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Importados da China serão avaliados pelo governo

Brinquedos chineses como os da foto foram recolhidos nos EUA pela empresa Mattel. Keystone Archive

Os anúncios de retiradas de lotes de produtos chineses dos mercados se multiplicam em vários países. Eles provocariam riscos à saúde do consumidor. Agora autoridades helvéticas começam a tomar providências.

O governo anuncia que irá lançar um programa para reforçar o controle dos produtos trazidos para o país. Também importadores e comerciantes terão mais obrigações em relação a segurança da mercadoria.

No ano passado a Suíça importou 2.600 toneladas de brinquedos produzidos na China. Porém o anúncio de retirada de um grande lote de produtos chineses do mercado feito pela varejista americano Mattel colocou-os sobre o olhar crítico de muitos consumidores.

Mães estão inseguras se seus filhos podem colocar pequenos animais ou blocos de madeira na boca, e se poderão ser envenenados pelo chumbo contido na tinta. Desde que a rede de supermercados de brinquedos Toys ‘R’ Us também tirou das suas prateleiras babadores importados, também os produtos têxteis da China se tornaram sinônimo de risco.

Agora o Departamento Federal de Saúde (BAG, na sigla em alemão) entra em campo para tranqüilizar o consumidor e dizer que está tomando providências.

Avaliação de risco

Como explicou um porta-voz do órgão à rádio pública DRS, as autoridades estão elaborando um plano para reforçar o controle das importações, em especial dos brinquedos produzidos na China.

Em conjunto com alfândega helvética, os técnicos do BAG irão preparar um sistema para selecionar os importados que necessitam ser examinados antes de entrar no país. Os produtos bloqueados na fronteira serão posteriormente levados para laboratórios cantonais, onde serão avaliados pelo grau de risco que podem trazer ao consumidor. Caso sejam identificados problemas com os brinquedos, por exemplo, as autoridades anunciam que irão estender o plano.

Em relação aos têxteis, os técnicos irão analisar e determinar os índices máximos de formaldeído, ou formol, substância química às vezes aplicada em roupas para prevenir umidade e dar uma aparência de que estão sempre passadas. A substância pode causar reações alérgicas e irritação na pele, nos olhos e na garganta. Os limites ainda não existem na Suíça e nos países da União Européia.

O porta-voz do BAG ressaltou que não é apenas do governo suíço a obrigação de controlar a qualidade dos produtos que chegam às prateleiras dos supermercados e lojas do país. Nos próximos dias comerciantes e importadores irão receber um comunicado oficial para lembrar-lhes das obrigações legais em relação ao consumidor. Uma delas é cumprir as normas de segurança e qualidade e controlar os produtos, antes destes serem postos à venda.

Campanha chinesa

Os protestos internacionais levaram as autoridades chinesas a tomar providência. Em Pequim, o governo anunciou que irá lançar uma campanha de segurança para os produtos que saem das linhas de produção de suas empresas.

Dentre as medidas previstas, o vice-ministro-presidente Wu Yi declarou na sexta-feira que os órgãos públicos irão adotar uma lista de tarefas e objetivos. “Vamos lutar pela saúde do consumidor e os interesses pessoais, mas também pela marca ‘made in China'”, declarou Wu.

swissinfo com agências

2 de agosto – o gigante norte-americano Fisher-Price mandou recolher mais de um milhão de brinquedos nos Estados Unidos. Os brinquedos retirados, todos feitos na China, continham chumbo na pintura em quantidades superiores às previstas na lei do país.

14 de agosto – A Mattel, líder na produção de brinquedos, está recolhe quase 19 milhões de produtos em todo o mundo por não serem considerados seguros para as crianças. O alerta foi dado para 64 modelos.

Outros casos: mais de 100 pessoas morreram no Panamá por consumir remédios que continham o tóxico dietilenoglicol. Nos Estados Unidos, duas empresas chinesas venderam comida para animais de estimação com glúten contaminado com melamina, que causaram a morte de cachorros e gatos. Em um episódio separado, uma loja neozelandesa fez um recall de roupas infantis fabricadas na China, depois que dois meninos foram queimados quando seus pijamas pegaram fogo.

Segundo números oficiais, há 300 milhões de intoxicados (81% em escolas) a cada ano na China. A publicação “Economic Review” diz que um quinto de todos os produtos vendidos no país não cumpre os padrões nacionais de qualidade.

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