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Genebra terá centro avançado em neurociência

O escâner de resonância magnética é um instrumento importante deste centro único. Keystone

A Universidade de Genebra acaba de inaugurar um laboratório especializado em estudos do cérebro e do comportamento humano.

Em março de 2009, 200 cientistas começarão a trabalhar nesse espaço que deverá ser futuramente a sede regional de neurociência, com várias equipes de pesquisadores.

No início desta semana, a Universidade de Genebra apresentou o escâner de ressonância magnética (de 13 toneladas) de última tecnologia (MRI, na sigla em inglês) e seu Laboratório do Cérebro e Comportamento (Brain and Behavior Laboratory – BBL), adquirido graças a uma doação de 6 milhões e francos suíços da Sociedade Acadêmica de Genebra.

O aparelho é parte de um investimento de longo prazo da universidade em neurociência para a criação de um centro europeu único no gênero.

“É o primeiro laboratório deste tipo no mundo que disporá de uma extraordinária variedade de técnicas e metodologias para estudar as emoções”, explica Klaus Scherer, diretor do Centro Suíço de Ciências Afetivas.

Tratamento efetivo

O BBL também contém um laboratório do sonho, uma unidade de realidade virtual e um eletroencefalograma (equipamento que detecta e registra ondas cerebrais). Será portanto possível registrar emoções produzidas no laboratório de realidade virtual e gravar durante o sono a atividade funcional e elétrica do cérebro.

“Com o BBL temos um grande número de possibilidades em neurociência, neurologia, psiquiatria psicologia e psicofisiologia”, afirma à swissinfo Patrick Vuilleumier, diretor do Centro de Neurociência da Universidade de Genebra

“O objetivo é compreender as funções e disfunções cerebrais”, acrescenta. “Estamos centrados na pesquisa das doenças neuro-degenerativas como alzheimer e esclerose múltipla ou desordens psíquicas mas, para fazer novos diagnósticos, temos que entender melhor como funciona o cérebro e como suas diferentes regiões estão conectadas”, precisa Veuilleumier.

“Com relação à esclerose múltipla, por exemplo, o ideal será um diagnóstico o mais precoce possível para que o tratamento seja mais eficaz”.

O potente aparelho também será utilizado para observar como interagem as distintas regiões do cérebro, função ou disfunção, em particular estudando hemorragias cerebrais.

Os pesquisadores do BBL estudarão também como o cérebro reage à música e também o que ocorre sob influência da hipnose.

Centro regional

Segundo o American Journal of Science, a região do lago Léman é considerada como o terceiro centro de neurociência mais importante da Europa, depois de Oxford e Cambridge, na Grã-Bretanha.

Existe uma estreita colaboração entre as universidades de Genebra e Lausanne, entre suas clínicas universitárias e com a Escola Politécnica Federal de Lausanne (EFPL), com mais de 80 grupos de pesquisa em neurociência.

“Durante os últimos 10 anos houve um aumento significativo em todos os campos da neurociência em nossa região e isso atrai cientistas jovens e novos grupos de pesquisa”, afirma Vuilleurmier.

Em 2007, os pesquisadores de Genebra publicaram 432 artigos de neurociência, à frente de Lausanne (254 artigos) e atrás da Escola Politécnica Federal de Zurique (EFPZ) e da Universidade de Zurique (ambos com 786 artigos, somados).

“Com a Faculdade de Neurociência da Universidade de Genebra, o Centro Suíço de Ciências Afetivas e o Centro de Biomédica da Lausanne, as coisas começam a tomar forma na região como uma grande esperança para o futuro”, diz Jean-Dominique Vassalli, reitor da Universidade de Genebra.

O governo estadual de Genebra anunciou recentemente que pretende transformar um bairro da cidade (Jonction), instalando um centro de neurociência e artes, residências para estudantes e um parque. O projeto deverá ser concluído em 2015.

swissinfo, Simon Bradley, Ginebra

A neurociência estuda o sistema nervoso de maneira pluridisciplinar como Biologia, Química, Física, Eletrofiosiologia, Informática, Farmacologia, Genética etc.

Dentro de uma nova concepção da mente humana, todas essas pesquisas são necessárias para compreender as origens das funções nervosas.

Pretende-se entender inclusive as funções mais sofisticadas como pensamento, emoções e comportamentos.

Na Suíça, a comunidade da neurociência tem mais de mil membros.

Existe uma boa cooperação entre as universidades de Genebra e Lausanne, as clínicas universitárias e a Escola Politécnica Federal de Lausanne, com mais de 80 grupos de pesquisa.

Zurique também tem sinergias nessa área, entre os 440 pesquisadores e os 100 grupos de trabalho na Universidade de Zurique e na Escola Politécnica Federal.

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