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Israel chama de volta seu embaixador na Suíça

O presidente suíço Hans-Rudolf Merz (à esquerda) afirma que o diálogo com o Irã é necessário. Keystone

Antes mesmo de seu início, a Conferência da ONU sobre o Racismo, em Genebra, já está causando problemas para a Suíça. Esta manhã, o governo israelense chamou de volta seu embaixador em Berna, Ilan Legari, para consultas.

Trata-se de um protesto pelo encontro de domingo à noite, em Genebra, entre o presidente suíço Hans-Rudolf Merz e o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad, que veio à Suíça para participar da Conferência da ONU sobre o Racismo. Israel havia pressionado abertamente Berna para evitar o encontro.

Paralelamente, o Ministério israelense das Relações Exteriores convocou a diplomata suíça em Tel-Aviv, Monika Schmutz-Kirgoz, para informá-la do protesto do governo israeense.

Não é ruptura

A Suíça representa os interesses dos Estados Unidos no Irã desde 1980. Hans-Rudolf Merz falou ao presidente iraniano sobre a inquietude da Suíça em relação à situação dos direitos humanos no Irã, segundo o Ministério suíço das Finanças.

Segundo uma fonte do governo israelense, “não se trata de uma ruptura com a Suíça, mas a expressão do descontentamento de Israel pela atitude laxista da Suíça em relação ao Irã.

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu havia criticado o convite feito ao presidente iraniano para participar da conferência da ONU, afirmando que o próprio presidente iraniano é um “racista”.

“Reação inujsta”

Em entrevista à emissora suíça Radio 1, Merz defendeu seu encontro com o presidente iraniano. “Entendo a crítica, mas ela é injusta”, disse Merz.

Segundo ele, a Suíça desempenha um papel em um diálogo “e esse diálogo é necessário. Em todo o Oriente Médio há um potencial de conflito de grande dimensão. Não deve acontecer que as frentes se endureçam”, disse Merz. É preciso tentar aproximar as culturas e os países, acrescentou.

“A reação de Israel é totalmente desproporcional. O fato de receber o chefe de um Estado que tem suas próprias instituições não é um ato de inimizade em relação a outro Estado”, reagiu o senador Dick Marty, presidente da Comissão de Política Externa.

Boicotada por vários países, entre eles Israel, Estados Unidos, Alemanha, Itália, Holanda e Polônia, a conferência de Genebra, chamada “Durban II”, foi convocada para fazer um balanço da aplicação das decisões tomadas oito anos atrás em Durban, na África do Sul.

swissinfo com agências

Durban – Em setembro de 2001 na cidade sulafricana de Durban, a ONU organiza uma Cúpula contra o racismo.

Israel – Na conferência ocorrem discursos defendendo a destruição de Israel e uma declaração da sociedade civil considerada como antissemita.

Unanimité – A conferência evita na última hora o fracasso, adotando por unanimidade uma declaração final e um plano de ação cujo conteúdo é aceito pelo governo israelense, que há havia se retirado das negociações juntamente com os Estados Unidos.

Acompanhamento – Como sempre ocorre na ONU, a cúpula de Durban decidiu se reunir novamente para acompanhar e avaliar a aplicação dos textos adotados em setembro de 2001.

Genebra – A conferência de avaliação de Durban ocorre em Genebra de 20 a 23 de abril de 2009.

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