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Suíça deve “esperar mais fusões e aquisições com capital chinês”

As empresas chinesas entraram para as manchetes de jornais suíços no ano passado com várias fusões e aquisições, dentre elas a incorporação por US$ 43,3 bilhões da Syngenta, grupo suíço de pesticidas e sementes pela empresa chinesa China National Chemical Corporation (ChemChina).

O conhecido fabricante suíço de garrafas térmicas, Sigg, foi uma das empresas compradas por grupos chineses nos últimos anos. Keystone

A Suíça pode esperar mais grupos chineses interessadas em suas empresas nos próximos anos. Foi o que declarou em Davos à swissinfo.ch, Liu Jiren, co-fundador e presidente do fabricante chinês de software, Neusoft.

Neusoft abriu sua sede europeia em 2009 na região do Appenzell, cantão ao noroeste da Suíça. De lá, a empresa atua nos mercados da Alemanha, Finlândia, Romênia e Israel. Atraída inicialmente pela forte indústria automobilística europeia, para a qual fornece software, Neusoft planeja agora expandir suas operações para o setor da saúde.

“Nós investimos muito em pesquisa e desenvolvimento nos nossos produtos e, para tal, necessitamos de know-how e talentos na Europa. Nós costumávamos nos concentrar (como estratégia no exterior) na comercialização, mas agora estamos mais interessados em cooperações”, declarou Liu. “Se transferirmos nossas atividades de pesquisa e desenvolvimento para a Europa e a fabricação continuar na china, podemos alavancar ambos os lados.”

Essa é uma situação em que os dois lados saem ganhando, pois as empresas europeias ganham acesso ao vasto e crescente mercado chinês, acrescenta Liu. “Cada empresa iniciante está à procura de oportunidades de acesso à China. Por isso temos facilidade de negociação com elas”, diz e completa. “Muitas empresas europeias chegam na China com bastante antecedência. A globalização está no seu DNA.”

As empresas chinesas estão expandindo seus negócios no exterior quando transformam seus modelos de negócios. O mercado doméstico chinês está evoluindo de um modelo de produção pesada para uma economia baseada em serviços, diz.

Para atender a essa demanda, Liu acredita que empresas chinesas irão procurar conhecimentos no exterior. “Haverá um número maior de empresas chinesas chegando na Europa e na Suíça”, afirma. “Elas necessitam encontrar uma direção diferente para criar novos valores.”

“A imagem da Suíça na China é de um país muito estável que também é bastante transparente, amigável e está sempre no topo dos rankings de negócios.”

Um ponto positivo é quando as relações diplomáticas entre os dois países estão em um ponto tão positivo, como mostrou o acordo de livre comercio e a recente visita do presidente chinês Xi JinPing. 

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