Perspectivas suíças em 10 idiomas

Fortuna de mafioso é confiscada em Zurique

Membro da "yakuza", a máfia japonesa, lavava dinheiro no banco suíço Credit Suisse. Keystone

A justiça do cantão de Zurique irá confiscar 61 milhões de francos suíços depositados em conta no Credit Suisse por Susumu Kajiyama, um membro suposto da máfia japonesa “Yakuza”.

Caso foi relevado pelo jornal econômico japonês “Nikkei”. Redator duvida que o dinheiro irá retornar ao Japão. Porta-vozes do Credit Suisse não comentam o fato.

Segundo o jornal, o cantão de Zurique irá confiscar 61 milhões de francos suíços, depositados em contas suíças pelo cidadão japonês Susumu Kajiyama.

Denominado o “rei do crédito a taxas de agiota”, esse suposto membro da máfia japonesa “Yakuza” utilizou o banco Credit Suisse para lavar na Suíça uma grande parte dos lucros que a organização criminosa obtém dessas atividades ilegais.

“Esse caso está sendo tratado através de um pedido de cooperação judiciária entregue pelas autoridades japonesas à justiça suíça em Zurique. Nós nos abstemos de fazer qualquer comentário”, declarou um porta-voz do banco suíço em Tóquio.

Pedido confirmado

Em junho, Ivo Hoppler, procurador no cantão de Zurique e encarregado desse dossiê, havia confirmado o pedido de cooperação judiciária das autoridades japonesas.

Hoje, porém, o maior diário japonês especializado em economia afirma que a fortuna do mafioso japonês corre o risco de não sair mais dos cofres do cantão suíço. No Japão não existem leis que permitem a repatriação de dinheiro lavado na Suíça pelos seus grupos de crime organizado.

O cantão de Zurique solicitou ao Japão que lhe seja enviado um pedido de repatriação dos fundos encontrados nas contas, bloqueadas em novembro do ano passado pelo Credit Suisse. O dinheiro foi transferido logo após para uma conta no Banco Cantonal de Zurique.

Segundo o Nikkei, o cantão de Zurique ainda não recebeu nenhuma resposta das autoridades japonesas. Um anúncio publicado no Diário Oficial do cantão fixava dois de novembro como o último dia de entrega de recurso contrário à repatriação do dinheiro. Preso e ocupado com seu processo, Susumu Kajiyama não manifestou nenhuma objeção até o momento.

O governo cantonal já iniciou os procedimentos judiciários para confiscar o dinheiro ilegal. Caso o governo japonês não o reclame, ele permanecerá nos cofres do Banco Cantonal de Zurique.

Susumu Kajiyama havia recebido apoio de um funcionário de alto escalão do Credit Suisse em Hong Kong para transferir o dinheiro do Japão para a Suíça. Este foi preso em Tóquio logo que o caso foi descoberto. O banco suíço declara não saber dos contatos mantidos pelo funcionário com a Yakuza.

swissinfo, Georges Baumgartner em Tóquio
traduzido por Alexander Thoele

Certificação JTI para a SWI swissinfo.ch

Mostrar mais: Certificação JTI para a SWI swissinfo.ch

Veja aqui uma visão geral dos debates em curso com os nossos jornalistas. Junte-se a nós!

Se quiser iniciar uma conversa sobre um tema abordado neste artigo ou se quiser comunicar erros factuais, envie-nos um e-mail para portuguese@swissinfo.ch.

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR