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Guerra mostra a importância das telecomunicações

Na Libéria, os aquivos eletrônicos do CICV facilitam a busca de desaparecidos. Keystone

A recente guerra no Iraque mostrou que as Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC) estão se tornando uma ferramenta essencial para proteger civis em períodos de conflito.

Segundo o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), telefones via satélite, rádio e Internet continuam ajudando a salvar vidas.

“Quando nossa equipe em Bagdá permaneceu na retaguarda, depois do início do bombardeio, ela manteve comunicação via rádio conosco”, contou para a swissinfo, a porta-voz da CICV, Antonella Notari.

A Internet e os telefones não funcionavam, de modo que eles usaram receptores de rádio e transmissores para contatar a nós e a todos os demais sobre a situação em terra e alertar a respeito de qualquer perigo iminente”, acrescentou.

Telecomunicações e Internet também estão sendo usadas pela organização sediada em Genebra, para colocar famílias em contato com seus entes queridos.

Famílias Iraquianas

Por exemplo, durante a guerra no Iraque, o CICV ajudou milhares de iraquianos a contatar suas famílias, no exterior, usando telefones via satélites.

“Eles podiam falar por um minuto, para qualquer lugar do mundo, e contar a seus familiares que estavam sãos e salvos e para dar rápidas notícias”, explicou Notari.

A agência humanitária também mantém um site chamado “Link Familiar”, que objetiva colocar parentes em contato, acompanhando os conflitos em países como Iraque, Libéria, Serra Leoa, Kosovo e Bósnia Herzegovina.

Milhares de pessoas acessaram a rede para dizer que eles estavam à procura de alguém ou para informar que estavam vivos e bem, de acordo com Notari.

Um programa similar de mensagens, que utiliza a Internet e faixas de rádio comunitário, também está ajudando a reunir membros de famílias separadas em Angola, alguns dos quais estavam sem contato há décadas.

Prós e contras

Contudo, uma das desvantagens do crescente sucesso das telecomunicações é o fato de que elas estão sendo continuamente usadas pelos grupos rebeldes e terroristas.

Durante o genocídio de 1994, em Ruanda, a estação de rádio pirata, Radio Tele Libre Mille Collines (RTLM) incitou a milícia Hutu a massacrar os Tutsis.

Diretores da rádio foram processados pelo Tribunal Criminal Internacional para Ruanda, acusados de genocídio e crimes contra a humanidade.

“Na maior parte das vezes, o que se vê são certos grupos usando tecnologias de informação para espalhar suas instruções, suas mensagens e sua ideologia”, disse Notari ao swissinfo.

“Enquanto isso, a CICV tenta usar a Internet para ensinar o povo sobre leis humanitárias internacionais e os princípios básicos de humanidade… mas será uma ilusão pensar que podemos reagir contra o uso das TIC por certos grupos”, acrescentou.

Apesar desse aspecto negativo, Notari acredita que o uso das TIC em operações humanitárias continuará a crescer na medida em seus custos barateiam, e suas facilidades se tornam mais amplamente disponíveis e fáceis de serem usadas.

“Há um enorme potencial para desenvolvimento de como as telecomunicações são usadas para ajudar populações ameaçadas”, disse ela.

swissinfo, Anna Nelson de Geneva

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