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Nespresso não para de crescer

A nova fábrica em Avenches. Keystone

Nestlé inaugurou na quarta-feira (11 de junho) em Avenches, vilarejo a oeste da Suíça, uma fábrica de produção de Nespresso.

Nada menos do que 4,8 bilhões de cápsulas de café serão produzidas no local anualmente para atender à demanda crescente dos consumidores.

A atual fábrica localizada em Orbe, também no cantão de Vaud, à oeste da Suíça, não estava conseguindo atender à demanda dos clientes. De fato, as cápsulas de café conhecem um sucesso qualificado por muitos de “fulgurante”.

Sem crise

Segundo os números da Nestlé – proprietária da marca Nespresso – cerca de oito mil de seus cafés são consumidos a cada minuto no mundo. Até o final do ano, chegará a nove mil.

Nos últimos anos a Nespresso tem um crescimento de dois dígitos (+ 50% em 2006) que, apesar do marasmo econômico, ainda se mantém.

“A Nespresso está em boa saúde. Estamos gerindo a crise”, declarou à imprensa Richard Girardot. O chefe da Nespresso reconheceu, porém, que a marca registrou uma diminuição do ritmo de crescimento no final de 2008 nos Estados Unidos.

Em todo caso, essa queda nas vendas teve pouca influência, sobretudo pelo fato do continente americano ser ainda um mercado marginal para a marca: representa somente 5% das vendas da Nespresso. “Prevemos ter novamente um crescimento de dois dígitos em 2009”, declarou Girardot, confiante.

Suíça no centro

Para atender à demanda, vários locais foram analisados. Finalmente a direção da Nestlé decidiu continuar a desenvolver a produção na Suíça.

O país tem duas vantagens. Em primeiro lugar, ele se encontra no coração do principal mercado da Nespresso: 90% das vendas da marca são realizadas na Europa, principalmente na Suíça e na França. “Se vejo a situação de um ponto de vista logístico, a Suíça está no centro da população de consumidores”, explica Nicolas Gueissaz, chefe de distribuição na Nespresso.

Além disso, era necessário fazer uma transferência rápida das competências da fábrica de Orbe para atender rapidamente à demanda dos clientes. Próxima geograficamente e também situada em uma região francófona, a área de Avenches convinha perfeitamente, como explica Nicolas Gueissaz.

Certa idéia do luxo

O sucesso da Nespresso surpreende, pois os cafés da marca têm várias desvantagens: eles só podem ser tirados com uma máquina Nespresso (cliente cativo), só podem ser comprados diretamente nas butiques Nespresso ou na internet, as cápsulas devem ser devolvidas para reciclagemn e, enfim, um café Nespresso custa dez vezes mais caro que um tradicional café em grão.

Para Nicolas Gueissaz, os inconvenientes são compensados pela qualidade. “Compramos o melhor café e utilizamos também as melhores tecnologias”, declara. “É principalmente a qualidade do café dentro da taça o melhor argumento de venda.”

“Com relação ao preço, comparamos o do nosso café com aquele que é servido em um bar”, continua. “Nesse caso, há uma boa relação entre a qualidade e o preço. Ora, essa era a ideia do Nespresso: levar o café dos bares à casa.”

O sucesso do Nespresso provém igualmente do fato do café ser apresentado hoje em dia como um produto de luxo. Por exemplo, na Nespresso se fala de “crus”, como para os grandes vinhos franceses.

E para Pascal Hottinger, diretor da Nespresso Suíça, não se trata apenas de um discurso de publicidade. “Conhecendo o trabalho dos meus colegas que compram o café ou dos colaboradores que fazem testes de qualidade, descobri que o café não é um produto banal.”

Finalmente, Nespresso continua sendo “um pequeno luxo que as pessoas podem se permitir em tempos de crise”, conclui Petraea Heynike, diretora de vendas de produtos estratégicos da Nestlé.

Olivier Pauchard, swissinfo.ch

Investimento: 300 milhões de francos

Funcionários: 340

Produção: 4,8 bilhões de cápsulas por ano

Perspectivas: 600 funcionários e dobrar a produção até 2012

Segundo um recente estudo, a Nestlé é a empresa mais inovadora da Suíça graças à Nespresso.

As outras empresas mais inovadoras são a Swatch (2° posição), Logitech (3°) e Migros (4°).

O estudo foi realizado pelo “Centro de Inovação” da Universidade de St. Gallen.

220 chefes de empresas participaram do questionário

Faturamento: 2,2 bilhões de francos em 2008 – duas vezes mais do que em 2006.

Vendas: 15,1 bilhões de cápsulas e 11 milhões de máquinas de café desde a criação da Nespresso em 1996.

Funcionários: 3900 empregados no mundo.

Internacional: presença em mais de 50 países.

Distribuição do mercado de café: 17,1% em termos de venda de espressos e máquinas de café.

Crescimento: superior a 30% durante nos últimos oito anos.

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