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Lula ganha sua aposta

Entusiasmo popular com eleição de Dilma Rousseff Keystone

Na Suíça, a eleição da primeira mulher à presidência do Brasil confirma a popularidade de Lula e a estabilidade do país.

Para a mídia suíça, Dilma vai ter muito trabalho para compensar o vazio carismático causado pela saída de Lula da presidência da república. Ela terá também que enfrentar os desafios que ainda entravam o crescimento da oitava economia mundial.

Os jornais da Suíça são unânimes em comentar a eleição de Dilma Rousseff à presidência do Brasil. O jornal “Le Temps”, da região de expressão francesa, lembra que tanto Dilma, como Serra, haviam se engajado em manter a política de Lula, que teria tirado da pobreza 29 milhões de brasileiros com uma economia em plena ebulição.

Para o jornal, o carisma de Lula é o verdadeiro responsável pela vitória petista. Fato que o diário popular “Le Matin” descreve em detalhes, narrando as lágrimas de felicidade e os cantos de vitória soltados pelos milhares de simpatizantes e militantes entusiastas que invadiram as ruas das principais capitais brasileiras.

Educação, saúde e outros desafios

Se mais da metade dos 193 milhões de brasileiros alcançaram a classe média, Lula também deixa para Dilma uma herança “pesada” de várias pastas não resolvidas, lembra o conceituado jornal NZZ, de expressão alemã.

30 milhões de brasileiros continuam na miséria, faltam mais de cinco milhões de moradias e o trabalho para melhorar a educação de base, o acesso à saúde e o combate à violência é imenso.

Segundo o “Le Matin”, Dilma teria criticado, “num discurso com ares de programa político”, o protecionismo dos países ricos, ao mesmo tempo em que exigia “regras muito mais claras” contra a especulação que aumenta a volatilidade das moedas.

Qual será o novo papel de Lula?

Para o jornal “24 heures”, de Lausanne, a grande interrogação que persiste diz respeito ao futuro de Lula. Qual será o lugar que o atual presidente da república vai ocupar nos próximos anos? O mesmo jornal responde citando Dilma: “vou sempre contar com o Presidente Lula, sempre que posso falo com ele”.

A oposição, conclui o jornal, não hesita em afirmar que Lula preparou tudo para governar o país na sombra de sua protegida. E se candidatar novamente daqui a quatro anos.

(Belo Horizonte, 14 de dezembro de 1947) é uma economista e política brasileira, filiada ao Partido dos Trabalhadores (PT). Foi apontada ministra-chefe da Casa Civil durante o Governo Lula, em junho de 2005, sendo a primeira mulher a ocupar a posição. Dilma candidatou-se à Presidência da República nas eleições de 2010, cujo resultado do segundo turno, em 31 de outubro, garantiu-lhe o posto de primeira mulher presidente da história do Brasil.

Nascida em família de classe média alta e educada de modo tradicional, interessou-se pelos ideais socialistas durante a juventude, logo após o Golpe Militar de 1964. Iniciando na militância, integrou organizações que defendiam a luta armada contra o regime militar, como o Comando de Libertação Nacional (COLINA) e a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR Palmares). Passou quase três anos presa entre 1970 e 1972, primeiramente na Oban (onde passou por sessões de tortura) e depois no DOPS.

Reconstruiu sua vida no Rio Grande do Sul, onde, junto a Carlos Araújo, seu companheiro por mais de trinta anos, ajudou na fundação do Partido Democrático Trabalhista (PDT) e participou ativamente de diversas campanhas eleitorais. Exerceu o cargo de secretária municipal da Fazenda de Porto Alegre no governo Alceu Collares e, mais tarde, foi secretária estadual de Minas e Energia, tanto no governo de Alceu Collares como no de Olívio Dutra, no meio do qual se filiou ao Partido dos Trabalhadores (PT) em 2001.

Em 2002, participou da equipe que formulou o plano de governo de Luiz Inácio Lula da Silva para a área energética. Posteriormente, foi escolhida para ocupar o Ministério de Minas e Energia, onde permaneceu até 2005, quando foi nomeada ministra-chefe da Casa Civil, em substituição a José Dirceu, que renunciara ao cargo após o chamado escândalo do mensalão.

Dilma Rousseff foi incluída entre os 100 brasileiros mais influentes do ano de 2009, pela Revista Época.
(fonte: Wikipédia)

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