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Friburgo é porta de entrada nas universidades

Local dos cursos pré-universitários em Friburgo. swissinfo.ch

Na cidade, 200 alunos fazem curso intensivo de língua – francês ou alemão – com o objetivo de entrar em universidade suíça. Outros 150 consagram dois semestres a curso preparatório...

Friburgo é passagem quase obrigatória para se chegar à universidade.

Estudar na Suíça não está ao alcance de todos, mas é possível e às vezes até funciona o jeitinho (a maneira habilidosa e bastante característica de os brasileiros conseguirem algo).

A primeira etapa para quem queira estudar na Suíça ocorre no próprio país. No Brasil, por exemplo, consiste em consultar o Ministério das Relações Exteriores. É no Ministério que se realiza uma triagem inicial de candidatos a bolsistas do governo suíço.

O caso de Wellerson

Existe, de fato, possibilidade de ganhar uma bolsas de estudos na Suíça, mas elas são disputadas e limitadas. No que diz respeito a brasileiros, faz cerca de 10 anos, que a Suíça atribui bolsas unicamente para pós-graduação. Para consegui-las é preciso, porém, batalhar firme.

Veja o caso de Wellerson Miranda Pereira, advogado de Brasília, 26 anos, que faz especialização sobre direito do consumidor na cidade de Lausanne.

Uma vez que ele obteve informações detalhadas sobre as condições da candidatura, Welllerson diz ter passado um mês “procurando ou traduzindo documentos, buscando cartas de recomendação de professores e redigindo cartas de motivação”.

Uma vez pronto e entregue o dossiê e realizada a seleção dos candidatos pelo Ministério, em que se saiu bem, a segunda peneirada aconteceu na embaixada suíça, em Brasília. Ele foi entrevistado e submetido a teste na língua em que ele queria estudar, no caso o francês. Mas poderia ter sido o alemão, se tivesse desejado estudar em Berna, Zurique, Basiléia ou St.Gallen.

Wellerson foi informado um mês após a entrevista de que seu pedido havia sido encaminhado à Comissão Federal de Bolsas, em Berna. E só 8 meses mais tarde recebeu a resposta, positiva, ou seja, a confirmação de que fora aceito como “bolsista da Confederação”.

Segunda etapa

No caso de Wellerson, só faltava ele seguir com êxito um curso de aperfeiçoamento de francês para poder chegar ao que queria, ou seja ao curso de especialização.

Nas diferentes etapas para se conseguir estudar em universidade suíça – uma vez completada a burocracia – a primeira iniciativa é o pedido de matrícula. A instituição escolhida examina então, em pormenores o dossiê do candidato.

É raro que o diploma seja reconhecido 100% , que os conhecimentos de língua sejam suficientes para seguir os cursos e que nada se oponha à aceitação.

Em geral, as circunstâncias são as seguintes: o diploma é aceito, mas os conhecimentos lingüísticos são insuficientes. Ou o diploma é apenas par-ci-al-men-te aceito.

Nos dois casos o ingresso na universidade vai depender de seguir com êxito um curso de língua ou de passar um exame de admissão (algo parecido com o “exame vestibular”, no Brasil).

Friburgo no caminho

Nesse “longo percurso do combatente”, como diriam os franceses, o estudante estrangeiro acaba chegando a Friburgo, único lugar na Suíça onde se realizam os cursos oficiais que facilitam acesso a uma instituição de ensino superior no país.

No verão de 2003, por exemplo, havia, em Friburgo, 300 candidatos estudando línguas no curso estival intensivo. E de outubro de 2003 a junho de 2004, a lista de estudantes dos cursos intensivos de língua, de dois semestres, inclui198 nomes. E os estudantes que se preparavam do Curso Preparatório à Universidade chegam a 157.

Note-se que existe ainda a perspectiva desagradável de o diploma não ser reconhecido. Exige-se então um exame de “madureza federal” que inclui 10 matérias . Esse exame é preparado durante 3 anos, aproximadamente. Mas geralmente não vem ao caso, porque para quem vem de países de moeda fraca, fica muito caro estudar na Suíça.

Não havendo reconhecimento do diploma seria, de fato, melhor fazer um ou dois anos de universidade no próprio país e tentar depois entrar em universidade suíça. É, em todo o caso, um caminho mais curto.

(Detalhes relativos aos cursos em Friburgo em “sobre o mesmo assunto”, acima).

swissinfo, J.Gabriel Barbosa

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