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Galerias dos cinco continentes expõem em Basiléia

Dentes de acrílico sobre um tabuleiro de xadrez, do brasileiro Tunga. swissinfo.ch

Até segunda-feira, 20 de junho, a cidade de Basiléia é a capital mundial da arte. A 36ª. ArtBasel exibe os trabalhos de 1500 artistas dos séculos 20 e 21.

Ao longo desses dias, estima-se que circulem pela famosa feira cerca de 50 mil pessoas, entre visitantes, artistas e colecionadores.

O evento reúne trabalhos de 275 galerias, escolhidas entre as 800 inscritas por um comitê rigoroso. “A qualidade de uma feira não está no aumento do número de galerias mas no bom nível dos trabalhos apresentados”, diz Victor Gisler, membro do comitê de arte da feira.

Uma galeria portuguesa

Todos os anos, esse grupo passa pelo menos 20 dias analisando o acervo e o nível dos trabalhos que serão expostos. Depois, acompanha também a montagem dos stands, cabendo às galerias a responsabilidade de repor os trabalhos vendidos por outro de igual ou superior nível técnico.

Os cinco continentes estão representados na feira. “A globalização é um fenômeno que chegou também ao mundo da arte. E cada vez mais temos a participação de continentes como América Latina e Ásia”, diz Samuel Keller, diretor da mostra.

De stand em stand, pode-se dar um giro pelos diferentes estilos, traços e cores. Muitas galerias exibem acervos como Henri Matisse, Fernand Léger, Pablo Picasso, Joan Miró, Andy Wahrol, Roy Lichtestein, Mark Rotko, entre outros já consagrados. Mesmo quem não quer comprar nada, aproveita para admirar uma obra de qualidade.

“Somos a única galeria portuguesa e isso nos dá muita alegria”, diz a marchand Cristina Guerra. De acordo com ela, para participar da mostra é preciso investir e nem sempre isso é possível para suas concorrentes. Cerca de 16 artistas têm seus trabalhos expostos no stand português como João Louro, Rui Toscano, Matt Mullican e Rosângela Rennó.

Artistas brasileiros

Apenas três galerias brasileiras estão na feira: A Fortes Vilaça, a Millan Antonio e a Luisa Strina. “Participamos de outras feiras internacionais, mas, sem dúvida, a de Basiléia é a mais importante e nossos artistas são bem aceitos pelo mercado”, explica Alexandre Gabriel, da Fortes Vilaça. A galeria trouxe trabalhos de 30 artistas como Adriana Varejão, Leda Catunda, Iran do Espírito Santo, entre outros.

Esse é o segundo ano da galeria Millan Antonio na mostra, que resolveu não só levar seus talentos consagrados – Mira Schendel, Lygia Pape, Alfredo Volpi -, mas também Renata Lucas, Thiago Rocha Pitta e mais alguns. No primeiro dia de feira, a galeria já tinha vendido cerca de sete peças. “Acho que estamos marcando o terreno e agora fica mais fácil para trabalharmos”, explica André Millan.

Mas a mostra contempla um espaço para os novos talentos: Art Statements, que apresenta 17 trabalhos como desenhos, esculturas, instalações, performances e multimídia. Apenas 71 artistas passaram pelo crivo do comitê, que recebeu as inscrições de 218 interessados. A mostra está no segundo andar e reúne cinco trabalhos norte-americanos e ingleses, três alemães, dois franceses, um dinamarquês e outro ucraniano.

Espaço para os novos talentos

Outra exposição é a Art Unlimited, com 72 projetos apresentados das mais diversas formas. É uma área de 12 mil metros quadrados com diferentes instalações, que atraem, divertem e às vezes assustam o público.

O espanhol Federico Guzmán colocou uma canoa dentro de uma garrafa plástica, mas não se trata de uma mostra de miniaturas: a instalação ocupa mais de 2,5 metros. Depois disso, o visitante pode passar por uma vegetação – com fog, umidade – criada pelo sueco Henrik Hakansson. Já o trabalho Broker, do italiano Gianni Motti, cria uma situação desconfortável para os visitantes: ele aprisionou um homem de terno numa jaula.

Fora da feira, algumas instalações, Public Art Projects, transformaram a Messeplatz. É o caso do trabalho do brasileiro Tunga: são 32 dentes enormes de acrílico sobre um tabuleiro de xadrez – diversão comum de muitos moradores de Basiléia na mesma praça.

Já o japonês Tazro Niscino está fazendo a alegria de muitas crianças que passam pela rua – os pais só precisam de muito fôlego. Para ver seu trabalho, Mir ist seltsam zumute, o visitante tem de subir, de degrau em degrau, 30 metros. A subida tem um apelo turístico: pode-se ver mais de perto a bela catedral de Basiléia.

swissinfo, Lourdes Sola, Basiléia

800 galerias estavam inscritas para a ArtBasel 2005
250 foram selecionadas, dos cinco continentes
A Galeria Guerra, de Portugal, apresenta 16 artistas
Três galerias brasileiras estão na feira: A Fortes Vilaça, a Millan Antonio e a Luisa Strina
ArtBasel está aberta de 15 a 20 de junho.

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