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Ganha quem encontrar mais ouro

Os garimpeiros precisam ser rápidos para encontrar as minúsculas particulas de ouro colocadas em baldes de areia. swissinfo.ch

Uma competição diferente ocorre de 12 a 17 de agosto em Willisau, cidade próxima a Lucerna: o Campeonato Mundial de Garimpagem 2003.

Mais de 607 competidores, vindos de 22 diferentes países, tentam provar que são mais rápidos que os outros para encontrar ouro na bateia.

Os competidores já estão na fila e aguardam ansiosos a ordem de entrar na área da competição. Eles vêm de países como a Finlândia, Suécia, França, Itália ou até mesmo África do Sul e Japão. Cada um está equipado com bateias, o recipiente de madeira ou metal, de fundo cônico, onde cascalho, minério ou aluvião são revolvidos em busca de pedras e metais preciosos.

Quando é dada a largada, todos correm para bacias numeradas repletas de água. Na frente de cada uma delas está localizado um balde contendo de 15 a 20 quilos de areia, previamente misturada, com minúsculas partículas de ouro. Só os juízes do campeonato sabem quantas são.

As regras são simples: ganha o título de melhor garimpeiro do mundo quem conseguir encontrar, no menor tempo possível, a maior quantidade de ouro. Para cada partícula perdida, os competidores são punidos com cinco minutos.

Um sueco é o bicampeão

Se tiver a sorte do ano passado, o bicampeão de 2001 e 2002, o sueco Ken Karlsson, levará mais uma vez o troféu. “Porém a concorrência esse ano está bem forte”, afirma.

Sentados nas banheiras, cada um começa a separar freneticamente o cascalho. Somente pessoas experimentadas conseguem encontrar na água escura e no meio de pedras e outras partículas o metal brilhante.

Essas seriam as condições semelhantes às vividas por um garimpeiro nas florestas da Guiana Francesa ou no Alaska. Os primeiros anunciam aos juízes que terminaram e colocam as raspas de ouro num tubo de ensaio. Então começa a contagem de pontos.

O Campeonato de Garimpagem 2003 é um dos torneios mais curiosos do mundo. Pela primeira vez ele está sendo organizado na Suíça: em Willisau, uma pequena cidade próxima a Lucerna, região central.

Mais de 607 “garimpeiros” se inscreveram na competição. Eles representam, ao todo, 22 países. Os mais representados são Suíça (98), Finlândia (69), Polônia (67), França (58), Alemanha (47) e Itália (40). Porém alguns participantes vieram até de longe, como Estados Unidos, Japão e África do Sul. Nenhum representante da América Latina estava presente.

A garimpagem é também um “hobby”

“Na realidade, aqui na Europa nós procuramos ouro como “hobby”. Ninguém vive dessa atividade. Os garimpeiros do sul, como os brasileiros que atuam nas matas da Guiana Francesa, são os verdadeiros especialistas. Eles já fazem isso há várias gerações”, explica um francês que mantém um estande durante o campeonato, onde são vendidas pepitas de ouro, manuais e bateias de última geração.

O prêmio para o vencedor do Campeonato Mundial de Garimpagem é humilde: o ganhador pode levar o ouro que ele encontrou na areia. Ninguém pode ficar rico com essa pequena quantidade, porém “trata-se de ouro de 18 quilates”, explica o regulamento.

O primeiro campeonato de garimpeiros ocorreu em 1977 na Finlândia. Nos últimos anos, esse país nórdico abocanhou a maior parte dos troféus.

A Suíça também é um país de garimpeiros. O ouro começou a surgir a partir da formação dos Alpes há 50 milhões de anos. Sendo mais pesado do que qualquer mineral, o precioso metal acabou sendo transportado para a planície através dos rios ou da neve derretida.

Já os romanos e os primeiros povos helvéticos exploravam o metal. Depois da exploração no passado, hoje ele pode ser encontrado em poucas quantidades nos córregos ou pequenas bacias. Por isso as regiões próximas aos Alpes são tão queridas pelos suíços que têm na procura do ouro o seu “hobby” preferido.

swissinfo, Alexander Thoele em Willisau

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