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Maior feira do mundo é luxo só

A Baselworld espera 90 mil visitantes de todo o mundo, este ano. Keystone

Quem gosta de relógios e de jóias poderá perder a hora entre os sofisticados estandes da Baselworld 2006.

A feira, considerada a maior do mundo, reúne em Basiléia mais de 2 mil expositores, inclusive brasileiros, vai até quinta-feira, dia 6 de abril.

Basiléia transforma-se no centro mais luxuoso do universo, exibindo nos 160 mil metros quadrados, em seis pavilhões, as novas coleções das marcas mais famosas – entre diamantes, ouro e muitas pedras preciosas.

A feira exibe produtos de 45 países e a maior parte dos expositores (65%) está na Europa, com 82% do espaço físico da mostra. A Ásia tem uma participação expressiva na feira com 26,5% dos expositores – só Hong Kong representa 16,9% desse total – e é seguida da América do Norte (4,9%) e de outros países (3,4%).

Precisão Suíça

Na europa, a Suíça é a maior expositora, seguida pela Itália, Alemanha e França. A liderança do país anfitrião não se restringe à feira. No ano passado, os números demonstraram que, nesse caso, tempo é dinheiro. As exportações suíças cresceram 10,9% em relação a 2005, num total de 12 bilhões de francos.

Grande parte dos produtos suíços está no primeiro pavilhão da mostra. É uma espécie de parque de diversões para adultos, com brinquedos bem mais caros e sofisticados. Quem não é comprador não sofre muito: as peças não exibem os preços.

São estandes grandes e bonitos. Muitos deles exibem em telões as celebridades que usam seus produtos. Nicole Kidman, Gisele Bündchen e muitas outras mulheres bonitas fazem parte do show de beleza e de luxo montado em Basiléia.

São peças raríssimas que aliam novos designs, luxo e qualidade. A quantidade não é o foco. Um dos relógios Maurice Lacroix tem somente 250 exemplares. Poucos serão os escolhidos para desfilarem com o relógio da marca exibida pelo tenista Roger Federer, natural de Basiléia.

Nessa parte da mostra estão as marcas mais famosas como Pathek Phillip, Rolex, Rado, Dolce&Gabbana, Dior, Versace, a brasileira H. Stern, entre outras.

Um dos lançamentos da feira nessa área é o Brasília, da empresa suíça Ebel. De acordo com a empresa, que tem como modelo a brasileira Gisele Bündchen, a escolha do nome tem um motivo: o Brasil remete as pessoas a sentimentos positivos como paixão, liberdade e alegria.

First Avenue

No pavilhão 2, a mostra exibe jóias e esse ano traz uma novidade. É a First Avenue (Hall of Visions), parte que reúne marcas famosas com estandes sofisticados.

– O luxuoso design do First Avenue cria um ambiente ideal para os expositores mostrarem suas marcas, disse a diretora da feira, Sylvie Ritter.

De acordo com ela, o espaço consolida a posição do evento como o maior em termos de negócios e de marcas. Carrera y Carrera, Escada, Baccarat, Korloff são alguns dos expositores no recém inaugurado espaço. A área tem corredores amplos e pode ser um bom lugar para uma pausa – um café ou um champagne.

Em apenas um dia será muito difícil rodar toda a feira, que se espalha pelo centro de convenções na Messeplatz. Do outro lado está o pavilhão 3. Para chegar ao pavilhão 6, chamado Hall of the Universe, usa-se o serviço de ônibus. Lá estão os estandes de diversos países. Hong Kong, Índia, Japão, Brasil são alguns deles.

Brasileiros

A marca brasileira H.Stern está num lugar nobre na feira. Ladeada pela Dior e pela Versace, o elegante e bonito estande mostra o design da jóia brasileira. Esse é o quarto ano de participação na feira e os resultados têm sido positivos.

De acordo com Andréa Hansen, a empresa dobrou o número de países em que atua, cresceu no Oriente Médio, Turquia, Emirados Árabes e aumentou o número de lojas.

– Não costumamos lançar produtos aqui, mas é uma vitrine internacional importante e exibimos não só as pedras, mas o design da jóia brasileira, disse.

Ela afirma que o país está deixando de ser reconhecido apenas pelas suas pedras, mas também pela qualidade de suas jóias.

– Nossa lapidação e designs têm conquistado espaço no mercado internacional.

O estande exibe suas coleções, como a Feathers, bracelete com finas penas de ouro, e a de estrelas, muito bem exibida pela atriz Eva Longroria.

No Hall 2 estão outras brasileiras: a Denoir e a Brumani. A primeira mostra suas coleções, compostas com um toque tropical. As peças misturam madeira – extraídas legalmente da Amazônia – com ouro e pedras.

A empresa também aposta numa estrela nacional para exibir sua coleção: a modelo Ana Hickmann. A outra empresa é a Brumani, que exibe suas coleções, com um toque mais colorido, graças à composições de diferentes pedras.

Pavilhão

No pavilhão Nacional estão seis empresas brasileiras. Algumas delas são pedristas, como a Pinkstone e a Stone World. Apresentam pedras de qualidade, como ametista, água marinha, berilo verde, entre outras.

– Os europeus gostam muito das azuis e rosas, diz Henrique Fernandes, da Pinkstone.

As jóias brasileiras nesse setor estão representadas pela Vianna, Fórum Romano, Brüner e Danielle. Todas as empresas participam de feiras internacionais, têm um padrão de qualidade e bem estruturadas.

– O mercado americano é mais aberto do que o europeu, disse Danielle Gomes, da Danielle.

De acordo com Edmundo Calhau, do Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos, que tem ajudado e incentivado o setor a participar de feiras, essa é uma forma de divulgar o setor na Europa.

– Apenas 20% da produção brasileira tem sido destinada à exportação e essas feiras são uma oportunidade de divulgação.

Participar de um evento desse não é barato. Os estandes brasileiros desse setor são pequenos e não têm nada dos requintes dos que estão na área mais nobre da feira, mas um espaço de 40 metros quadrados custa 20 mil dólares. Isso apenas a área. O carpete, a decoração e até mesmo o champagne fazem parte dos investimentos das empresas. Deve valer a pena. Afinal, esse é o espaço para fechar bons negócios.

swissinfo, Lourdes Sola, Basiléia

– Baselworld é a mais e mais importante feira comercial de relógios e jóias em todo o mundo.

– Com área de 160 mil m2, é também o maior evento comercial anual organizado na Suíça.

– Cerca de 90 mil visitantes de mais de 100 países devem comparecer à edição deste ano.

– A feira também mede a tendência do mercado para o ano seguinte na relojoaria e na joalheria.

Baselworld tem este ano 2.127 exposositores da relojoaria e joalheria.
283 marcas suíças estão presentes na relojoaria e , 53 na joalheria.
Sinal do crescimento, a área médias dos estandes aumentou 30% (de 39 à 52 m2) nos últimos cinco anos.
O Salão vai até dia 6 de abril.

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