Exército suíço de prontidão para ajudar hospitais lotados
Cerca de 2.500 militares foram colocados em alerta para apoiar o sistema de saúde suíço em dificuldades, caso a nova onda da pandemia se intensifique ainda mais.
O governo na terça-feira colocou o exército em prontidão pela primeira vez este ano. O exército foi destacado duas vezes em 2020 para apoiar o serviço de saúde.
Os cantões do Jura, Neuchâtel e Valais já pediram o apoio do exército, mas o destacamento só será possível com permissão parlamentar e se os cantões puderem mostrar que esgotaram todas as outras possibilidades, inclusive a ajuda de instituições de caridade.
Até o final de março do próximo ano, o exército poderá ajudar a tratar pacientes em hospitais, fornecer suporte de vacinas, serviços de transporte e equipamentos, tais como ventiladores.
Alguns hospitais ficaram sem leitos de terapia intensiva, disseram as autoridades de saúde na terça-feira. Urs Karrer, vice-presidente da força-tarefa científica federal Covid-19, advertiu que a pressão sobre as unidades de terapia intensiva poderia atingir níveis críticos até o final deste ano. "Precisamos inverter essa tendência urgentemente", disse ele.
Cerca de 9.571 novas infecções foram relatadas na terça-feira, com 1.563 hospitalizações e 264 pacientes em cuidados intensivos. Os números têm aumentado de forma constante nas últimas semanas.
Atualmente não há números confiáveis sobre a propagação da nova variante ômicron na Suíça.
Apesar dos contínuos apelos do governo e das autoridades sanitárias, apenas 66% da população foi totalmente vacinada. Esta é uma das taxas mais baixas da Europa.
A Suíça optou contra um novo lockdown, ao contrário de outros países vizinhos, como a Áustria. Entretanto, as autoridades exigem que as pessoas usem máscaras em todos os espaços públicos, trabalhem em casa quando possível, e aumentaram as restrições para as pessoas não vacinadas.
Na terça-feira, Karrer se tornou o mais recente oficial de saúde a advertir que outras medidas podem ser necessárias para manter a última onda pandêmica sob controle.
"Do ponto de vista científico, temos dúvidas justificáveis de que as [últimas] medidas não serão capazes de baixar o valor R [taxa de infecções]", disse ele.

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