Nuclear iraniano precisa de solução negociada

O negociador-chefe do Irã, Ali Larijani, esteve reunido em Berna com a ministra das Relações Exteriores Micheline Calmy-Rey. A Suíça representa os interesses dos Estados Unidos no Irã.
A chanceler suíça reiterou a necessidade de uma solução negociada no dossiê do nuclear iraniano e propôs ajuda da Suíça para solucionar a crise.
A Suíça está à disposição para ajuda a solucionar a crise do nuclear iraniano. Foi o que a chanceler Micheline Calmy-Rey disse ao negociador-chefe iraniano
Ali Larijani, em rápida visita a capital suíça. A proposta foi acolhida de maneira positiva.
Em conversa com jornalistas suíços na embaixada do Irã, o negociador afirmou que a Suíça, como país neutro, “é um parceiro importante”.
Segundo Ali Larijani, a Suíça vem mantendo uma posição “justa e equilibrada” nas questões internacionais e ele espera o empenho da diplomacia suíça na solução da crise atual.
Questionado sobre as iniciativas concretas que Berna poderia ter, Larijani não quis responder. A mesma reserva é mantida no Ministério das Relações Exteriores (DFAE) que, repetindo os termos do comunicado oficial, afirma que a Suíça está “disposta, se for solicitada, a colaborar”.
Durante as conversações, a ministra explicou a posição suíça nesse dossiê. A Suíça engaja-se ativamente pela não-proliferação e pelo desarmamento nuclear e pelo direito de cada país ao uso pacífico da energia nuclear”, afirma o comunicado do DFAE.
Em 22 de junho passado, Micheline Calmy-Rey havia encontrado o chanceler iraniano Manouchehr Mottaki, também em Berna. Naquela ocasião, a ministra suíça já manifestara seu apoio a “uma solução negociada” da crise.
Consultas
O negociador iraniano Ali Larijani visita atualmente vários países europeus. Antes da Suíça, ele esteve em Bruxelas e Madri. A República islâmica “regulamente troca pontos de vista com vários países sobre a questão nuclear, entre eles a Suíça”, declarou o embaixador do Irã em Berna, Habibollah Zahdeh.
O Irã mostrou-se interessado em saber a posição suíça no dossiê nuclear, explicou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores (DFAE), Jean-Philippe Jeannerat.
Ele explicou que foi um encontro bilateral que nada tem a ver com o fato da embaixada suíça em Teerã representar os interesses estadunidenses no Irã.
Vale lembrar que, de fato, a Suíça representa os interesses norte-americanos no Irã desde 1981. Os Estados Unidos romperam relações diplomáticas com Teerã em 7 de abril de 1980, depois do caso dos reféns norte-americanos.
Rejeição implícita
Em visita a Madri, sexta-feira passada, Ali Larijani implicitamente rejeitou a agenda proposta pelos ocidentais para uma resposta de cooperação sobre o pograma nuclear iraniano.
“Essa agenda determinada pelos outros não interfere no que fazemos”, declarou o responsável iraniano, questionado sobre a possibilidade que Teerã responda antes da próxima cúpula do G-8, à proposta feita pela França, Grã-Bretanha, Alemanha, Estados Unidos, Rússia e China.
A proposta das grandes potências apresentada dia 6 de junho contém medidas incitativas, principalmente em matéria de comércio, para solucionar a crise do nuclear iraniano. A condição é que a República islâmica – suspeita de que querer dotar-se da bomba atômica – suspenda o enriquecimento de urânio
swissinfo com agências
A Suíça representa os interesses estadunidenses no Irã desde 1981.
O Paquistão faz o mesmo em Washington.
O Irã é o 3° mercado no Oriente Médio para as exportações suíças, depois dos Emirados Árabes Unidos e da Arábia Saudita.
Em 2005, as exportações suíças para o Irã totalizaram 747 milhões de francos e as importações 53 milhões de francos suíços.

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