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Os favoritos e as possíveis zebras da Eurocopa

A seleção italiana treina em Coverciano, no centro do país, de olho no título. Reuters

As seleções da Alemanha, da Itália e de Portugal são cotadas como favoritas ao título da Eurocopa. Um título que a Grécia pretende defender e a Espanha quer finalmente ganhar.

As equipes anfitriãs, Suíça e Áustria, estão na lista das possíveis zebras e têm a vantagem de jogar em casa. Confira um breve perfil das seleções classificadas.

GRUPO A

Suíça
A seleção suíça está na memória de muitos apenas pela desastrosa cobrança de pênaltis que a eliminou nas oitavas-de-final da Copa 2006. Desde então, a equipe comandada por Köbi Kuhn tem castigado sua torcida: foram quatro derrotas consecutivas e 19 gols tomados em 10 jogos, até acontecer uma aparente virada no último sábado (24/05), com uma vitória de 2 a 0 sobre a Eslováquia. A meta do país co-anfitrião da Eurocopa é chegar às quartas-de-final. Se a defesa não tomar gols, como foi o caso no Mundial 2006, tudo é possível.

Portugal
Conduzida com mão de ferro pelo brasileiro Luiz Felipe Scolari, a seleção de Portugal chega à Eurocopa como uma das favoritas ao título, depois de ter sido vice-campeã do torneio em casa em 2004 e quarta colocada na Copa 2006. Sem os experientes Luís Figo, Pauletta e Maniche, Felipão aposta no ataque, com Cristiano Ronaldo, Simão, Ricardo Quaresma e Nani, bem como num bom desempenho de Deco no meio-de-campo.

Balanço da Suíça contra Portugal: 19 jogos, 8 vitórias, 5 empates e seis derrotas.


República Tcheca
Os tchecos disputarão a Eurocopa sem seu “maestro” Tomas Rosicky (contundido) e sem o veterano Pavel Nedved, que apesar da pressão da torcida, não foi convocado. O técnico Karel Brückner fez uma “revolução silenciosa” após o Mundial de 2006, mas manteve o núcleo da experiente equipe, que terminou as Eliminatórias em primeiro lugar no Grupo D, à frente da poderosa Alemanha. Seu forte é a defesa, que sofreu apenas cinco gols na fase de classificação.

Balanço da Suíça contra a República Tcheca: 3 jogos, 1 vitória, 2 derrotas.

Turquia


O “imperador sorridente” Fatih Terim superou todas as crises e classificou a Turquia – terceira colocada no Mundial de 2002 – pela segunda vez para a Eurocopa (a primeira vez foi em 1996). E agora ele quer mais. “Superaremos o Grupo A e iremos longe”, promete. Seu otimismo baseia-se no meio-campo de alta classe, com Emre, Bastürk, Hamit Altintop, Arda e o brasileiro naturalizado Mehmet Aurélio, mas ele tem problemas na zaga central e não dispõe de bons atacantes.

Balanço da Suíça contra a Turquia: 14 jogos, 4 vitórias, 3 empates e 7 derrotas.

GRUPO B



Áustria
O pessimismo no país co-anfitrião é grande. Apesar disso, os austríacos não querem apenas fornecer pontos para os adversários. A recente derrota para a Holanda (4 a 3), depois de a Áustria ter aberto uma vantagem de três gols, mostrou a instabilidade da equipe, mas também seu potencial para surpreender.

Alemanha
Depois do surpreendente terceiro lugar na Copa do Mundo em casa, a Alemanha é cotada como favorita ao título na Áustria e na Suíça. Apesar da sucessão de Jürgen Klinsmann por seu assistente Joachim Löw, a equipe pouco mudou desde 2006. A base é a mesma que disputou o Mundial. As figuras-chave são o meia Ballack e o centroavante Klose, artilheiro da Copa 2006.

Croácia
Um dos maiores exportadores de jogadores de futebol da Europa, a Croácia nunca conseguiu repetir o desempenho da Copa de 1998 na França, quando ficou em terceiro lugar, mas a nova geração, comandada por Slaven Bilić, gera grandes expectativas. A maioria dos jogadores da seleção atua em clubes da Inglaterra, da Alemanha ou da Ucrânia – dois deles, Mladen Petric e Ivan Rakitic, têm passaporte suíço. Devido a uma grave lesão, o ponta-de-lança Eduardo, brasileiro naturalizado croata, é o grande ausente da equipe.

Polônia
O técnico holandês Leo Beenhakker reformou a equipe polonesa com sucesso. Um dos reforços é o brasileiro naturalizado Roger Guerreiro, que se mostra confiante em relação à Eurocopa: “É uma competição muito difícil, que reúne as melhores seleções da Europa, e a Polônia está entre elas. Podemos brigar em igualdade de condições.” A Polônia quer ao menos passar pela primeira fase, o que não conseguiu no Mundial de 2006.

GRUPO C

Holanda
Os jogadores da equipe “laranja” estão entre os melhores do mundo, o que lhes dá confiança. E também a torcida (entre 30 e 80 mil são esperados em Berna) está convencida: “Desta vez seremos campeões europeus”. Campeão europeu em 1988, quando marcou cinco gols no torneio, o técnico Marco van Basten, que deixará o cargo após a Eurocopa, quer um final feliz no comando da seleção.

França
No “grupo da morte”, a França, que teve dificuldades para se classificar, quer dar continuidade ao sucesso de 2006, quando foi vice-campeã mundial. Continuidade também é a palavra de ordem do técnico Raymond Domenech, que, fora a ausência de Zidane, fez poucas alterações na equipe.

Itália
Praticamente com a mesma equipe que ganhou a Copa 2006 (à exceção dos cortes de Alessandro Nesta e Francesco Totti), a Itália é a grande favorita ao título na Eurocopa. O técnico Roberto Donadoni apenas trocou as posições de alguns jogadores. Uma advertência aos adversários foi a vitória de 3 a 1 sobre Portugal, em março deste ano, em Zurique.

Romênia
O técnico Victor Piturca montou uma equipe ofensiva, mas também bastante disciplinada. A Romênia, que se classificou soberanamente à frente da Holanda e da Bulgária, pode surpreender no Grupo C. Os dois jogadores que deverão levar mais perigo aos adversários são os atacantes Mutu e Ciprian Marica, que, juntos, marcaram 11 gols na fase de classificação.

GRUPO D

Espanha
A Espanha teve um desempenho bastante instável durante as eliminatórias, mas o técnico Luís Aragonês parece ter encontrado uma fórmula para estabilizar a equipe. Eterna promessa nos torneios internacionais e até motivo de chacotas, a Espanha vem com uma das melhores seleções da Europa. Se depender da qualidade de seus atacantes – Torres (marcou 24 gols na Premier League), David Villa (autor de sete gols nas Eliminatórias) e Fabregas –, pode até sonhar com o título.

Grécia
A atual campeã da Europa vai tentar defender o título com cerca de metade dos jogadores que triunfaram em Portugal, assim como com alguns reforços escolhidos por Otto Rehhagel desde então. Por terem disputado uma Eliminatória fraca, ninguém espera que os gregos cheguem entre os primeiros, mas Basinas, o maestro no meio-campo, e Karagounis, no ataque, são capazes de desequilibrar uma partida e surpreender os adversários.

Rússia
Os russos foram co-responsáveis pelo fracasso da Inglaterra nas Eliminatórias, mas só se classificaram graças à derrota inglesa em casa para a Croácia. O técnico holandês Guus Hiddink deu prioridade aos jovens talentos em detrimento dos jogadores mais experientes em muitas posições. O time que vem à Suíça e à Áustria tem pouco a ver com o que disputou a Eurocopa 2004 em Portugal. Ainda é uma página em branco.

Suécia
É apenas a quarta vez que a Suécia se classificou para a Eurocopa, mas o país do norte europeu já deixou suas marcas em competições internacionais, como a conquista do Torneio Olímpico em 1948 ou o terceiro lugar na Copa de 1994 nos EUA. Recheada de estrelas e comandada pelo calmo Lars Lagerbäck, a equipe não deverá apresentar grandes alterações à fórmula que tem dado tanto sucesso. A única surpresa é a volta do veterano Henrik Larsson, o que deve agradar ao centroavante Zlatan Ibrahimovic, que assim terá seu parceiro preferido no ataque.

swissinfo com agências

Mais informações sobre as 16 seleções (campanha nas Eliminatórias, estatísticas, esquema tático, destaques etc) você encontra nos perfis das equipes elaborados pela Uefa.

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