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Holanda espera Alemanha ou Espanha na final

Diego Forlán comemora o 1 a 1 para Uruguai, última seleção sul-americana no mundial. Keystone

A seleção holandesa derrotou a equipe do Uruguai por 3 a 2 e vai enfrentar o vencedor da partida entre Alemanha e Espanha em sua primeira final de Copa do Mundo nos últimos 32 anos.

Depois de esbarrar na retranca uruguaia no primeiro tempo (1 a 1), a “Laranja” tornou-se mais dinâmica na etapa final, marcou dois gols em três minutos e acabou com os sonhos do tricampeonato da última equipe sul-americana no Mundial 2010.

A Holanda venceu o bicampeão mundial Uruguai (1930 e 1950) e vai disputar sua terceira final numa Copa do Mundo, depois de ter sido vice-campeã em 1974 e 1978. O adversário no próximo domingo será a Alemanha ou a Espanha, que disputam a segunda semifinal nesta quarta-feira, em Durban.

Nos primeiros dois minutos da primeira semifinal na Cidade do Cabo, os uruguaios tiveram a posse quase exclusiva da bola; no restante da etapa inicial, ela esteve mais nos pés do holandeses, que tiveram a primeira chance de gol: aos 4 minutos, Kuyt desperdiçou uma bola rebatida pelo goleiro Muslera.

Depois disso, o Uruguai ficou recuado e fechou os espaços. Não foi por nada que o capitão holandês Giovanni van Bronckhorst abriu o placar aos 17 minutos com um chute de 37,6 metros de distância e 109 km/h. Foi apenas seu sexto gol em 106 partidas pela seleção.

Apesar de estar em desvantagem no placar, o Uruguai não mudou seu estilo de jogo defensivo. Aos 40 minutos, porém, os holandeses soltaram um pouco as rédeas do capitão uruguaio Diego Forlán, que empatou o jogo igualmente com um chute da intermediária, contando com um “frango” do goleiro Stekelenburg.

Fora os dois gols, o primeiro tempo foi de um futebol banal, com três cartões amarelos e três impedimentos inexistentes marcados pelo usbeque Rawschan Irmatow, até então considerado o melhor árbitro da Copa. O tão elogiado meio-campo holandês errou muitos passes e mostrou pouca inspiração.

No intervalo, o técnico Bert van Marwijk substituiu De Zweeuw por Van der Vaart, um meia holandês mais ofensivo. Os uruguaios passaram a apertar a marcação sobre os holandeses na saída de bola.

Mesmo assim, a Holanda conseguiu fazer mais pressão. Aos 23 minutos do segundo tempo, Van der Vaart exigiu boa defesa de Muslera, mas Robben não conseguiu empurrar o rebote para a meta vazia.

Dois minutos depois, Sneijder aproveitou uma confusão na área para marcar 2 a 1, mas o gol não deveria ter sido validado, porque Van Persie – em posição de impedimento – dificultou a visão do goleiro uruguaio.

O gol irregular deu novo impulso à “Laranja” e, apenas três minutos mais tarde, Robben aproveitou um cruzamento de Kuyt para ampliar para 3 a 1.

A “Celeste”, como é também chamada a seleção uruguaia, correu atrás do prejuízo. Nos acréscimos, Maxi Pereira ainda descontou para 3 a 2, mas o Uruguai não teve mais tempo para tentar empatar.

Os uruguaios, que haviam chegado à semifinal de forma questionável através das mãos do centroavante Suárez contra Gana, queriam estragar a “festa da final dos holandeses” e sonhavam com a conquista do tricampeonato. Eles vão disputar o terceiro lugar no sábado contra o perdedor do jogo Alemanha x Espanha.

Agora os holandeses, pela terceira vez finalistas, sonham com seu primeiro título mundial. Nas duas vezes anteriores, eles fracassaram com um futebol bonito e “total”, em que cada jogador, em princípio, podia jogar em qualquer posição do campo.

Desta vez, na África do Sul, apostam num futebol pragmático, longe do legendário estilo “Laranja Mecânica” e gostariam de enfrentar a arquirrival Alemanha na final. Eles chegaram à final sem ter pedido ponto e também não mostraram um grande futebol. Mas essa não é mais sua prioridade – eles querem mesmo é ser campeões.

Geraldo Hoffmann, swissinfo.ch

Data: 6/7/10
Local: Estádio Green Point, Cidade do Cabo.
Público: 63 mil pagantes

Uruguai: Muslera; Pereira, Godín, Victorino, Cáceres; A. Pereira (Abreu), Arévalo, Gargano, Pérez; Forlán (Fernández) e Cavani.

Holanda: Stekelenburg; Van Bronckhorst, Mathijsen, Heitinga, Boulahrouz; De Zeeuw (Van der Vaart), Van Bommel, Kuyt, Sneijder, Robben (Elia), Van Persie.

Gols: Van Bronckhorst (HOL), Diego Forlán URU), Sneijder (HOL), Robben (HOL), Maxi Pereira (URU)

Árbitro: Ravshan Irmatov, (Usbequistão). Mostrou cartões amarelos para Maxi Pereira, Sneijder e Van Bommel

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