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Maré vermelha e branca invade a Alemanha

Torcedores suíços em Dortmund, na partida contra Togo. Keystone

A Copa 2006 funciona como um ímã para milhares de suíços que invadem a Alemanha para torcer pela seleção.

Alguns chegam com ingressos até a final de 9 de julho. Outros viajam sem ingresso nem reserva de hotel, embora com muita paixão e patriotismo.

Eles se chamam Patrick, Matthias, Benedikt, Sandro, Adrian, Florence ou Debra e só vibram com a seleção suíça de futebol.

Bad Bertrich, Stuttgart, Dortmund ou Hanovre, eles atravessam vilarejos e cidades da Alemanha vestidos com tradicional camisa vermelha com a cruz branca e com os rostos pintados com as cores da Suíça.

Nunca a seleção suíça teve um tal apoio além fronteiras. A fevre do futebol tomou conta do país que se reconhece nessa equipe solidária e corajosa.

De arrepiar

Estimados em 35 mil no estádio de Stuttgart na estréia contra a França, eles eram mais de 50 mil segunda-feira, em Dortmund, contra Togo, para aplaudir os jogadores como heróis dos temoos modernos.

“Francamente, é de arrepiar ver tantos torcedores nas arquibancadas”, afirma o zagueiro Patrick Müller.

Köbi Kuhn, técnico da seleção não fica atrás: “foi extraordinário jogar nesse estádio de Dortmund totalmente vermelho. É uma incrível motivação para os jogadores! Eu sei que os torcedores não nos apoiam só porque ganhamos mas porque sabem que os jogadores dão o máximo pelo país.”

Até a final

E tem torcedor de todo tipo, muitas vezes com muita originalidade. É o caso do advogado de Zurique Robert Siegriest e de seu amigo e promotor imobiliário, Marco Rodrigo. A dupla parece uma réplica dos dois policiais americanos da série «Chips».

Robert e Marco percorrem as estradas alemãs com suas motos Harley Davidson para assistir aos jogos da seleção suíça. Eles pagaram caro pelos ingressos de tipo
«Follow My Team» a 10 mil francos suíços cada um.

Jogos em cascata

Esses ingressos permitem o acesso a todos os jogos da Suíça até a eliminação … depois aos jogos da equipe que terá eliminado a Suíça e assim sucessivamente até a final, em Berlin, dia 9 de julho.

“Queríamos fazer algo meio louco pelo menos uma vez na vida”, explica Robert Siegriest, com o emblema da copa e o rosto do goleiro suíço suisse Pascal Zuberbühler, desenhados na moto.

“Somos amigos e até fui seu conselheiro em alguns negócios, acrescenta o advogado, referindo-se ao goleiro suíço. Pratiquei esportes durante muito tempo e fui técnico da seleção suíça de judô. Agora queria curtir o esporte de outra maneira, acompanhando a equipe de Köbi Kuhn e conhecendo a Alemanha.»

Sem ingresso nem hotel

Mas não é todo mundo que tem a chance de assistir a todos os jogos da seleção suíça e dormir em bons hotéis.

Muitos torcedores chegam sem ingresso e sequer sabem onde passarão a noite. Viajam de avião, de trem, de carro e às vezes com seus trailers. Todos os meios são válidos para participar da festa … mesmo no centro da cidade, em telões.

Adrien, Benedikt, Sandro e Matthias dormiram no carro na estrada de Dortmund onde assitiram o jogo e decidiram ficar na cidade para a festa.

“Não temos hotel mas não faz mal porque não íamos dormir muito mesmo”, afirmou um deles, sorrindo, depois da vitória contra Togo (2 a 0).

Como em casa

Patrick, de Bienne, perto de Berna, chegou com a mulher e seus dois filhos e encontrou hospedagem num alojamento provisório instalado fora da cidade.

“Estávamos quase sózinhos e parece que pouca gente sabe dessa possibilidade. O ambiente em Dortmund estava fantástico já dois dias antes do jogo. Tinha tanto suíço na cidade que a gente se sentia em casa.”

Roger veio de Montreux para ver só um jogo. Com seus amigos Ueli e Karl, de Lucerna, eles já haviam viajado para ver a Suíça em 1994, nos Estados Unidos, mas também dois anos atrás, para o Euro, em Portugal.

De todo lugar

Haviam torcedores suíços que vieram de longe, como Barry e James, que moram na Califórnia e estão na Alemanha para acompanhar a seleção de Köbi Kuhn.

«Gostamos de futebol e da maneira como os suíços jogam. A torcida suíça é formidável que queríamos assistir a uma partida com ela. Ainda não conseguimos ingresso mas vamos conseguir.”

Um jogo em família

Suíça e Estados Unidos são o cotidiano da família Widmer. O pai, Michael, a filha mais velha Florence e o filho Philip são torcedores da seleção suíça. A mãe, Debra, chegou de Ohio há 24 anos e ainda hesita ainda.

“Para o equilíbrio familiar, espero que a Suíça e os Estados Unidos ne joguem um contra o outro”, explica ela antes do jogo entre a Suíça e Togo.

Teoricamente, isso poderia ocorrer nas quartas-de-final, embora a Suíça tenha muito mais chance de continuar do que os Estados Unidos. Então «Hop Schwiz»!, como afirma torcida que vem lotando os estádios.

swissinfo, Mathias Froidevaux e Matthew Allen, Dortmund e Bad Bertrich

– Cerca de 35 mil suíços assistiram a partida de estréia contra a França, no
Environ 35’000 Suisses ont assisté au premier match de l’équipe de Suisse Gottlieb Daimler Stadium de Stuttgart. Outros 35 mil chegaram à cidade sem ingresso e assistiram o jogo num telão, no centro da cidade.

– Segunda-feira, dos 65 mil torcedores do Westfalenstadion, mais de 50 mil eram suíços. Eles chegaram a Dortmund pelo menos dois dias antes.

– Um grande número de torcedores é aguardado em Hanovre, sexta-feira, para a partida Suíça-Coréia do Sul.

– A polícia da cidade está em alerta porque em janeiro 50 hooligans suíços foram presos quando de um jogo amistoso entre o Hanovre 96 e o Grasshoppers de Zurique.

A seleção suíça está hospedada em Bad Bertrich, mas joga em Stuttgart, Dortmund e Hanovre.
Se for classificada para as oitavas de final, a Suíça jogará a primeira partida em Colônia ou Hanovre.

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