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Governo pode mudar depois das eleições

É dessas urnas que sairão os novos ministros dia le 12 dezembro próximo Keystone

As eleições legislativas de outubro podem criar novos equilíbrios no Parlamento. As transferências de eleitores entre os maiores partidos lançaria a discussão acerca da repartição dos sete ministérios que formam o governo federal.

A nova ameaça ao que se chama aqui de fórmula mágica – o equilíbrio entre os quatro maiores partidos – também vem do Partido Verde que, pela primeira vez, pode ter mais de 10% dos votos.

Em 2003, após longos debates, o Parlamento havia modificado a “fórmula mágica”, acordo informal que regia, desde 1959, a repartição dos sete ministérios que formam o Executivo entre os quatro principais partidos do país.

Graças à progressão registrada em 2007, o Partido do Povo Suíço (SVP na sigla em alemão, UDC na sigla em francês) obteve um segundo ministério, em detrimento do Partido Democrata Cristão (PDC).

Entretanto, por questões de luta interna no SVP, a atual ministra da Justiça e Polícia, Eveline Widmer-Schlumppf, foi expulsa do SVP e sua ala criou Partido Burguês Democrático (PBD).

Atualmente, o SVP, o PDC e o PBD têm um ministério cada um ; o Partido Liberal Radical (PLR) e o Partido Socialista (PS), dois ministérios cada um.  

Esses equilíbrios é que podem mudar em outubro e o novo Parlamento elege os ministros em dezembro.

Possível mundança de forças

As eleições federais de 21 de outubro podem portanto mudar novamente os equilíbrios no Parlamento, o que relançaria as discussões para modificar novamente a composição do governo. Em 12 de novembro, o Parlamento elege ou reelege os sete ministros por um período de quatro anos.

As últimas sondagens indicam que o SPV e o PS devem manter-se respectivamente como primeiro e segundo maiores partidos. A disputa parece mais aberta para os outros três partidos no governo.

O PDC, por exemplo, pode voltar a crescer e ultrapassar o PLR, atualmente terceiro maior partido. Nesse caso, os democratas cristãos poderiam recuperar um dos dois ministérios do PLR.

Partido Verde em emboscada

Pela primeira vez, uma quinta força política pode embaralhar as cartas. As sondagens indicam que o Partido Verde pode ultrapassar o limite simbólico dos 10% em outubro.

Se a tendência se confirma, os verdes teriam aritmeticamente direito a um ministério. Basta lembrar que somente com 16%, o PLR tem atualmente dois ministérios.

“O cenário de mudança mais provável é justamente do ponto de vista aritmético: os verdes podem ganhar uma cadeira do PLR”, afirma Claude Longchamp, cientista político e diretor do instituto de pesquisa gfs.berna

PDC como fiel da balança

Uma mudança assim reforçaria a aliança rosa-verde (socialistas e ecologistas) no governo e enfraqueceria o bloco de direita formado por SVP e PLR.

“Com esse cenário, o contexto político suíça seria mais interessante”, opina Claude Longchamp. “O PDC ficaria entre dois blocos com três ministros cada um. O único ministro do PDC poderia ter o papel de fiel da balança para cada decisão importante do governo”.

Os verdes já anunciaram estar dispostos a assumir um ministério, mas somente à condição que o ex-ministro
Christoph Blocher, líder carismático do SVP não volte ao governo.

A cada quatro anos, depois das eleições legislativas federais, a Assembleia Federal (Câmara e Senado) elege os sete ministros que compõem o governo federal por quatro anos.

Na Suíça, não existe o cargo de Primeiro Ministro. O Executivo governa o país segundo o princípio da concordância.

Os ministérios são atribuídos aos principais partidos políticos do país levando em contra as forças eleitorais respectivas. A repartição também leva em conta as regiões linguísticas.

Um UDC: Ueli Maurer (defesa e esporte)

Um PBD. Eveline Widmer Schlumpf (finanças)
Um PDC:  Doris Leuthard(energie, transportes, comunicações e meio ambiente)

Dois PS: Micheline Calmy-Rey (relações exteriores) e Simonetta Sommaruga (justiça e polícia)
Dois PLR:: Johan Schneider-Ammann  (economia) e Didier Burkhalter (interior)

swissinfo.ch

Adaptação: Claudinê Gonçalves

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