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Governo suíço enfrenta gripe suína com humor

A personagem Marie-Thérèse Porchet explica em francês como evitar a gripe.

A população suíça aprende com humoristas a se proteger contra gripe A(H1N1). Na avaliação da Secretaria Federal de Saúde (SFS), a campanha de informação sobre a doença potencialmente mortal "na fase atual ainda suporta humor".

Lançada nesta segunda-feira, ela, no entanto, tem uma mensagem séria. “Não é piada. A pandemia da gripe virá”, adverte um spot de TV em alemão, italiano e francês.

“Decidimos antecipar um pouco o lançamento da campanha porque há demanda de informações pela população e, com o retorno das férias, é provável que aumente o número de casos”, disse o diretor da SFS, Thomas Zeltner, nesta segunda-feira (27/7), em Berna. Os custos da campanha são se aproximadamente 3 milhões de francos.

Na versão alemã do spot, o ator e humorista Beat Schlatter adverte que a chamada gripe suína vai colocar metade da Suíça de cama. Ele aconselha lavar bem as mãos várias vezes por dia e, em caso de febre ou outros sintomas de gripe, ficar em casa.

A mesma mensagem é repetida em francês pela personagem Marie-Thérèse Porchet, criada pelo comediante e humorista Joseph Gorgoni, e em italiano pelo cabaretista Ferruccio Cainero.

Cainero parece predestinado para essa campanha. Nascido na Itália e radicado na Suíça, ele se tornou conhecido além das fronteiras helvéticas com seu show “Moinhos de Vento”, em que Sancho Panza, o escudeiro de Dom Quixote, luta contra gigantes imaginários.

Embora, segundo as autoridades suíças, o avanço do gigante exército de vírus A(H1N1) seja real. O país espera para os próximos meses 1,5 milhão de casos da nova gripe. “Começamos com uma nota humorística, mas o assunto é sério”, disse Zeltner. Ele mostrou-se convicto de que “pelo menos nessa fase a gripe ainda suporta humor”.

O slogan da campanha é: “A pandemia vem e não é piada”. Também o site oficial www.pandemia.ch foi reformulado e exibe os spots de tv nos três idiomas (confira na coluna à direita). Os nove spots televisivos da campanha (três em cada idioma), com os títulos “Duas coisas”, “Contagiar” e “Férias”, foram publicados também no Youtube.

Tamiflu sob receita



Zeltner anunciou que, a partir do próximo sábado, os custos com o antiviral Tamiflu para combate à pandemia em determinados grupos de risco serão cobertos pelos seguros de saúde. Na Suíça, o seguro de saúde é obrigatório para todos.

Também para bebês com menos de um ano e mulheres grávidas o medicamento poderá ser receitado em casos isolados sob rigoroso controle médico, disse Zeltner, mencionando uma recomendação do Instituto Suíço de Produtos Terapêuticos (Swissmedic). Nesses casos excepcionais, os custos também serão cobertos pelos seguros de saúde.

As recomendações do Swissmedic referem-se aos medicamentos Tamiflu e Relenza. Devido à escassez de dados para autorizar um uso generalizado por grávidas e bebês, os médicos devem decidir caso a caso.

No caso das grávidas, o médico deve avaliar as vantagens e os riscos para a mãe e a criança. No caso de crianças com menos de um ano, a autoridade recomenda um controle médico quando os bebês tomarem o medicamento.

380 casos conhecidos



Segundo a SFS, até esta segunda-feira à tarde, foram confirmados em laboratório 380 casos de gripe suína na Suíça. Isso corresponde a um aumento de 31 casos desde o comunicado oficial da última sexta-feira, como disse Patrick Mathys, chefe da seção de prevenção a pandemias da SFS.

Mathys, no entanto, presume que o número real de casos na Suíça seja superior, porque nem todos os casos são examinados em laboratório. Entre os 380 casos, 257 pessoas contrairam a doença no exterior, 83 na Suíça e os restantes 40 casos ainda precisam ser esclarecidos.

A Secretaria Federal de Saúde da Suíça não irá mais elaborar uma lista de países e regiões de elevado risco de exposição à gripe. Pessoas que viajarem ao exterior têm de levar em conta que estarão expostas a um risco maior do que na Suíça, disse Mathys.

Até a semana passada, a SFS apontava em seu site as seguintes áreas de risco: América (do Sul e do Norte), Caribe, Austrália, Nova Zelândia, Hong Kong, Japão, Filipinas, Cingapura, Tailândia, Israel, Grã-Bretanha e Espanha, incluindo as ilhas.

Em seu comunicado oficial desta segunda-feira, a autoridade explica que “os dados da Organização Mundial da Saúde sobre a situação epidemiológica não permitem mais apontar com precisão os países em, em comparação com a Suíça, há um risco elevado de infecção”.

Geraldo Hoffman, swissinfo.ch (com agências)

A Secretaria Federal da Saúde (SFS) irá elaborar nos próximos meses recomendações sobre a vacinação.

As autoridades prevêem um forte crescimento do número de infecções a partir de setembro.

Em primeiro lugar, o vírus será trazido à Suíça pelas pessoas que passaram férias no exterior. A transmissão do vírus ocorre em casa e depois as crianças passam a enfermidade para outras. O ciclo continua em outras famílias.

A SFS espera uma vacina para outubro. Os testes começarão a ser realizados até setembro.

Então o medicamento precisa ser autorizado pelos órgãos competentes. Na Suíça este se chama Swissmed.

Segundo o porta-voz da secretaria, a Suíça já encomendou 13 milhões de doses da vacina.

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