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Genocídio armênio tem processo histórico

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Pela primeira vez, um tribunal suíço vai julgar pessoas acusadas de negar publicamente um outro genocídio que não o de judeus (Holocausto). 17 turcos estão no banco dos réus por terem negado o massacre de armênios, entre 1915 e 1916.

Este conteúdo foi publicado em 04. setembro 2001 minutos

O julgamento que começa terça-feira (04.9), em Berna, é modesto em aparência mas refere-se a um capítulo dramático da história mundial. 17 cidadãos turcos, entre eles 12 residentes na Suíça são acusados de colocarem em dúvida, publicamente, o massacre de 800 a 1,5 milhão de armênios durante a Primeira Guerra Mundial, pelo então império otomano.

Exterminação maciça de armênios

Os acusados estão enquadrados em artigo do Código Penal suíço sobre a discriminação racial, com pena de prisão ou multa para quem, publicamente, "negar, minimizar ou procurar justificar um genocídio ou outro crime contra a Humanidade".

Esta será a primeira vez que um tribunal penal deverá julgar a negação de um genocídio que não seja o Holocausto nazista contra os judeus. 6 anos atrás, houve um caso similar na França, mas o tribunal não pronunciou julgamento porque a lei anti-racista francesa prevê punição somente para a negação do Holocausto.

O argumento oficial da Turquia

A queixa na Suíça foi devido divergências entre turcos e armênios na Suíça. Duas organizações armênias fizeram uma petição pedindo o reconhecimento e a condenação do genocídio. Uma organização turca reagiu declarando "totalmente sem fundamento a comparação com o Holocausto "o deslocamento de populações armênias".

É o mesmo argumento da Turquia, que nega que houve "um grande número de vítimas armênias e atribue o ocorrido a "condições de guerra" e à "fome".

Dois cidadãos armênios residentes na Suíça deram queixa o tribunal admitiu a queixa. O julgamento vai levar 10 dias e, para haver condenação, será necessário provar que houve genocídio, ou seja, vontade deliberada de exterminar parte ou todo o povo armênio. As partes ainda poderão recorrer do veredicto ao Supremo Tribunal suíço.

Michel Walter

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