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O caçador de extraterrestres

Erich von Däniken: - "os Deuses prometeram retornar". swissinfo.ch

Com 62 milhões de livros vendidos e traduzido em mais de trinta idiomas, Erich von Däniken é um dos escritores mais conhecidos no mundo.

Prestes a completar 70 anos de idade, o suíço não pensa em se aposentar. Sua última obra é um CD musical sobre os enigmas e mistérios do planeta.

Cientistas o qualificam de charlatão. Diretores de museus dizem que ele não passa de um místico, que mistura lendas e crenças absurdas com antropologia para contar suas histórias fantásticas.

Folclore ou não, Erich von Däniken não se incomoda com as críticas; nem seus leitores. Nas últimas quatro décadas eles compraram 62 milhões de exemplares dos seus 28 livros lançados, fundaram associações e lotam até hoje suas palestras.

O repórter de swissinfo foi visitá-lo no seu escritório, localizado no alto de uma torre de quarenta e um metros no meio do seu parque de diversões Mystery Park, com vista panorâmica para a cadeia de montanhas de Interlaken, uma pequena cidade no centro da Suíça e conhecido refúgio para esquiadores e turistas estrangeiros.

Livros em 32 idiomas

Os livros estão espalhados pelas vitrines do salão – “Eram os Deuses Astronautas?”, “A Chegada dos Deuses”, “O Retorno dos Deuses”, “Sim, os Deuses eram Astronautas” ou “A Odisséia dos Deuses”. Os diferentes títulos nas capas mostram que as obras de Erich von Däniken foram traduzidas em 32 idiomas.

O tema principal é a irrupção de extraterrestres nas civilizações da antiguidade. De acordo com suas teorias, civilizações mais desenvolvidas vindas de outras galáxias teriam tido contato com egípcios, incas, maias e outros povos adiantados, o que explicaria a construção de pirâmides ou outras obras monumentais.

Porém von Däniken ressalta que o principal objetivo dos seus livros não é trazer explicações, mas sim promover o debate e a polêmica.

– Eu sempre quis saber por que esses povos construíram templos ou pirâmides. Teria sido apenas uma questão religiosa ou cultural, ou existe a possibilidade de ter ocorrido um contato com seres extraterrestres? Os livros históricos fazem constantemente menção deles.

O suíço, porém, nunca chegou a ter contatos imediatos de terceiro grau. Essa é a pergunta constante de grande parte dos jornalistas que o entrevistam. “Eu pessoalmente nunca vi um disco voador. Costumo brincar dizendo que quando apareço, os extraterrestres desaparecem”, afirma Däniken.

Ponto de interrogação

Também seu parque de diversões não tem a pretensão de explicar nada. No ano passado 310 mil pessoas visitaram os sete pavilhões espalhados numa área de 70 mil metros quadrados. Cada um deles oferece uma viagem: templos na Índia, pirâmide de Gizeh, construções maias no México, pedras de Stonehenge na Inglaterra – que seria um observatório de estrelas – e as gigantescas figuras em Nazca, no Peru. Em todas essas atrações, apenas perguntas.

A interrogação é o ponto fundamental da obra de Erich von Däniken. Entre as críticas de cientistas e o júbilo dos fãs, o certo é que o escritor suíço continua presente na mídia.

Um exemplo ocorreu recentemente após a descoberta de novas gigantescas figuras gravadas no solo de um território com 145 quilômetros de extensão, nas proximidades de Palpa, no Peru. No seu escritório, o escritor se regozijava com as matérias impressas nos jornais. “Erich von Däniken já afirmava que essas linhas, que só podem ser vistas sobrevoando de avião, seriam uma forma de comunicação com extraterrestres”, escrevia a revista alemã “Der Spiegel” no início de março.

Novas obras

Prestes a completar setenta anos de idade, Erich von Däniken não quer parar. Nos próximos dias ele sai em turnê pela Áustria, onde terá palestras diárias de 3 a 30 de abril. “No dia do meu aniversário, em 14 de abril, estarei trabalhando”, ressalta o autor e completa, “nunca faltei a um compromisso, nem por questões de saúde”.

Seu mais recente projeto é o lançamento de um CD. Intitulada de “Astropolis”, a bolacha com vinte títulos foi produzida pelo músico austríaco Norbert Reichart e é dedicada a mistérios insolúveis encontrados em todos os continentes do mundo, com exceção da Austrália. Entre as canções, Erich von Däniken fala em inglês e alemão sobre temas como as pirâmides de Queops, lendas do Tibet ou o continente desaparecido Atlântida.

Apesar de uma música já estar nas paradas suíças, o objetivo do trabalho não é fazer o dinheiro tilintar . “Os lucros são aplicados numa fundação que financia pesquisas científicas para esclarecer coisas, que têm naturalmente a ver com minhas teorias”.

Enquanto não está viajando pelo mundo, Erich von Däniken passa seu tempo na casa em Beatenberg, um povoado nas montanhas de Interlaken. Há quarenta e cinco anos ele é casado com Elisabeth Skaja. Além de rezar todos os dias, ele jura que nunca irá escrever uma biografia.

Perguntado sobre seu sonho, o escritor não titubea: – “gostaria que alguém encontrasse uma prova da existência de extraterrestres”.

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