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Negros da Suíça se unem contra racismo

As reivindicações vão até a pedidos de indenização swissinfo.ch

Reunida no fim de semana em Berna, a comunidade negra na Suíça - entre 30 e 50 mil pessoas - exige medidas eficazes contra a discriminação, enfoque mais adequado da "realidade africana" e defesa de seus interesses na Conferência Mundial da ONU sobre Racismo, no fim do mês, em Durban, África do Sul.

Os negros na Suíça estão estimados, no máximo, em 50 mil pessoas (para uma população de 7 milhões). É difícil avançar uma cifra, por não existirem no país estatísticas baseadas em critérios raciais.

Os negros têm constatado discriminação racial em diferentes setores: alojamento, trabalho, justiça e na maneira como é ensinada a História.

Expectativa em torno de conferência da ONU

A reação começou em abril de 2000. Na perspectiva da Conferência Mundial das Nações Unidas sobre Racismo, a ser realizada em Durban (AfSul), de 28 de agosto a 7 de setembro, foi criado na Suíça o Grupo de Reflexão e de Ação contra o Racismo Anti-negro (GRAN).

Em junho, um encontro reunindo 120 pessoas, na capital suíça, já fora adotada a “Declaração de Berna sobre o Racismo Anti-negro”, solicitando às autoridades medidas concretas em diferentes setores para combater a discriminação.

Na ocasião, foi também cobrada da mídia melhor cobertura do que chama de “realidade africana”. Estimou ainda que nas escolas se deve destacar os males decorrentes do colonialismo e da escravidão negra.

O “duplo Holocausto”

O grupo queria que na Conferência de Durban a Suíça atuasse como mediadora entre ex-países colonizadores e colonizados, no sentido de fazer adotar uma declaração de reconhecimento do “duplo holocausto negro” (colonização e tráfico de escravos).

Inspirado no que conseguiram organizações judaicas, o GRAN encara possibilidade de união dos negros para exigir indenizações.

Tudo indica porém que a Conferência de Durban esteja fadada ao fracasso. Os Estados Unidos devem boicotar ou enviar delegação de segundo plano. O mesmo vai fazer a Suíça, mas por razões políticas internas: o medo de a direita argumentar que tais reuniões são inúteis, motivo mais que suficiente para a Suíça ficar fora das Nações Unidas. (O povo será chamado novamente às urnas para decidir sobre a questão).

Manifestações racistas na Suíça

Na Suíça, os atos racistas contra pessoas de cor, registrados em sondagem recente, “consistem em olhares de ódio, injúrias ou brincadeiras de mau gosto”. São atitudes contra as quais é inócuo artigo do Código Penal do país que reprime incitação ao ódio racial.

Novo encontro GRAN está previsto para dia 3 de novembro.

swissinfo com agências.

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