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Revertida decisão de negar passaporte suíço à mulher turca

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As autoridades consideraram inicialmente que a mulher não estava integrada à vida na Suíça, apesar de ter nascido no país. Keystone

Um parlamento local na Suíça anulou sua decisão anterior de rejeitar o pedido de cidadania a uma jovem turca nascida e criada no país. Agora ela pode ter o passaporte vermelho com a cruz branca.

Em junho, os membros do parlamento municipal de Buchs, cantão da Argóvia, negaram o pedido de naturalização de Funda Yilmaz, 25 anos, uma desenhista técnica de origem turca que cresceu e frequentou a escola local.

Após entrevistar a candidata – um dos procedimentos comuns no complexo processo de naturalização na Suíça – os parlamentares consideraram que “ela não cumpria as condições de uma integração bem-sucedida”.

Cinco meses depois, a decisão foi revertida. Seguindo a recomendação do governo cantonal, após a entrada de recurso por parte da candidata à naturalização, o parlamento municipal aprovou em 8 de outubro a cidadania para ela por 27 votos a favor e 8 contrários.

Embora não seja possível avaliar se a exposição pública do caso tenha contribuído para a decisão dos parlamentares de Buchs, as justificativas para a negação inicial atraíram comentários e muitos protestos por parte da opinião pública.

Das 92 questões respondidas por Yilmaz durante a sua primeira entrevista, muitas das respostas dadas não foram apreciadas pela comissão de naturalização. Ao ser questionada sobre um típico esporte nacional, por exemplo, ela respondeu que seria o “esqui”. Os parlamentares a criticaram, pois esperavam que citasse os tradicionais esportes locais como “luta suíça” ou “hornussen” (uma espécie de basebol)

Outra crítica ocorreu quando a jovem turca afirmou fazer compras nos supermercados da região e não nas pequenas lojas do vilarejo, o que foi visto como uma forma de rejeição à cultura local, revelou a revista Schweizer Illustrierte

Se tornar suíço

O processo de naturalização na Suíça é mais complexo e oneroso do que nos países vizinhos. Ele é baseado no princípio do jus sanguinis (direito de sangue). Simplesmente nascer no país não basta para aqueles que desejam se tornar cidadãos suíços.

Um estrangeiro pode entrar com um pedido de naturalização se viveu pelo menos 12 anos na Suíça. A partir de 2018 o número de anos mínimos cai para 10. Se a pessoa se casou com um cidadão suíça, ela pode entrar com um pedido “facilitado” após cinco anos de residência no país.

Em todos os casos, os candidatos necessitam provar conhecimentos da história, cultura e sociedade suíça, assim como provar que estão suficientemente integrados na sua comunidade local.

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Adaptação: Alexander Thoele

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