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Portos do Reno enfrentam a crise sem afundar

Em Basiléia, o número de contêineres caiu 13% no primeiro trimestre Keystone

O petróleo, com muita demanda por causa do baixo preço, ainda "salva" o balanço dos portos suíços do Reno.

Todos os outros setores sofrem dos efeitos da crise econômica. Situado entre a ferrovia e a rodovia, o Rio Reno ainda espera um verdadeiro reconhecimento político.

Portos do Reno, pora da Suíça: a metáfora é fácil e fiel à realidade. E esse lema foi o escolhido por Basileia para representar a Suíça na Festa do porto de Hamburgo neste final de semana, que deverá reunir um milhão de pessoas com discurso de abertura do ministro suíço dos Transportes, Moritz Leuenberger.

O diretor dos Portos de Basiléia, Hans-Peter Hadorn, também participará da festa. “A médio prazo, a cidade de Hanse poderá ser um parceiro potencial”, afirma.

Mas ainda será preciso um transporte por trem porque os canais que ligam o Reno ao Elba são muito pequenos para os navios fluviais modernos. Por enquanto, os Portos de Basileia trabalham mais com Antuérpia, Amsterdã e Roterdã.

Situação frágil

Nesse início de maio, são raros os navios que saem do porto mais ao sul do mar do norte, como gostam de dizer os habitantes de Basileia, em direção do mar. “É uma calma enganadora, explica Hans-Peter Hadorn. O tráfego global até aumentou no primeiro trimestre.” Mas, acrescenta ele, “a situação é muito frágil.”

O bom resultado é devido a um único fator, o petróleo. A queda do preço leva os clientes a encher os reservatórios. O rigor do último inverno aumentou as necessidades e os depósitos ainda não estão cheios.

“Em Roterdã ou em Antuérpia, a queda da demanda já ocorreu porque os reservatórios estão cheios e os petroleiros não podem mais descarregar. O mesmo vai ocorrer aqui dentro de alguns meses.”

As outras matérias primas não deixam dúvidas sobre os efeitos da crise. O ferro e outros metais diminuíram de pelos menos 50%, o transporte de contêineres de 13,5%.

“Até setembro de 2008, dois trens de 1.600 toneladas de metal cada um partiam diariamente com destino à indústria automobilística italiana. Hoje são três ou quatro trens por semana…”

Ecológico e sem congestionamento

Os Portos suíços do Reno esperam, no entanto, um aumento de atividade nos próximos anos. É “a moda do transporte mais ecológico”, escreve o senador Claude Janiak (socialista de Basileia), autor de duas moções pedindo a inclusão da navegação sobre o Reno na política de transportes do governo federal.

“Nós não temos congestionamento e temos capacidade de carregamento amplamente suficiente”, acrescenta Hans-Peter Hadorn. O Reno traz para a Suíça 13% de suas importações (17% pela ferrovia e 17% por oleoduto).

Contudo, Roterdã prevê aumentar sua capacidade de 11 para 21 milhões de toneladas TEU (unidade de medida de contêineres) em 2015. “Um só porto não poderá ter essa capacidade”, escreve a sociedade dos Portos de Basileia em sua revista.

Um porto trinacional?

Uma colaboração – por enquanto no setor de marketing – já começou com os portos de Weil am Rhein (Alemanha) e de Mulhouse (França). Com a marca RheinPorts, os parceiros trinacionais formam a segunda maior infraestrutura (sem contar os portos marítimos) atrás apenas de Duisbourg (Alemanha).

Os responsáveis portuários esperam também com impaciência a resposta do governo federal (Conselho Federal) à segunda moçam do senador Claude Janiak, que deverá ser debatida na sessão parlamentar de junho. Ele pede que a esfera federal participe financeiramente na infraestrura da navegação da mesma maneira que participa das ferrovias.

“Não se trata de opor a navegação fluvial à ferrovia, explica Claude Janiak, mesmo se, no passado, a política tarifária agressiva do setor de carga das ferrovias federais (EFF) prejudicou a navegação, como à própria EFF Cargo.”

Mas “não existe qualquer razão para diferenciar os dois meios”, acrescenta o senador. O governo federal deve também apresentar brevemente um “relatório sobre a política suíça para a navegação”, depois de um pedido feito em 2006 por uma senadora, Anita Fetz, também de Basileia.

Um longo esquecimento

O Reno como eixo de transporte é negligenciado na Suíça? “Existe uma tendência a esquecê-lo porque começa na fronteira”, responde Hans-Peter Hadorn.

“Nós mesmo perdemos várias oportunidades. Foi preciso fusionar os quatro portos antes de poder se apresentar como um parceiro de peso”, reconhece Claude Janiak. Um peso que poderá ser brevemente trinacional.

Ariane Gigon, Bâle, swissinfo.ch

Fusão. Quatro portos dividiam o mercado em Basileia até 2006: Kleinhüningen, St. Johann – o mais antigo dos quatro – Birsfelden e Muttenz-Au. Eles fusionaram e formam agora “Os Portos suíços do Reno”.

Exportação. Cerca de 9 milhões de toneladas são carregadas ou descarregadas por ano nesses portos, ou seja, 15% do comércio exterior suíço.

Importação. Quanto às importações, 13% do total de mercadores que chegam na Suíça passam por Basileia, contra 17% pela ferrovia e 17% por oleoduto

Comparativo. Um navio de 110 metros de comprimento com uma carga de 2.800 toneladas em media é equivalente a 35 vagões (um trem e meio) ou 147 caminhões de 28 toneladas.

Emprego. Os Portos do Reno empregam cerca de 2 mil pessoas.

La fête du Port de Hambourg est la plus grande fête portuaire du monde et accueille un million de visiteurs durant 3 jours.

La Suisse et Bâle y sont partenaires d’honneur sous le titre «De Hei-di à hi-tech».

Outre Bâle, «porte de la Suisse», des stands présenteront le LHC du CERN de Genève, des marques de montres, des spécialités gastronomiques, le catamaran solaire «PlanetSolar» et la Patrouille suisse pour la partie aérienne – notamment.

Le conseiller fédéral Moritz Leuenberger participera à la cérémonie d’ouverture le 8 mai.

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