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Inovadora, mas nem tanto

Representantes do empresariado suíço participam do encontro organizado pela Economiesuisse. Keystone

Encontro nacional de empresários é plataforma para sugestões e críticas em prol do futuro da Suíça. Oradores defendem investimento em formação e pesquisa e melhores condições fiscais no país.

Opinião unânime: Suíça só pode sobreviver no cenário de concorrência futuro se continuar inovadora e atraente para o capital.

Os suíços ainda podem dormir tranqüilos: o país continua nas primeiras posições mundiais no quesito “inovação”. Pelo menos é o que afirmam diversos estudos internacionais.

Porém existem outras estatísticas que mostram uma fissura no barco de prosperidade: a produtividade decrescente da mão-de-obra e as mínimas taxas de crescimento colocaram o país dos Alpes atrás de outros como a Finlândia ou a Irlanda, que demonstram muito mais agilidade e dinamismo nas suas economias.

Essa foi uma das constatações lançadas durante o “Dia da Economia”, um evento organizado pela Economie Suisse, uma organização patronal da indústria e comércio do país, na última sexta-feira (03.09) em Zurique.

No contexto do acirramento da concorrência internacional e surgimento de novas potências comerciais como a China, o tema escolhido pelos pesos-pesados da economia e política não poderia ser outro: “inovação”.

Custo não é fator primordial

Franz Humer, presidente do conselho de administração da Roche, foi um dos oradores convidados a dar o recado do empresariado ao público presente. Ele destacou os pontos positivos da Suíça, mas lembrou que o país não pode dormir para a concorrência.

“A Suíça tem boas chances de manter sua posição de liderança entre as nações desenvolvidas, porém ela vive uma pressão crescente de países como a China, Índia, Cingapura e na Europa do Leste”, afirma o empresário. “Eles são cada vez mais capazes de realizar trabalhos exigentes e processos complexos como a pesquisa e o desenvolvimento”.

Para Humer, a solução é uma tarefa da própria indústria: – “Para que a Suíça possa sobreviver na luta pelos mercados mundiais, suas empresas exportadoras precisam investir cada vez mais na criação e comercialização de produtos inovadores de alto valor agregado”.

No seu discurso, o empresário falou também da mudança de perspectiva: – “Na indústria farmacêutica, os custos não são mais o fator primordial para uma empresa, mas sim a qualidade dos produtos e sua parte de inovação”. Nesse sentido, a Suíça deve continuar a investir em setores de grande potencial futuro como a biotecnologia e nanotecnologia.

Mais abertura para mudanças

No seu discurso, Ueli Fosrter, presidente da Economiesuisse, ressaltou que o sistema fiscal é um dos fatores primordiais para definir se um mercado é concorrente ou não. “Atualmente a maior parte dos países na OCDE se esforça para oferecer boas condições fiscais para as empresas como forma de atrair empresas e investimentos, cuja conseqüência é a criação de novos empregos”.

Para Joseph Deiss, ministro da Economia, os problemas atuais podem ser resolvidos por uma maior abertura do país e também mais concorrência interna. O representante do governo também defendeu o reforço dos programas educacionais para jovens e solicitou aos empresários presentes que estes ofereçam mais estágios de formação profissional nas suas firmas.

swissinfo, Alexander Thoele

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