenvolvimento e Cooperação (DDC), órgão do governo suíço, participa desde o primeiro FSM. Este ano, ela enviou três representantes da direção.

«Com mais de cinqüenta pessoas, esta delegação é a mais numerosa e a mais representativa que tivemos em cinco anos”, comemora Sérgio Ferrari, do grupo de coordenação do Fórum Social Suíço.

Ele também é responsável da comunicação do movimento E-Changer, um dos organizadores da viagem dos suíços a Porto Alegre.

O E-Changer, de inspiração cristã, conhece bem o Brasil para onde envia boa parte dos voluntários que recruta para trabalhos sociais e de desenvolvimento.

Por isso, a delegação suíça ao FSM sempre visita diferentes projetos de cooperação entre parceiros suíços e brasileiros, para conhecer um pouco a realidade de perto.

Nenhum ministro

Se a DDC é bem presente, o governo oficial não manda representantes a Porto Alegre, achando que não é esse o seu papel.

“O Fórum é um espaço da sociedade civil, um outro espaço democrático que não quer se substituir os parlamentares nem os governos”, lembra Pierre-Yves Maillard.

“Nesse sentido, ficou claro desde o início que os políticos poderiam participar em caráter privado e não no exercício de suas funções”, acrescenta o secretário-geral do E-Changer. Ele próprio é deputado federal e membro do governo do Cantão de Vaud.

Rosa, vermelho e verde

O caso dos deputados é um pouco diferente porque existe em Porto Alegre o Fórum Parlamentar Mundial, organização paralela ao FSM, da qual podem participar individualmente.

Este ano, são oito os deputados federais suíços, todos eleitos por partidos à esquerda do espectro partidário do país.

“Não se trata de seleção de nossa parte, precisa Pierre-Yves Maillard. É que o centro e direita consideram que o FSM é de esquerda, mesmo se não é bem assim, em Porto Alegre”.

Este ano, um deputado federal da UDC (o mais à direita dos quatro partidos que governam a Suíça) estava inscrito mas desistiu de viajar na última hora por problemas de saúde.

Espaço para os jovens

Além da delegação, haverá outros suíços em Porto Alegre, sobretudo representantes de organizações não-governamentais.

Outra experiência é a de um grupo de 20 adolescentes de Genebra, que preparam a viagem há um ano, uma inciativa do Grupo de Ligação das Associações de Jovens.

Eles farão um filme no Brasil e, na volta, vão apresentá-lo publicamente.

swissinfo, Marc-André Miserez, Porto Alegre
adaptação: Claudinê Gonçalves

O FSM incluiu em seu programa uma proposta de solidariedade com o sudeste asiático, devastado pelo tsunami.
O Fórum vai pediu a anulação total, imediata e sem condições da dívida dos países atingidos, num total de 272 bilhões de dólares.
Os organizadores precisam que essa medida nada tem a ver com as propostas do G8 e do Clube de Paris, que preconizam apenas uma moratória da dívida.

– A primeira edição do FSM foi em 2001, em Porto Alegre.

– O FSM se considera como anti-Fórum de Davos, por isso ocorre nas mesmas datas.
Reúne movimentos e organizações do mundo inteiro contrárias à globalização neoliberal.

– Este ano, organizadores contam com a participação de mais 100 mil delegados de 3 mil movimentos e ONGs de 120 países.

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