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Minas terá pesquisa e produção de microtecnologia suíça

Da esquerda para a direita: Reginaldo Braga Arcuri e os embaixadores Eduardo dos Santos e Rudolf Baerfuss. swissinfo.ch

Acaba de ser fimado um contrato de parceria entre o governo de Minas Gerais e o Centro Suíço de Eletrônica e de Microtecnologia (CSEM).

Será construído um centro de pesquisa aplicada e uma unidade de produção de microssistemas em Belo Horizonte. O projeto é orçado em 50 milhões de dólares.

O saber tecnológico suíço é cada vez mais solicitado e desta vez pelo Brasil.

Um de centros de excelência em pesquisa aplicada e desenvovimento, o CESEM – o Centro Suíço de Eletrônica e de Microtecnologia SA – acaba de firmar uma join-venture com o governo de Minas Gerais, através do INDI – Instituto para o Desenvolvimento Integrado, orgão do governo mineiro para atrair investimentos.

Previsão de produção

Será construído em Belo Horizonte um centro “CESEM do Brasil” e uma unidade de produção de microsistemas – MicroFab do Brasil – para pesquisa, desenvolvimento e produção industrial de microsistemas (MEMS) para aplicações no Brasil e no exterior.

A previsão da Microfab é de um faturamento de US 20 milhões, dentro de 5 anos. Ela vai se concentrar inicialmente na produção de captores para a indústria automobilística, microsistemas para a setor de telecomunicações e microfluidos para o mercado de nanotecnologia.

Investimentos e prazos

O acordo entre as duas instituições, assinado em setembro, teve nos últimos dias o apoio dos governos suíço e brasileiro, através de um protocolo de intenções firmado na residência oficial do embaixador brasileiro em Berna, Eduardo dos Santos. O documento também foi assinado pelo embaixador suíço no Brasil, Rudolf Baerfuss e pelo presidente do Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais, Reginaldo Braga Arcuri.

As novas estruturas serão instaladas no Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-Tec), novo pólo de desenvolvimento mineiro, junto à Universidade Federal de Minas Gerais. Os investimentos previstos são de 65 milhões de francos suíços (US 5O milhões) em cinco anos mas deverá estar funcionando em três anos.

Já a partir de 2007, estão previstos o intercâmbio de pessoal técnico, programas de treinamento e programas científicos entre universidades e centros de pesquisa. Quando a construção do “CESEM do Brasil” estiver pronta, 80 pessoas irão trabalhar no desenvolvimento de novas tecnologias para a indústria local.

“O Brasil é líder em tecnologia de ponta na América do Sul e poderá nos abrir novas perspectivas de mercado”, declarou a swissinfo o diretor executivo do CESEM, Thomas Hinderling.

Fase industrial

Na fase inicial, o estado de Minas arcará com a maior parte das despesas. Outros 65 milhões de francos estão previstos na construção da MicroFab do Brasil, a serem financiados pelas indústrias. O CESEM coloca à disposição seus conhecimentos, pessoal e possibilidades de formação.

Em torno desse pólo, como ocorre na Suíça, será estimulada a criação de novas empresas de tecnologia de ponta. Nessa fase, elas poderão contar com financiamento do BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – como confimou a swissinfo Mauricio Neves, chefe do Departamento de Indústria Eletrônica do BNDES.

O CSEM – Centro Suíço de Eletrônica e Microtécnica – criou 23 empresas de tecnologia de ponta da Suíça nos últimos anos que, por sua vez, contribuem para a atratividade econômica do país.

“O Brasil e o governo de Minas Gerais estão muito interessados nesse modelo em que empresas inovadoras sõo motores do desenvolvimento econômico”, disse a swissinfo o presidente do Instituto para o Desenvolvimento Integrado (INDI), Reginaldo Braga Arcuri.

“O Brasil precisa de desenvolvimento tecnológico e esse acordo abre novas perspectivas de excelência na cooperação entre o Brasil e a Suíça”, afirmou o embaixador brasileiro em Berna, Eduardo dos Santos.

Novo acordo bilateral

De fato, um novo acordo com o Brasil na área de Ciência e Tecnologia está em fase de preparação na Suíça, confirmou a swissinfo o embaixador suíço no Brasil, Rudolf Baerfuss. O objetivo é reforçar a colaboração científica e tecnológica entre os dois países.

“Existe um acordo firmado em 1968 mas que nunca saiu do papel” afirma Claudio Fischer, chefe da cooperação bilateral na Secretaria Federal para Educação e Pesquisa (SER). “O acordo que queremos agora precisa ter resultados concretos, do contrário não vale a pena”, precisa Fischer.

Uma missão científica suíça deverá ir ao Brasil em junho para avaliar as possibilidades de um novo acordo.

swissinfo, Claudinê Gonçalves

65 milhões de francos suíços serão investidos na criação do “CSEM do Brasil”, em Belo Horizonte. Outros 65 milhões estão previstos na construção de uma unidade de produção, a MicroFab.
Quase 51 milhões de francos suíços: faturamento do CSEM em 2005.
O CSEM tem um acordo similar com os Emirados Árabes Unidos.

Fundado em 1984, o Centro Suíço de Eletrônica e Microtecnologia é uma instituição privada de pesquisa e desenvolvimento, especializada em micro e nanotecnologia, engenharia de sistemas e tecnologias de informação. Trata-se, portanto, de pesquisa aplicada.

Nos últimos anos, o CSEM criou 23 empresas de tecnologia de ponta na Suíça. Atualmente, 300 técnicos e cientistas de 20 países diferentes trabalham no CSEM, principalmente em Neuchâtel (oeste da Suíça) mas também em Zurique e Alpnach.

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