Mídia suíça vê fragmentação e futuro incerto para a Europa
Os jornais suíços da manhã de segunda-feira concordam que o avanço da direita-populista nas eleições europeias do fim-de-semana foi significativa, mas menos do que o esperado.
Este conteúdo foi publicado em
3 minutos
English
en
Swiss media see fragmentation and an uncertain future for Europe
original
“O ataque dos eurocépticos e dos nacionalistas parece ter sido evitado”, escreve Stephan Israel num editorial do jornal de Zurique Tages-Anzeiger. “O anunciado ‘ponto de viragem’ na história da Europa ainda não chegou, mas está se aproximando”, alerta o tabloide da Suíça alemã Blick.
A mensagem passa por muitos jornais suíços na segunda-feira. Apesar das vitórias de figuras como Matteo Salvini, na Itália, e Marine Le Pen, na França, os populistas tiveram um desempenho menos bom do que o esperado na Alemanha e nos Países Baixos, e os receios de um surto anti-UE provocaram uma maior afluência às urnas em décadas.
No entanto, a certeza para por aí. Se os jornais concordam que os populistas nãolevaram as apostas, também concordam que mais ninguém o fez. Ou, como diz o site Watson, “a conclusão mais importante das eleições europeias de 2019 é que não há uma tendência clara”.
Na verdade, a palavra “fragmentação” é vista em vários jornais. O Blick considera que isto reflete as divisões crescentes dentro das sociedades na Europa e diz que “a grande coligação informal entre cristãos e sociais-democratas terminou” – referindo-se às perdas dos partidos centristas tradicionais e aos ganhos dos populistas de direita, eurocépticos, liberais e verdes.
Otimismo cauteloso
Se se trata de boas ou más notícias, ainda não se sabe. O jornal da Suíça francesa Le Temps é cautelosamente optimista quanto à onda verde e aos novos blocos liberais como o de Emmanuel Macron, mas diz também que se os “rejeitores europeus conseguirem – o que nunca fizeram até agora – unir-se e trabalhar em conjunto no Parlamento de Estrasburgo, a sua eficácia será duplicada”.
O Tages-Anzeiger escreve que a fragmentação “tornará mais difícil encontrar maiorias no futuro” para enfrentar as grandes questões europeias – uma preocupação que ecoou no Neue Zürcher Zeitung, também de Zurique, que considera que estas questões também foram ignoradas durante a campanha.
“As questões mais prementes sobre o futuro da UE continuam sem resposta”, escreve Peter Rásonyi. O excesso de populismo e a ascensão dos eurocépticos desviaram a atenção das estruturas “insustentáveis” da união econômica e monetária europeia, bem como da “bomba-relógio” da política fiscal italiana e das grandes divisões na política de asilo e migração.
Em última análise, quando se trata de encontrar soluções para estas questões no novo parlamento, “é provável que a decepção siga”, escreve Rásonyi.
Mostrar mais
Mostrar mais
O que pensam os partidos das relações entre a Suíça e a UE?
Este conteúdo foi publicado em
As eleições federais ocorrem em 20 de outubro de 2019. Os acordos bilaterais firmados com a União Europeia (UE) já fazem parte das diferentes campanhas. Para descobrir o que pensam os mais importantes partidos, encontramos cinco membros da Comissão de política externa do Conselho NacionalLink externo (Câmara dos Deputados). Cada um dos parlamentares recebeu um minuto para…
Você já utilizou ferramentas de inteligência artificial no trabalhho? Elas o ajudaram ou, ao contrário, causaram mais estresse, aumentaram a carga de trabalho ou até mesmo resultaram na perda do emprego?
ONG acusa indústria do tabaco e Suíça de violações de direitos humanos
Este conteúdo foi publicado em
A ONG antitabagista OxySuisse acusou as empresas de tabaco de violar os direitos humanos e as autoridades suíças de serem complacentes.
Estudo revela crescimento e longevidade das árvores
Este conteúdo foi publicado em
As árvores atingem a velhice usando estratégias diferentes. Isso foi demonstrado por uma equipe de pesquisadores suíços com mais de 100 cientistas de todo o mundo em um novo estudo, no qual eles analisaram árvores com mais de três mil anos de idade.
Este conteúdo foi publicado em
Um terço da população sofria de distúrbios do sono em 2022, o que representa um aumento de cinco pontos percentuais em 25 anos.
Trabalho em tempo integral aumenta risco de câncer
Este conteúdo foi publicado em
Os trabalhadores em tempo integral têm um risco maior de câncer, afirmam pesquisadores da Universidade de Friburgo. As razões para isso não são claras.
Mais de um terço dos idosos na Suíça sofre de solidão
Este conteúdo foi publicado em
“A solidão tem sérias consequências para a saúde e reduz significativamente a expectativa de vida”, alertou a Pro Senectute em um comunicado à imprensa no domingo.
Este conteúdo foi publicado em
Pessoas autoconfiantes fazem mais e melhor sexo, de acordo com um estudo de longo prazo realizado pelas Universidades de Zurique e Utrecht.
Parlamento suíço debate reunificação familiar para refugiados
Este conteúdo foi publicado em
“Estrangeiros admitidos provisoriamente” não devem poder trazer membros da família para a Suíça, diz a Câmara dos Deputados.
Este conteúdo foi publicado em
O diretor da Associação Suíça de Carnes diz que a pressão sobre os açougueiros aumentou apesar do consumo constante de carne.
Se quiser iniciar uma conversa sobre um tema abordado neste artigo ou se quiser comunicar erros factuais, envie-nos um e-mail para portuguese@swissinfo.ch.
Consulte Mais informação
Mostrar mais
“Os autocratas são um perigo às democracias”
Este conteúdo foi publicado em
E agora: por acaso a democracia é um modelo obsoleto e os autocratas estão assumindo o seu espaço? De fato, o mundo está experimentando atualmente uma onda de autocratização. E à custa das democracias. Entretanto, mais da metade de todos os países ainda são democracias. Este é o resultado do primeiro estudo de longo prazo sobre democratização…
Laços com a UE tornam-se uma questão fundamental para os eleitores suíços
Este conteúdo foi publicado em
Dos oito principais partidos políticos representados no parlamento suíço, o Partido Popular Suíço continua no topo com 27%, quase dez pontos percentuais à frente dos socialistas e dos radicais-liberais. Mais de 12.000 cidadãos participaram da pesquisa online realizada pelo instituto de pesquisa SotomoLink externo , baseada principalmente em pesquisas publicadas nos sites em alemão, francês e…
Os quereres dos suíços, ou o teste da paciência política
Este conteúdo foi publicado em
Nossas cinco perguntas para o ano de 2019: A política externa suíça tradicionalmente depende da diplomacia e da neutralidade: bons serviços, diálogo, rede global de contatos e a cidade internacional de Genebra. Suíça significa multilateralismo. Mas o multilateralismo e o diálogo já viram dias melhores. Vários sinais indicam uma mudança de direção: tons protecionistas e…
“A votação do Brexit não foi democracia direta, mas um disparate”
Este conteúdo foi publicado em
Como parlamentar, ministro e até presidente da Confederação Suíça, Kaspar Villiger lidou por décadas com o sistema político do país. Em seu novo livro, conclui por que a democracia suíça funciona melhor que outras. swissinfo.ch: O Senhor dedica o livro às suas netas, com o desejo de que elas nunca percam a confiança em um…
Não foi possível salvar sua assinatura. Por favor, tente novamente.
Quase terminado… Nós precisamos confirmar o seu endereço e-mail. Para finalizar o processo de inscrição, clique por favor no link do e-mail enviado por nós há pouco
Veja aqui uma visão geral dos debates em curso com os nossos jornalistas. Junte-se a nós!
Se quiser iniciar uma conversa sobre um tema abordado neste artigo ou se quiser comunicar erros factuais, envie-nos um e-mail para portuguese@swissinfo.ch.