Lausanne recebe primeiro metrô suíço
Lausanne, cidade com 116 mil habitantes às margens do lago Léman, será a primeira localidade suíça a ter metrô: o M2 estará pronto a partir de 2008 e terá seis quilômetros de linha.
O novo sistema de transporte adota tecnologia inovadora, onde composições utilizam rodas de borracha.
“Para os engenheiros, o M2 é um grande desafio. Ele será construído num terreno com muitas diferenças de nível como é o caso de Lausanne”, explica Davide de Micheli, porta-voz do ministério dos Transportes.
“Já no século XIX, Lausanne foi uma das primeiras cidades européias a receber um funicular”. (nota da redação: sistema de transporte destinado a subir e descer fortes declives, no qual a tração do veículo é feita por cabos acionados por motor estacionário).
Caos provocado pelas obras
A construção do metrô, depois de aprovada pela população num plebiscito popular ocorrido em 2002, começou já no mesmo ano. “Nossa maior dificuldade foi começar as obras subterrâneas num meio completamente urbano”, conta Marc Badoux, engenheiro-chefe do projeto.
Canteiros de obras foram abertos e até 2008 estarão ocupando a metade norte da cidade. Tratores, guindastes, britadeiras e centenas de operários serão responsáveis pelo caos organizado.
Os especialistas explicam o grande número de obras por uma questão técnica: o governo federal exige que os primeiros testes com o metrô sejam realizados no percurso completo e não apenas em trechos isolados.
A realização do M2 exige a construção de diversos túneis, estações subterrâneas e pistas. “O sistema é muito complexo, pois une diversas tecnologias de ponto que até agora só haviam sido testadas isoladamente no exterior”, complementa Badoux.
“Nós teremos um metrô automático sobre pneus que, apesar de não utilizar o sistema de rodas dentadas, terá de superar um declive médio de 5,7%, com um máximo de 12% em alguns trechos”.
Valorização da cidade
Para Olivier Français, chefe de obras de Lausanne, a construção do M2 trará uma melhoria significativa à mobilidade dos 250 mil habitantes da cidade e suas localidades.
Os incômodos provocados pelos quatro anos de obras ininterruptas serão compensados pelas vantagens trazidas. “A cidade será valorizada, o espaço urbano e o comércio local também e todos terão mais facilidade nos seus deslocamentos”.
Imaginado como coluna vertebral do sistema de transportes públicos, o metrô permitirá aliviar o eixo norte-sul da região. Os trens sobre pneus ligarão a parte baixa e alta da cidade em menos de vinte minutos e transportarão até 25 milhões de pessoas por ano.
Ao mesmo tempo, novas linhas de ônibus serão criadas e diretamente conectadas ao metrô e ao sistema regional e nacional de trens.
478 milhões de dólares
O custo total do M2 é avaliado em 590 milhões de francos (US$ 478 milhões) e será dividido entre os governo federal e cantonal.
As 15 composições serão fabricadas pela empresa francesa Alstom, que produz também os trens de alta velocidade TGV e os do metrô de Paris.
swissinfo, Isabelle Eichenberger
traduzido por Alexander Thoele
Fatos
O M2 é um metrô sobre pneus e funciona automaticamente. A linha terá seis quilômetros de extenção e ligará Ouchy (372 metros de altitude) e Epalinges (700 metros de altitute) em 18 minutos.
O projeto foi aceito pela população suíça através de um plebiscito popular.
Calcula-se um fluxo anual de 25 milhões de passageiros.
Custo do projeto: 478 milhões de dólares.

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