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Hitzfeld deve comandar seleção suíça após a Eurocopa

Hitzfeld vai trocar o Bayern de Munique pela seleção suíça. Keystone

A nomeação do técnico do Bayern de Munique, Ottmar Hitzfeld, para treinar a seleção da Suíça depende apenas de formalidades.

A imprensa suíça elogia a escolha do sucessor de Köbi Kuhn, que terá a missão de classificar o país para a Copa do Mundo de 2010.

Os torcedores suíços ainda custam a acreditar, mas a imprensa do país já dá como praticamente certa a nomeação do alemão Ottmar Hitzfeld para suceder Köbi Kuhn no comando da seleção a partir de julho deste ano.

A Federação Suíça de Futebol (FSF) anunciou que chegou a um acordo com o atual técnico do Bayern de Munique sobre os “principais pontos do contrato”, cuja assinatura deve acontecer ainda este mês.

Ambicioso e bem-sucedido

Nascido em 1949 em Lörrach, na fronteira da Alemanha com a Suíça, Hitzfeld conquistou seis vezes o campeonato alemão: duas vezes pelo Borussia Dortmund (1995 e 1996) e quatro vezes pelo Bayern de Munique (1999, 2000, 2001 e 2003).

Em 1997 e 2001, ganhou a Liga dos Campeões, um sucesso no patamar mais elevado do futebol europeu, que lhe rendeu nas duas vezes o título de mundial de “técnico do ano”.

Antes disso, sagrou-se campeão suíço como jogador do FC Basiléia em 1972 e 1973, quando foi artilheiro da competiçâo com 18 gols. Como técnico do Grasshopper de Zurique ele conquistou duas vezes o campeonato nacional e três vezes a Copa Suíça.

Futebol ofensivo

Uma das estrelas suíças forjadas por ele foi Stéphane Chapuisat, que ganhou fama como centro-avante do clube alemão Borussia Dortmund (102 gols em 218 partidas) e atuou 103 vezes pela seleção suíça.

Chapuisat caracteriza Hitzfeld como um técnico “muito ambicioso, muito bem-sucedido. Ele cultiva um contato muito bom com seus jogadores. Um dos pontos fortes de Hitzfeld é que ele sabe exatamente como precisa lidar com cada jogador”.

Para Chapuisat, o nome Hitzfeld é sinônimo de “futebol ofensivo e sucesso”. “Ele sabe como se ganha uma partida”, acrescenta.

De olho na Copa 2010

Na opinião do centro-avante, que encerrou sua carreira na temporada 2005-2006 no FC Lausanne, o técnico alemão é um caso de “absoluta sorte” para a seleção suíça, a “Nati”, como é chamada pelos torcedores.

Chapuissat também define uma meta clara para o próximo treinador na Nati: “O mais importante é que, com sua ambição, faça tudo para levar a Suíça à Copa do Mundo de 2010 na África do Sul”.

A provável nomeação de Hitzfeld também empolga os atuais jogadores da seleção suíça. Tranquillo Barnetta, Alex Frei, Marco Streller e Hakan Yakin, entre outros, elogiaram em coro o futuro técnico.

O fato de Hitzfeld não falar francês não deverá ser um obstáculo para a comunicação com os jogadores oriundos do oeste da Suíça. “A maioria deles fala alemão ou inglês”, diz Chapuissat. Além disso, o novo técnico terá um auxiliar que fala francês.

swissinfo, Renat Künzi

Ottmar Hitzfeld disse ao jornal alemão Süddeutsche Zeitung, de Munique, “que treinar uma seleção seria algo grandioso. A pressão e a expectativa na Suíça seriam grandes, mas previsíveis”.

Os comentaristas esportivos suíços não poupam elogios a Hitzfeld, mas advertem também que ele poderá ter uma tarefa mais difícil do que imagina.

No momento, a seleção sonha com a Eurocopa, mas são poucos os suíços que acreditam na conquista do título.

O jornal Tages-Anzeiger, de Zurique, vê Hitzfeld como „solução forte. Ele é um caso de sorte, mas está longe de ser uma garantia de que o futebol suíço será feliz”.

No Bayern de Munique, Hitzfeld também ganha muito mais do que o atual técnico suíço Köbi Kuhn, que tem um salário anual de 600 mil francos suíços (370 mil euros).

Para o Basler Zeitung, de Basiléia, não é o dinheiro que estimula Hitzfeld a trocar o Bayern pela Suíça. “Nunca antes na Suíça um futuro técnico da seleção foi confrontado com tanta expectativa”, escreve o jornal.

O diário sensacionalista Blick elogia a coragem de Hitzfeld, mas questiona: “Por que ele se submete a isso? Ele coloca toda a sua fama em jogo, para no final de sua carreira de sucesso sentir a adrenalina no banco de treinador da seleção nacional”.

Depois que a Alemanha foi eliminada da Eurocopa 2004, em Portugal, Hitzfeld havia recebido uma oferta da Federação Alemã de Futebol para comandar a equipe anfitriã da Copa 2006. Sua recusa provocou severas críticas, porque antes ele havia se oferecido através da imprensa para suceder Rudi Völler.

swissinfo, Geraldo Hoffmann

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