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Os frutos e as realizações

Com Othmar Raemy, os queijeiros apresentam os primeiros queijos fabricados pela Queijaria-escola de Nova Friburgo. Fribourg, arquivos

Agora, Nova Friburgo entra na vida de Friburgo. Poetas e músicos evocam a viagem de 1819, compondo "Terre de Cantagallo".

Em Treyvaux, apresenta-se duas vezes uma peça em dialeto contando essa odisséia.

Emile Gardaz, que viveu o encontro, de 1977, redige um relato dramático. “La Croix du Sud” será apresentada no famoso teatro do Jorat, em Méziéres. Em Martigny, no cantão do Valais, em manifestação popular, “L’Heureux Voyage” desfila pelas ruas da cidade.

Nova Friburgo acolhe crescente número de visitantes suíços. Ela se lança na conquista de sua história. Sob o impulso da Pró-memória, organizam-se seus arquivos. Publicam-se livros sobre a história das cidades e das famílias. Elaboram-se trabalhos científicos nas Universidades do Rio de Janeiro, Niterói e São Paulo. Empreendem-se volumosas genealogias. Descendentes de emigrantes agrupam-se em associações. O livro de Martin Nicoulin é traduzido em português, graças à sinergia da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro e da Prefeitura de Nova Friburgo. Nova Friburgo torna-se uma cidade modelo, cidade de memória, de raízes para milhares de brasileiras e brasileiros. E Rafael Jaccoud, nutrido nas fontes da aventura histórica, publica relatos impressionantes, como “As Aventuras de André” ou “O Cordão de Ouro de Catharina Balmat Jacccud”, que ainda são louros oferecidos aos heróis de 1819.

Queijaria

As duas associações, a da Suíça e a do Brasil, decidem construir uma Queijaria-escola. Sucesso da campanha financeira. Rápida elaboração do dossiê técnico graças à cooperação do Instituto Agrícola de Grangeneuve, dirigido por Paul Bourqui. Para inaugurá-la, eles organizam o terceiro encontro. É a viagem do futuro. E em primeiro de agosto de 1987, mais de 400 suíços assistem à inauguração da Queijaria-Escola de Conquista. Os visitantes degustam o “Moléson”, delicioso queijo inventado por Othmar Raemy, o primeiro queijeiro suíço. Inauguram-se, também, a Praça Fribourg e a Escola Bonaventure Bardy. Essas realizações são facilitadas pela colaboração da Prefeitura.

As relações continuam. Com José Zahno, os jurassianos formam a Associação Jura-Nova Friburgo ligada à “casa-mãe”. Alphonse Leimgruber constrói a Escola Vevey-la-Jolie e começa seu combate da AFAPE. Em 1995, as duas associações decidem criar a Casa Suíça para contar a história da fundação de Nova Friburgo e a odisséia de 2.000 suíços. Essa realização cultural suscita entusiasmo da Confederação Suíça, do Estado e Cidade de Friburgo. Além disso, as Associações constroem uma escola primária e um lar para excepcionais. A Prefeitura de Nova Friburgo colabora em todos os projetos. “Raízes para nosso futuro” é o lema do quarto encontro, de 30 de julho a 04 de agosto de 1996. Friburgo-Nova Friburgo: uma bela história, principalmente um belo futuro, se Deus quiser… e se a juventude, dos dois lados do Atlântico continuar essa aventura, pacífica, solidária, essa história de amor único e exemplar entre dois países do Velho e Novo Mundos.

Nova Friburgo foi fundada por imigrantes suíços em 1819. Durante muitos séculos as raízes helvéticas da cidade ficaram esquecidas.

O primeiro passo para recuperar essa memória foi dada pelo historiador suíço Martin Nicoulin, ao publicar em 1973 o livro “La Genèse de Nova Fribourg” (A Gênese de Nova Friburgo), uma tese de doutorado em que, na época, o jovem universitário suíço vasculhava a emigração para o Brasil de dois mil suíços, na maioria originária do cantão de Friburgo. A versão em português da obra sairia apenas em 1996.

Até 2002, Martin Nicoulin foi diretor da Biblioteca Cantonal e Universitária de Friburgo. Hoje ele está aposentado e continua atuando em diversas organizações como a Associação Friburgo-Nova Friburgo, do qual é presidente de honra.

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