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Quatro gráficos para compreender os debates na COP21

Keystone

O que tratam as negociações em Paris? Aqui apresentamos uma série de gráficos que ajudam a compreender as negociações em Paris durante a 21ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro sobre Mudança do Clima (COP21).

O mundo se aqueceu desde a era pré-industrial em um grau centígrado. É o que afirma a Organização Meteorológica Mundial da ONU, da qual faz parte também o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), uma organização científico-política criada em 1988.

O crescimento das emissões de dióxido de carbono leva ao aumento das temperaturas, mudanças nas estações do ano, o aumento dos níveis do mar e eventos climáticos extremos mais frequentes.

Para limitar essas emissões, o IPCC recomenda – chefes de Estado e de governo assinaram um acordo determinando como objetivos as recomendações feitas – que o aquecimento deve aumentar até dois graus centígrados acima das temperaturas da era pré-industrial. O “orçamento de carbono” do IPCC para alcançar este objetivo envolve uma certa quantidade de emissões autorizadas. 

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No contexto das negociações para a COP21 em Paris, a Suíça foi o primeiro país a informar à ONU como irá reduzir concretamente as emissões de CO2. Os países utilizam diferentes fórmulas para calcular os seus próprios compromissos de reduções, o que traz dificuldades para chegar a um acordo internacional do clima. 

Chefes de Estado e de governo esperam que todos os 195 países, e a União Europeia, cheguem a um acordo com medidas – não apenas voltadas para os países mais ricos – como foi o caso da primeira fase, já alcançada em 2012, do Protocolo de Quioto.

Algumas questões sensíveis devem ser feitas durante a COP21. Como será possível reduzir mundialmente as emissões de dióxido de carbono? Quais medidas devem ser tomadas em cada um dos países? Qual será a contribuição financeira dos países ricos como a Suíça aos países mais pobres, para que eles concretizem também as medidas para combater o aquecimento global?

Emissões de CO2 – são sempre os outros

Sempre que se discute sobre o aquecimento global, utilizam-se diferentes formas de calcular as emissões de CO2 e outros gases com efeito de estufa.

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As emissões totais de gases com efeito de estufa pela China ou os Estados Unidos superam as dos pequenos países como a Suíça. Para efeito comparativo, muitas vezes as emissões são calculadas per capita ou com base no produto interno bruto (PIB). 

Como a maior parte das emissões de CO2 é gerada pelos países em desenvolvimento, não há um acordo geral em relação à responsabilidade histórica que deve ser assumida pelos países que se aproveitaram da industrialização através dos combustíveis fósseis. 

O gráfico abaixo ilustra quanto os países riscos contribuíram historicamente das emissões de dióxido de carbono em comparação com outros países. 

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Regiões desenvolvidas como a Europa ou os EUA são responsáveis pela metade das emissões de dióxido de carbono a partir de combustíveis fósseis desde 1850. O gráfico acima mostra de forma transparente a exigência feita por muitos países de ajuda financeira para que possam se adaptar à nova situação. 

Em contrapartida, os países ricos como a Suíça ressaltam com veemência o aumento das emissões per capita dos países em desenvolvimento. Porém eles se beneficiam da redução das suas próprias emissões graças à transição para uma economia de serviços. A crise financeira em 2008 e 2009 na Europa e em outros países permitiram a eles alcançar alguns dos objetivos climáticos graças à redução subsequente da atividade econômica. 

Terceirização de emissões de carbono

Mas mesmo se a Europa foi capaz de reduzir as emissões de dióxido de carbono ao longo das últimas décadas, o relatório do balanço global do carbono em 2014 mostrou que a diminuição das emissões em regiões ricas como a Europa e os EUA ocorreu desde 1990 através da “terceirização” das emissões em países como a China. 

Outra questão sensível: quem é responsável pelas emissões de dióxido de carbono de bens de consumo como smartphones, televisões e outros aparelhos eletrodomésticos? É o país onde eles foram fabricados ou, sim, onde são consumidos? É difícil responder, mas é possível avaliar as emissões provocadas pelo comércio e serviços realizados em um país e consumidos em outro. 

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Se forem consideradas as emissões de consumo ao invés de produção de emissões per capita, o resultado para as nações ricas apresenta um quadro diferente: através da “transferência” de dióxido de carbono no comércio, a Suíça emite três vezes mais gases do que através da sua produção. Resultado: a Suíça passa líder per capita entre os países que emitem dióxido de carbono.

O que são os gases com efeito de estufa?

Trata-se de gases que retêm parte da radiação e do calor na atmosfera terrestre, o que permite um nível de aquecimento essencial para a manutenção da vida na Terra. É um fenômeno natural que remonta à formação do planeta. No entanto, a atividade humana tem provocado uma concentração cada vez maior destes gases, o que impede o fluxo de saída do calor e leva ao aumento da temperatura global. São quatro tipos:

– Dióxido de carbono (CO2)

– Metano* (CH4)

– Óxido nitroso (N2O)

– Clorofluorcarbonetos (CFCs)

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Adaptação: Alexander Thoele

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