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Imprensa saúda adesão “histórica” da Suíça à ONU

Adesão dá mais peso às posições suíças swissinfo.ch

A "histórica adesão" da Suíça às Nações Unidas - na quarta-feira 10/9 - faz manchetes no País e suscita comentários no exterior.

O evento perdeu destaque pelo fato de coincidir com o aniversário dos ataques terroristas nos Estados Unidos.

A “histórica adesão” da Suíça às Nações Unidas – na quarta-feira 10/9 – faz manchetes no País e suscita comentários no exterior.

O evento perdeu destaque pelo fato de coincidir com o aniversário dos ataques terroristas nos Estados Unidos.

Segundo plano

O BLICK, de Zurique, jornal popular e de maior tiragem, consagra nesta quinta-feira praticamente 15 páginas ao primeiro aniversário dos atentados em Nova York e Washington. Isso num momento em que os Estados Unidos ameaçam o Iraque com nova guerra, possivelmente até sem aprovação da ONU.

A adesão da Suíça e o papel internacional que o País pode desempenhar como membro das Nações Unidas passa a segundo plano.

Para o TAGES ANZEIGER, também de Zurique, esse papel consiste em incrementar suas atividades na área dos direitos humanos, instauração da paz e ajuda internacional ao desenvolvimento. Ou seja, domínios em que já se tem distinguido. Agora a Suíça deveria mostrar mais empenho ainda, formar alianças, em particular quando a paz mundial, como agora, esteja sob grave ameaça.

Aporte de experiência

O LE TEMPS, de Genebra, constata que não será confiada à Suíça o papel de “primeiro violão” no concerto das nações, mas estima que “sua pequena música tem agora mais chances de ser ouvida”.

O DER BUND, de Berna, escreve que “acedendo a novos canais, o aporte da experiência do País será mais eficaz”, pois a adesão abre novas perspectivas a um país que “renuncia a uma singularidade que se tornara estéril”.

O FINANCIAL TIMES, de Londres, comenta que o ingresso da Suíça na ONU foi “uma reviravolta” nas suas relações com o mundo.

Um mundo “a que finalmente chegamos”, escreve por seu lado o BERNER ZEITUNG. O jornal bernês estima que com seus 154 anos de democracia e experiência no trato com minoria, a Suíça teria muito a contribuir.

Ironicamente, porém, o TRIBUNE DE GENÈVE lembra que a Suíça adere às Nações Unidas num momento em que a Organização está completamente marginalizada com a ameaça de ataques norte-americanos ao Iraque.

Vaticano e palestinos fora

Resta que, como lembra também o site de BBC Brasil, com a adesão à ONU “o país neutro mais famoso do mundo” deixa apenas o Vaticano e a Autoridade Palestina sem status nas Nações Unidas.

Timor Leste, independente desde 20 de maio, vai se tornar o 191° membro da entidade, ainda este mês.

A registrar que o ingresso da Suíça na Organização das Nações Unidas quase não foi noticiado no mundo de língua portuguesa. No Brasil, o ESTADO DE SÃO PAULOe em Portugal, o DIÁRIO DE NOTÍCIAS vêm lembrar em notas breves que “Suíça torna-se/transforma-se no 190° membro da ONU.

O jornal português acrescenta que a candidatura suíça tinha sido apresentada, em nome dos países vizinhos, “pelo ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Dominique de Villepin”.

swissinfo

Proposta de adesão fora feita há 25 anos.

Em 1986, em referendo, dois terços dos eleitores suíços disseram “não”.

A aprovação de nova proposta ocorreu em março deste ano.

A Suíça é o do mundo que aprovou por voto o ingresso na ONU.

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