Minas matam ou mutilam em cada 20 minutos
Reunidos em Genebra, representantes de 120 países avaliam progressos do Tratado de Ottawa. O tratado proíbe produção, uso e estocagem de minas terrestres.
Estados Unidos, China, Rússia e Israel continuam rejeitando o acordo.
Calcula-se que as minas matem ou aleijem uma pessoa em cada 20 minutos, ou seja, uma média de 72 por dia e 26.280 por ano. (O Camboja é um dos mais atingidos, com um amputado em cada 236 pessoas em conseqüência de minas. Cerca de 40% das vítimas são crianças).
Para um balanço da situação e principalmente promover adesão ao Tratado de Ottawa, representantes de 120 países, entre os quais 96 “partes contratantes”, se reunem em Genebra, de 16 a 20 deste mês.
Constatam progressos: em algumas regiões do mundo, em particular nos Bálcãs, têm tido êxito tentativas de remoção de minas. Afeganistão, um dos mais minados do planeta acaba de assinar o acordo. Constatam regressos: em certas partes do mundo, como na litigiosa Caxemira ou na Chechênia, essa arma está sendo espalhada.
Grandes potências refratárias
Segundo o Tratado – destinado a proibir fabrico, uso e estocagem da arma – os países que o ratificam dispõem de 4 anos para destruir os estoques e 10 anos para desativação de minas no próprio território.
A esse respeito, há bastante expectativa em torno de 80 países que ratificaram o acordo em 1999. Eles têm prazo até fim do ano que vem para eliminar essa chamada arma do pobre (por ter custo muito baixo).
A inquietação maior vem dos países, em particular grandes potências como Estados Unidos, Israel, China e Rússia, e potências regionais como Índia e Paquistão, que continuam recusando o Tratado de Ottawa.
Especialistas assinalam haver 14 países que continuam a produzir essa arma e duispõem de 210 milhões de minas, a metade na China.
Otimismo e pessimismo
De um lado nota-se certo otimismo na conferência de Genebra. Como afirma uma das participantes no encontro, até agora 34 milhões de minas terrestres foram destruídas no mundo. E entre os 144 signatários do tratado, 126 já ratificaram o documento.
O lado pessimista resulta da síndrome 11 de setembro: “As somas destinadas a desminagem e assistência às vítimas estão diminuindo”, constata Elisabeth Reusse-Decret, coordenadora da campanha suíça contra minas terrestres.
Acrescenta que os atentados de 11 setembro tiraram a questão da agenda.
Enquanto isso, a Suíça continua a consagrar 12 milhões de francos – € 8.1 milhões – a esse combate.
swissinfo
Tratado do Canadá foi assinado em 1997
vigora desde 1999.
Confer. precedentes:
Maputo em 1999,
Genebra 2000
Manágua 2001.
A Suíça associou-se a esforços no sentido de incluir grupos armados não governamentais na convenção de Ottawa.
A proposta poderia figurar na agenda da conferência sobre revisão do tratado, prevista em 2004.
Grupos do Curdistão iraquiano, o SFPLA de Sudão e duas facções guerrilheiras das Filipinas já renunciaram a minas terrestres.
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